Depois da eliminação de Portugal aos pés da Espanha, tinha prometido voltar no dia seguinte com uma análise a Cristiano Ronaldo e à sua prestação no Mundial 2010. Propositadamente deixei correr, fui ouvindo, lendo, visionando o muito que se resolveu falar e sobretudo especular, sobre o jogador, o homem, o capitão e até o cidadão do mundo, Cristiano Ronaldo. O CR7 foi apelidado de tudo: falhado, impostor, mau perdedor, egocêntrico e o que mais se possa imaginar. Que se passa com Cristiano Ronaldo que não rende na selecção e rende ao mais alto nível nos clubes?
Haverá muitas respostas a esta pergunta, muitos estudos, muitas opiniões de doutorados e "paineleiros", que desatam a zurzir no jogador que falha nos momentos decisivos, mas que, curiosamente, são os mesmos que estão na linha da frente para lhe tecer os mais rasgados elogios, quando marca um golão de livre, quando inventa jogadas de maravilha, quando assiste os companheiros, ou, simplesmente, quando resolve exibir em jogo todo o seu manancial de dotes técnicos, que só estão ao alcance dos predestinados como ele. Não quero por isso entrar por esse campo, até porque não vai demorar muito tempo para que os que agora escalpelizaram, até à exaustão, o seu comportamento e prestação, dentro de poucos dias lhe rendam homenagens e teçam as mais variadas loas às suas prestações desportivas e não só. Caso para seguir à letra o ditado popular que começa por "não cuspas para o ar...".
Comportamento: No caso de Cristiano Ronaldo será caso até para dizer não cuspas para lado nenhum. Esse é o seu temperamento, o seu comportamento, que já muitos problemas lhe trouxe, quer a nível desportivo, quer fora dos recintos de jogo. Ronaldo não sabe lidar com a crítica, seja dos jornalistas, dos colegas ou do público. Reage mal a todos eles. Valdano criticou-o depois do jogo de Almería, foi acusado de agressão a uma menor, enfadou-se com Ferguson depois de ser substituído, reagiu com gestos ao assédio de um paparazzi, gesto esse que já havia repetido anos antes em pleno Estádio da Luz. São atitudes que revelam pouco controlo emocional, num homem que ainda é um menino e que em poucos anos subiu ao mais alto patamar do futebol mundial, com a mediatização que ele não entende quando está por baixo, mas que adora quando está na mó de cima. Falta-lhe preparação mental para saber lidar com toda a pressão a que está sujeito.
Factos desportivos: Acusado de não marcar golos ao serviço da selecção, questionam os "entendidos" se o CR7 é um jogador empenhado ao serviço da camisola das quinas. Também aqui as opiniões divergem mas os factos falam por si. Vejamos o que fez Ronaldo ao serviço da selecção:
Apuramento Mundial 2006 - 7 golos em 12 jogos
Mundial 2006 - 1 golo em 7 jogos (restantes por Maniche(2), N.Gomes, Simão, Deco e Pauleta)
Apuramento Europeu 2008 - 8 golos em 13 jogos
Europeu 2008 - 1 golo em 4 jogos (restantes por N.Gomes, Postiga, Deco, Quaresma, Pepe e Meireles)
O treinador da selecção durante este período foi Luiz Felipe Scolari.
Com Carlos Queiroz na selecção, primeiro jogo em 20 de Agosto de 2008 contra as Ilhas Faroé, Cristiano Ronaldo marcou apenas dois golos em 26 jogos, sendo que um deles foi contra a Finlândia (jogo preparação) e o outro neste Mundial contra a Coreia do Norte.
A nível de clubes o registo é o seguinte:
2006/2007 - M. United - 20 golos
2007/2008 - M. United - 39 golos - Vencedor da Bota de Ouro
2008/2209 - M. United - 22 golos
2009/2010 - R. Madrid - 33 golos
(O registo dos golos refere-se apenas aos apontados no campeonato e na Liga dos Campeões)
Conclusão: Não acho que Cristiano Ronaldo seja o melhor do Mundo, mas é seguramente um dos melhores. É egocêntrico, pouco humilde, não sabe lidar com a pressão e é conflituoso em caso de fase negativa. Muitas destas vertentes deveriam ser "domesticadas" pelo seu agente, com profissionais que lhe ensinassem a cultivar a imagem exterior, porque a interior ele já a tem elevada à potência máxima. A marca CR7 é demasiado valiosa para poder ser penalizada com "atitudes de menino mimado e mal comportado".
