O Brasil está fora do Mundial 2010. Caiu, aos pés da Holanda, nos quartos-de-final da competição. É pouco para uma selecção com o historial, com a qualidade e com as ambições da brasileira. E decepcionante - repetindo a presença falhada em 2006, na Alemanha, onde a equipa então comandada por Carlos Alberto Parreira e com estrelas como Ronaldinho ou Ronaldo, na defesa do título mundial conquistado na Ásia, saiu vergada a uma derrota com a França, também nos quartos. Com a entrada de Carlos Dunga, campeão no Mundial dos Estados Unidos em 1994, o Brasil recuperou a sua glória: venceu a Copa América de 2007 e, no ano passado, conquistou, na África do Sul, a Taça das Confederações. Apesar de um ambiente hostil com a imprensa brasileira, Dunga triunfou. E a vitória de 2009 abriu o apetite para o Mundial.
É incontornável: este Brasil que se apresentou na África do Sul está diferente. Deixou de ser a equipa encantadora pelo futebol apresentado, capaz de manietar o adversário na sua teia e aniquilá-lo. Este Brasil, num modelo mais europeu, é agora uma equipa mais pragmática, com maior contenção e rigidez. Não demonstra a versatilidade, o talento genuíno e envolvente, típico dos brasileiros. É uma equipa mais voltada para a realidade, para a frieza do resultado, deixando o espectáculo para segundo plano, que encara o jogo de uma forma cautelosa. Exemplo disso é a aposta de Dunga, num sinal de conservadorismo, em utilizar de dois médios de características defensivas. Gilberto Silva e Felipe Melo foram a dupla utilizada pelo seleccionador brasileiro - apenas na partida dos oitavos, ante o Chile, Melo cedeu o seu lugar a Ramires.
Inserido no grupo de Portugal, Costa do Marfim e Coreia do Norte, com naturalidade, o Brasil assegurou a passagem aos oitavos-de-final no primeiro lugar. A primeira fase da competição, longe de ser encantadora, foi ultrapassada com relativa facilidade pelos brasileiros: uma entrada tímida, cumprindo os requisitos mínimos, frente à Coreia do Norte; uma vitória inapelável, com Luís Fabiano e Elano em destaque, sobre a Costa do Marfim, que garantiu o apuramento; e, frente a Portugal, com os brasileiros qualificados e os portugueses a um pequeno passo, ambas as selecções experimentaram soluções para a fase seguinte. Nos oitavos-de-final, o Brasil defrontou o Chile. Venceu, com categoria, por três golos. E conseguiu a sua melhor exibição: mais solto, mais consistente, mais rápido e mais talentoso. Novo rival: Holanda.
O adversário colocou um sorriso no rosto dos brasileiros. A Holanda, apesar de se ter destacado como uma das equipas emergentes na África do Sul, é um opositor que traz boas recordações ao escrete: em 1994, a caminho do seu quarto título mundial, o Brasil bateu os holandeses nos quartos-de-final; em 1998, nas meias-finais, a canarinha voltou a levar a melhor - num Mundial onde perdeu, na final, frente à França. O início do jogo, com duas equipas de futebol positivo e vistoso, deu ainda mais motivos de satisfação: Felipe Melo passou em profundidade, simples como é exigido, para Robinho, subtilmente, encostar para a baliza holandesa. Sem tricotados, sem truques mágicos, apenas com dois toques, o Brasil foi eficaz. Manteve o ritmo, instalou o seu domínio, impediu que a Holanda subisse e esteve mais perto do segundo golo. Nunca chegou.
A Holanda cresceu com o tempo. Após o intervalo, sobretudo. Ainda dentro dos primeiros dez minutos da segunda parte, num lance aparentemente controlado, os holandeses chegaram ao empate: Sneijder bombeou a bola para a área, Júlio César não foi assertivo na saída e Felipe Melo, infeliz, desviou para a sua baliza. O golo foi a pedra de toque para mudar o jogo: a Holanda fez o resultado regressar à casa de partida, ganhando motivação, enquanto o Brasil, mais desconcentrado e sem o mesmo discernimento, tremeu. Fatalmente. Aos sessenta e oito minutos, após um canto desviado por Dirk Kuyt, Wesley Sneijder, fulcral, marcou o segundo golo. Felipe Melo, depois de desafortunado, voltou a estar mal. E, para culminar o seu desnorte, o jogador da Juventus seria expulso. O Brasil tentou, correu e lutou. Em vão. A Holanda ganhou.
