ANÁLISE
Agora, sim, as decisões teriam de ser tomadas. Não havia volta a dar. Sem adiamentos, sem meias-palavras, sem hipóteses de fuga. O título e uma vaga na Liga Europa por atribuir. Sem surpresa em relação ao campeão: o Benfica venceu o Rio Ave, confirmou o seu favoritismo, arrecadou o trigésimo segundo campeonato da sua história, culminou uma temporada de sucesso. Os encarnados, contudo, nem precisariam de somar os três pontos, uma vez que o Sp.Braga não conseguiu mais do que um empate ante o Nacional - que, assim, comprometeu as aspirações de chegar ao quinto lugar. O Vitória de Guimarães necessitava só de um empate, também, mas perdeu e viu-se ultrapassado pelo Marítimo na luta pelo último posto europeu. Os madeirenses estarão na Liga Europa.
Noventa minutos e um ponto para conquistar. Era somente o que faltava para o Benfica confirmar o trigésimo segundo título do seu historial, sem ter de pensar em resultados de terceiros, dando asas à coroação de uma caminhada triunfante, superior e meritória dos encarnados. O golo de Cardozo, aos três minutos, logo seguido de uma expulsão de Wires, aos onze, desbravou caminho à cavalgada benfiquista, galvanizado pelo público, empurrado para a vitória, levado por uma mole humana sedenta de conquistas. Houve oportunidades mais do que suficientes. Não foram, contudo, concretizadas. Ricardo Chaves, médio do Rio Ave, ameaçou a festa. Jorge Jesus acelerou o passo na área técnica, a tensão subiu, o coração apertou. Até Cardozo, de novo decisivo, confirmar o triunfo. O Benfica ganhou, encheu-se de alegria, expodiu para os festejos, gritou pelos jogadores, enfim, fez a sua festa. É campeão nacional. Merecidamente.
Uma vitória para o Sp.Braga sonhar, permitindo centrar atenções na Luz, à espera de uma inusitada ajuda do Rio Ave culminante num desaire do Benfica. Ainda havia fé. Porém, antes de querer ganhar em campo alheio, os bracarenses tinham de cumprir a sua missão, vencendo na Madeira, deixando para trás o Nacional. Os madeirenses são uma boa equipa, apesar de uma descida de rendimento após a saída de Rúben Micael, ganham maior força quando jogam no seu território. Não seria fácil. O Sp.Braga tentou dominar, mostrou vontade de resolver. Mas o precoce golo de Cardozo para o Benfica atirou o sonho do título para canto. Os minutos passavam, o Benfica não quebrava ante o Rio Ave, a missão era cada vez mais improvável de concretizar. Edgar Silva marcou para o Nacional. Poderia ter sido o fim do Sp.Braga. Os arsenalistas, contudo, acreditaram ser possível. Renteria empatou, deu novo alento. Não chegou.
O que havia realmente para o FC Porto disputar ante a União de Leiria? Quase nada. Ou nada se exceptuarmos a vontade de levar Radamel Falcao, jogador que tantos golos deu aos portistas nesta temporada, ao topo dos melhores marcadores. Essa premissa até foi cumprida, pois El Tigre fez dois golos, saltou para o trono dos goleadores, ficando para ver o que Óscar Cardozo faria ante o Rio Ave. Tacuara também marcou dois, o bis do título, com isso as pretensões de Falcao esfumaram-se no dia seguinte ao triunfo azul. A exibição do FC Porto pode perfeitamente resumir toda a época. Teve duas faces: uma primeira parte enfadonha e apática, uma segunda capaz e triunfante. No meio da passividade azul, o União colocou-se em vantagem, marcou por Cássio, procurou travar o ciclo vitorioso dos portistas. O dragão despertou, respondeu com quatro golos após o descanso, virou o resultado em quatro minutos. Mostrou a sua fibra.