Desportivamente o caso poderá ser mais complexo, mas é para mim claro que face aos números esmagadores da capacidade goleadora de Cristiano Ronaldo, ao serviço dos clubes e da selecção na era Scolari, alguma coisa vai mal sob a égide de Queiroz. Cristiano Ronaldo precisa de espaço para criar e meter a sua capacidade de executar em velocidade, para poder decidir em pouco espaço e perto da baliza. Por isso a sua posição nos clubes poderá ser a de ocupar a ala, mas com liberdade para poder fazer as diagonais para dentro do terreno ou jogar nas costas do avançado. Outro dado inequívoco é que Ronaldo nunca joga em clubes onde a defesa é o mote principal, por isso não é obrigado a fazer piques de 50 ou 60 metros para chegar à baliza contrária.
Na selecção de Queiroz, defensiva e sem sentido ou plano ofensivo, o mote é de ter uma referência no ataque, Liedson ou Hugo Almeida, e um sprinter que, com a bola no pé faça o que os restantes jogadores não tem autorização para fazer: galgar meio campo até à área contrária para finalizar ou dar a finalizar. Esse jogador sempre foi Cristiano Ronaldo e pedir-lhe para correr tanta distância, ultrapassando todos os que lhe saem ao caminho, é tarefa de gigante. Cristiano Ronaldo é mais vitima que réu nesta selecção de Carlos Queiroz e continuará a ser, se os processos de jogo da selecção não mudarem, porque a sagacidade de um treinador está em saber tirar e gerir as potencialidades dos seus jogadores e isso Queiroz, não soube, não sabe e dificilmente saberá fazer, como o provou no Sporting, no Real Madrid e agora na selecção. Vive do êxito alcançado com uma selecção de miúdos excepcionais, que treinavam na selecção com longos estágios e com pouca presença nos clubes.
Cristiano Ronaldo vai na próxima época desportiva voltar ao normal, marcar golos, dar espectáculo e deliciar o mundo futebolístico ao serviço do Real Madrid, vai continuar a ter atitudes de menino birrento e mimado e vai continuar o ocaso na selecção. Tire as suas conclusões quem quiser, estas são as minhas, não são (nem quero que sejam) verdade absoluta e como dizia o Herman "cada qual tem a sua"... opinião, claro.
Haverá muitas respostas a esta pergunta, muitos estudos, muitas opiniões de doutorados e "paineleiros", que desatam a zurzir no jogador que falha nos momentos decisivos, mas que, curiosamente, são os mesmos que estão na linha da frente para lhe tecer os mais rasgados elogios, quando marca um golão de livre, quando inventa jogadas de maravilha, quando assiste os companheiros, ou, simplesmente, quando resolve exibir em jogo todo o seu manancial de dotes técnicos, que só estão ao alcance dos predestinados como ele. Não quero por isso entrar por esse campo, até porque não vai demorar muito tempo para que os que agora escalpelizaram, até à exaustão, o seu comportamento e prestação, dentro de poucos dias lhe rendam homenagens e teçam as mais variadas loas às suas prestações desportivas e não só. Caso para seguir à letra o ditado popular que começa por "não cuspas para o ar...".
Comportamento: No caso de Cristiano Ronaldo será caso até para dizer não cuspas para lado nenhum. Esse é o seu temperamento, o seu comportamento, que já muitos problemas lhe trouxe, quer a nível desportivo, quer fora dos recintos de jogo. Ronaldo não sabe lidar com a crítica, seja dos jornalistas, dos colegas ou do público. Reage mal a todos eles. Valdano criticou-o depois do jogo de Almería, foi acusado de agressão a uma menor, enfadou-se com Ferguson depois de ser substituído, reagiu com gestos ao assédio de um paparazzi, gesto esse que já havia repetido anos antes em pleno Estádio da Luz. São atitudes que revelam pouco controlo emocional, num homem que ainda é um menino e que em poucos anos subiu ao mais alto patamar do futebol mundial, com a mediatização que ele não entende quando está por baixo, mas que adora quando está na mó de cima. Falta-lhe preparação mental para saber lidar com toda a pressão a que está sujeito.