É incontornável: este Brasil que se apresentou na África do Sul está diferente. Deixou de ser a equipa encantadora pelo futebol apresentado, capaz de manietar o adversário na sua teia e aniquilá-lo. Este Brasil, num modelo mais europeu, é agora uma equipa mais pragmática, com maior contenção e rigidez. Não demonstra a versatilidade, o talento genuíno e envolvente, típico dos brasileiros. É uma equipa mais voltada para a realidade, para a frieza do resultado, deixando o espectáculo para segundo plano, que encara o jogo de uma forma cautelosa. Exemplo disso é a aposta de Dunga, num sinal de conservadorismo, em utilizar de dois médios de características defensivas. Gilberto Silva e Felipe Melo foram a dupla utilizada pelo seleccionador brasileiro - apenas na partida dos oitavos, ante o Chile, Melo cedeu o seu lugar a Ramires.
Inserido no grupo de Portugal, Costa do Marfim e Coreia do Norte, com naturalidade, o Brasil assegurou a passagem aos oitavos-de-final no primeiro lugar. A primeira fase da competição, longe de ser encantadora, foi ultrapassada com relativa facilidade pelos brasileiros: uma entrada tímida, cumprindo os requisitos mínimos, frente à Coreia do Norte; uma vitória inapelável, com Luís Fabiano e Elano em destaque, sobre a Costa do Marfim, que garantiu o apuramento; e, frente a Portugal, com os brasileiros qualificados e os portugueses a um pequeno passo, ambas as selecções experimentaram soluções para a fase seguinte. Nos oitavos-de-final, o Brasil defrontou o Chile. Venceu, com categoria, por três golos. E conseguiu a sua melhor exibição: mais solto, mais consistente, mais rápido e mais talentoso. Novo rival: Holanda.
O adversário colocou um sorriso no rosto dos brasileiros. A Holanda, apesar de se ter destacado como uma das equipas emergentes na África do Sul, é um opositor que traz boas recordações ao escrete: em 1994, a caminho do seu quarto título mundial, o Brasil bateu os holandeses nos quartos-de-final; em 1998, nas meias-finais, a canarinha voltou a levar a melhor - num Mundial onde perdeu, na final, frente à França. O início do jogo, com duas equipas de futebol positivo e vistoso, deu ainda mais motivos de satisfação: Felipe Melo passou em profundidade, simples como é exigido, para Robinho, subtilmente, encostar para a baliza holandesa. Sem tricotados, sem truques mágicos, apenas com dois toques, o Brasil foi eficaz. Manteve o ritmo, instalou o seu domínio, impediu que a Holanda subisse e esteve mais perto do segundo golo. Nunca chegou.
A Holanda cresceu com o tempo. Após o intervalo, sobretudo. Ainda dentro dos primeiros dez minutos da segunda parte, num lance aparentemente controlado, os holandeses chegaram ao empate: Sneijder bombeou a bola para a área, Júlio César não foi assertivo na saída e Felipe Melo, infeliz, desviou para a sua baliza. O golo foi a pedra de toque para mudar o jogo: a Holanda fez o resultado regressar à casa de partida, ganhando motivação, enquanto o Brasil, mais desconcentrado e sem o mesmo discernimento, tremeu. Fatalmente. Aos sessenta e oito minutos, após um canto desviado por Dirk Kuyt, Wesley Sneijder, fulcral, marcou o segundo golo. Felipe Melo, depois de desafortunado, voltou a estar mal. E, para culminar o seu desnorte, o jogador da Juventus seria expulso. O Brasil tentou, correu e lutou. Em vão. A Holanda ganhou.
1 comentário:
O Brasil é outra constelação de estrelas que jogar está quieto.
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