De um jogo entre uma equipa condenada à descida de divisão, sem natural assomo de motivação, com outra que falhou a toda a linha, se encontra demasiado longe das decisões a que está habituada e tem os olhos postos na próxima época, nunca se poderia esperar um jogo emotivo e de nível elevado. O Leixões está deprimido pela descida às trevas no seguimento de uma época carregada de equívocos, o Sporting pretende despedir-se rapidamente desta temporada para que depois, sim, possa preparar convenientemente o seu futuro e evitar a repetição dos mesmos males. Este encontro serviu, ainda, para marcar a despedida de Carlos Carvalhal do comando dos leões. Saiu com uma vitória. Tangencial. Contudo, o Sporting ganhou bem, com golos de Veloso e Pedro Silva, João Paulo ainda tentou baralhar, mas nada mais do que isso. A vitória, essa, estava feita. O Leixões acaba em último. Sai pelos fundos.
Uma inesperada mudança na luta pela Liga Europa: em Guimarães, ante o Vitória, o Marítimo venceu (1-2) e, também beneficiando do empate do Nacional frente ao Sp.Braga, conseguiu chegar ao quinto lugar final. Os madeirenses, após terem estado praticamente afastados, garantiram, in extremis, a última vaga para a Liga Europa, deixando o Vitória de Guimarães de fora - um final cruel, verdadeiramente de pesadelo, para os vimaranenses. Destaque ainda para a vitória do Belenenses (a quarta da época, segunda consecutiva após ter sido confirmada a descida de divisão), por 1-2, ante o Vitória de Setúbal, que permite à equipa do Restelo deixar o último lugar, em troca com o Leixões. A Académica finalizou, por força da vitória ante a Naval (0-1) e da derrota do Rio Ave com o Benfica, no décimo primeiro posto. Paços de Ferreira e Olhanense, duas equipas com objectivos alcançados, empataram a dois.
Agora, sim, as decisões teriam de ser tomadas. Não havia volta a dar. Sem adiamentos, sem meias-palavras, sem hipóteses de fuga. O título e uma vaga na Liga Europa por atribuir. Sem surpresa em relação ao campeão: o Benfica venceu o Rio Ave, confirmou o seu favoritismo, arrecadou o trigésimo segundo campeonato da sua história, culminou uma temporada de sucesso. Os encarnados, contudo, nem precisariam de somar os três pontos, uma vez que o Sp.Braga não conseguiu mais do que um empate ante o Nacional - que, assim, comprometeu as aspirações de chegar ao quinto lugar. O Vitória de Guimarães necessitava só de um empate, também, mas perdeu e viu-se ultrapassado pelo Marítimo na luta pelo último posto europeu. Os madeirenses estarão na Liga Europa.
Noventa minutos e um ponto para conquistar. Era somente o que faltava para o Benfica confirmar o trigésimo segundo título do seu historial, sem ter de pensar em resultados de terceiros, dando asas à coroação de uma caminhada triunfante, superior e meritória dos encarnados. O golo de Cardozo, aos três minutos, logo seguido de uma expulsão de Wires, aos onze, desbravou caminho à cavalgada benfiquista, galvanizado pelo público, empurrado para a vitória, levado por uma mole humana sedenta de conquistas. Houve oportunidades mais do que suficientes. Não foram, contudo, concretizadas. Ricardo Chaves, médio do Rio Ave, ameaçou a festa. Jorge Jesus acelerou o passo na área técnica, a tensão subiu, o coração apertou. Até Cardozo, de novo decisivo, confirmar o triunfo. O Benfica ganhou, encheu-se de alegria, expodiu para os festejos, gritou pelos jogadores, enfim, fez a sua festa. É campeão nacional. Merecidamente.