Factos desportivos: Acusado de não marcar golos ao serviço da selecção, questionam os "entendidos" se o CR7 é um jogador empenhado ao serviço da camisola das quinas. Também aqui as opiniões divergem mas os factos falam por si. Vejamos o que fez Ronaldo ao serviço da selecção:
Apuramento Mundial 2006 - 7 golos em 12 jogos
Mundial 2006 - 1 golo em 7 jogos (restantes por Maniche(2), N.Gomes, Simão, Deco e Pauleta)
Apuramento Europeu 2008 - 8 golos em 13 jogos
Europeu 2008 - 1 golo em 4 jogos (restantes por N.Gomes, Postiga, Deco, Quaresma, Pepe e Meireles)
O treinador da selecção durante este período foi Luiz Felipe Scolari.
Com Carlos Queiroz na selecção, primeiro jogo em 20 de Agosto de 2008 contra as Ilhas Faroé, Cristiano Ronaldo marcou apenas dois golos em 26 jogos, sendo que um deles foi contra a Finlândia (jogo preparação) e o outro neste Mundial contra a Coreia do Norte.
A nível de clubes o registo é o seguinte:
2006/2007 - M. United - 20 golos
2007/2008 - M. United - 39 golos - Vencedor da Bota de Ouro
2008/2209 - M. United - 22 golos
2009/2010 - R. Madrid - 33 golos
(O registo dos golos refere-se apenas aos apontados no campeonato e na Liga dos Campeões)
Conclusão: Não acho que Cristiano Ronaldo seja o melhor do Mundo, mas é seguramente um dos melhores. É egocêntrico, pouco humilde, não sabe lidar com a pressão e é conflituoso em caso de fase negativa. Muitas destas vertentes deveriam ser "domesticadas" pelo seu agente, com profissionais que lhe ensinassem a cultivar a imagem exterior, porque a interior ele já a tem elevada à potência máxima. A marca CR7 é demasiado valiosa para poder ser penalizada com "atitudes de menino mimado e mal comportado".
Desportivamente o caso poderá ser mais complexo, mas é para mim claro que face aos números esmagadores da capacidade goleadora de Cristiano Ronaldo, ao serviço dos clubes e da selecção na era Scolari, alguma coisa vai mal sob a égide de Queiroz. Cristiano Ronaldo precisa de espaço para criar e meter a sua capacidade de executar em velocidade, para poder decidir em pouco espaço e perto da baliza. Por isso a sua posição nos clubes poderá ser a de ocupar a ala, mas com liberdade para poder fazer as diagonais para dentro do terreno ou jogar nas costas do avançado. Outro dado inequívoco é que Ronaldo nunca joga em clubes onde a defesa é o mote principal, por isso não é obrigado a fazer piques de 50 ou 60 metros para chegar à baliza contrária.
Na selecção de Queiroz, defensiva e sem sentido ou plano ofensivo, o mote é de ter uma referência no ataque, Liedson ou Hugo Almeida, e um sprinter que, com a bola no pé faça o que os restantes jogadores não tem autorização para fazer: galgar meio campo até à área contrária para finalizar ou dar a finalizar. Esse jogador sempre foi Cristiano Ronaldo e pedir-lhe para correr tanta distância, ultrapassando todos os que lhe saem ao caminho, é tarefa de gigante. Cristiano Ronaldo é mais vitima que réu nesta selecção de Carlos Queiroz e continuará a ser, se os processos de jogo da selecção não mudarem, porque a sagacidade de um treinador está em saber tirar e gerir as potencialidades dos seus jogadores e isso Queiroz, não soube, não sabe e dificilmente saberá fazer, como o provou no Sporting, no Real Madrid e agora na selecção. Vive do êxito alcançado com uma selecção de miúdos excepcionais, que treinavam na selecção com longos estágios e com pouca presença nos clubes.
Cristiano Ronaldo vai na próxima época desportiva voltar ao normal, marcar golos, dar espectáculo e deliciar o mundo futebolístico ao serviço do Real Madrid, vai continuar a ter atitudes de menino birrento e mimado e vai continuar o ocaso na selecção. Tire as suas conclusões quem quiser, estas são as minhas, não são (nem quero que sejam) verdade absoluta e como dizia o Herman "cada qual tem a sua"... opinião, claro.
2 comentários:
Buenas, Cristiano Ronaldo no ha dado el fútbol que se esperaba de él. Saludos!
www.atleti1903.blogspot.com
Portugal não pode estar dependente de Ronaldo nem de ninguém o problema é que Portugal não tem fio de jogo e as estrelas também não se esforçam o suficiente e vão à selecção pelo estatuto e nome e não pela forma.
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