Uma vitória para o Sp.Braga sonhar, permitindo centrar atenções na Luz, à espera de uma inusitada ajuda do Rio Ave culminante num desaire do Benfica. Ainda havia fé. Porém, antes de querer ganhar em campo alheio, os bracarenses tinham de cumprir a sua missão, vencendo na Madeira, deixando para trás o Nacional. Os madeirenses são uma boa equipa, apesar de uma descida de rendimento após a saída de Rúben Micael, ganham maior força quando jogam no seu território. Não seria fácil. O Sp.Braga tentou dominar, mostrou vontade de resolver. Mas o precoce golo de Cardozo para o Benfica atirou o sonho do título para canto. Os minutos passavam, o Benfica não quebrava ante o Rio Ave, a missão era cada vez mais improvável de concretizar. Edgar Silva marcou para o Nacional. Poderia ter sido o fim do Sp.Braga. Os arsenalistas, contudo, acreditaram ser possível. Renteria empatou, deu novo alento. Não chegou.
O que havia realmente para o FC Porto disputar ante a União de Leiria? Quase nada. Ou nada se exceptuarmos a vontade de levar Radamel Falcao, jogador que tantos golos deu aos portistas nesta temporada, ao topo dos melhores marcadores. Essa premissa até foi cumprida, pois El Tigre fez dois golos, saltou para o trono dos goleadores, ficando para ver o que Óscar Cardozo faria ante o Rio Ave. Tacuara também marcou dois, o bis do título, com isso as pretensões de Falcao esfumaram-se no dia seguinte ao triunfo azul. A exibição do FC Porto pode perfeitamente resumir toda a época. Teve duas faces: uma primeira parte enfadonha e apática, uma segunda capaz e triunfante. No meio da passividade azul, o União colocou-se em vantagem, marcou por Cássio, procurou travar o ciclo vitorioso dos portistas. O dragão despertou, respondeu com quatro golos após o descanso, virou o resultado em quatro minutos. Mostrou a sua fibra.
De um jogo entre uma equipa condenada à descida de divisão, sem natural assomo de motivação, com outra que falhou a toda a linha, se encontra demasiado longe das decisões a que está habituada e tem os olhos postos na próxima época, nunca se poderia esperar um jogo emotivo e de nível elevado. O Leixões está deprimido pela descida às trevas no seguimento de uma época carregada de equívocos, o Sporting pretende despedir-se rapidamente desta temporada para que depois, sim, possa preparar convenientemente o seu futuro e evitar a repetição dos mesmos males. Este encontro serviu, ainda, para marcar a despedida de Carlos Carvalhal do comando dos leões. Saiu com uma vitória. Tangencial. Contudo, o Sporting ganhou bem, com golos de Veloso e Pedro Silva, João Paulo ainda tentou baralhar, mas nada mais do que isso. A vitória, essa, estava feita. O Leixões acaba em último. Sai pelos fundos.
Uma inesperada mudança na luta pela Liga Europa: em Guimarães, ante o Vitória, o Marítimo venceu (1-2) e, também beneficiando do empate do Nacional frente ao Sp.Braga, conseguiu chegar ao quinto lugar final. Os madeirenses, após terem estado praticamente afastados, garantiram, in extremis, a última vaga para a Liga Europa, deixando o Vitória de Guimarães de fora - um final cruel, verdadeiramente de pesadelo, para os vimaranenses. Destaque ainda para a vitória do Belenenses (a quarta da época, segunda consecutiva após ter sido confirmada a descida de divisão), por 1-2, ante o Vitória de Setúbal, que permite à equipa do Restelo deixar o último lugar, em troca com o Leixões. A Académica finalizou, por força da vitória ante a Naval (0-1) e da derrota do Rio Ave com o Benfica, no décimo primeiro posto. Paços de Ferreira e Olhanense, duas equipas com objectivos alcançados, empataram a dois.
3 comentários:
Excelente análise..
Só gostaria de dizer que de facto a classificação geral não mente e este ano não fugiu à regra.
É só fazerem uma retrospectiva e refletirem sobre qual o clube que mereceria outra posição que não a sua nesta Liga Sagres que agora terminou.
PARABENS SL BENFICA pelo 32º titulo nacional..Mas que grande festa....
Abraço
Caro Ricardo, tal como o comentador Mattos, também achei excelente o post. Parabéns!
Abraço.
Mattos e Manuel Oliveira,
Obrigado pelos comentários e pelas visitas :)
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