CHAMAR CARDOZO PARA TRAZER O TROFÉU
Noventa minutos e um ponto para conquistar. Era somente o que faltava para o Benfica confirmar o trigésimo segundo título do seu historial, sem ter de pensar em resultados de terceiros, dando asas à coroação de uma caminhada triunfante, superior e meritória dos encarnados. O golo de Cardozo, aos três minutos, logo seguido de uma expulsão de Wires, aos onze, desbravou caminho à cavalgada benfiquista, galvanizado pelo público, empurrado para a vitória, levado por uma mole humana sedenta de conquistas. Houve oportunidades mais do que suficientes. Não foram, porém, concretizadas. Ricardo Chaves, médio do Rio Ave, ameaçou a festa. Até Cardozo, de novo decisivo, confirmar o triunfo. O Benfica ganhou, encheu-se de alegria e fez a sua festa. É campeão nacional!
Numa história, para ser verdadeiramente uma história convencional, tem de haver heróis e vilões. O papel do Rio Ave era ingrato. Jogar na Luz, com a iminência de ver o Benfica sagrar-se campeão nacional, não poderia ser aliciante. Havia, contudo, o brio para manter. E História, caso conseguisse tirar o título aos encarnados, com a vontade de cometer uma gracinha e mostrar qualidade suficiente para não deixar o Benfica festejar como bem entendesse. Não seria um mero figurante. A ideia, pelo menos, era essa. O Benfica entrou forte, pressionando, carregando até chegar ao golo. Veio logo aos três minutos. A Luz explodiu em delírio. O mais difícil estava feito, o caminho desbravado, Cardozo colocara a bola na baliza de Carlos, os encarnados, mandões e imperiais, já tinham marcado o seu território. O público sentiu o triunfo na mão. Sentiu o título.
Falou-se em heróis e vilões. Vamos aos vilões, primeiro. Wires foi mais do que isso: apareceu na Luz como um diabo, um pesadelo em que Carlos Brito se viu inserido, traindo a sua equipa. Esteve onze minutos em campo. E fez tudo mal: nervoso, ansioso, um autêntico desastre. Aos três minutos, Wires não tirou a bola, deixou-a na sua área, Cardozo antecipou-se a Gaspar e marcou. À matador, oportuno e matreiro, Tacuara decidiu. Foi ele o herói do Benfica. O defesa brasileiro do Rio Ave, contudo, haveria de cometer um real suicídio. Suicídio, sim, sem tirar nem pôr. Aos onze minutos, sem acerto nem orientação, levantou o pé, atingiu Ramires com violência, Jorge Sousa expulsou-o. É-lhe familiar? Basta lembrar o jogo com o Olhanense: aí, nessa partida, Delson cometeu grande penalidade e foi expulso em sete minutos. Anúncio de morte vila-condense.
OPORTUNIDADES EM CATADUPA SEM PROVEITO
Com uma mão sobre o troféu do seu trigésimo segundo título de campeão nacional, com um jogador a mais, os benfiquistas sorriram de alegria. As probabilidades de serem felizes aumentaram. Tudo corria de feição, afinal. O Benfica assumiu o jogo, quis presentear o universo encarnado num momento de comemoração, juntar o útil ao agradável, uma vitória a um jogo de qualidade, circularam a bola e procuraram marcar o segundo golo. Bola de pé para pé, Aimar para Martins, Saviola pelo meio, perigo constante. Criaram, de forma natural, oportunidades para dilatar a vantagem. Apareceu um segundo herói, agora do outro lado, o que menos merecia que Wires estivesse tão mal em campo: Carlos, guarda-redes, uma exibição monstruosa para impedir os encarnados de trucidarem a sua equipa. Também a vontade de resolver cedo traiu o Benfica.
Pelo meio das oportunidades tidas pelos encarnados, com o início do duelo entre Aimar e Carlos, superior o guarda-redes angolano, com Saviola falhando um chapéu que seria extraordinário para culminar uma longa caminhada, o Rio Ave assustou. Há esse mérito dos vila-condenses: nunca baixaram os braços, aceitaram as condições, perceberam que nada havia a perder, só com uma postura consistente e, sempre que possível, ousada poderiam deixar a sua marca. Bruno Gama, antes do intervalo, aproveitou uma descoordenação - César Peixoto e David Luiz quiseram ambos tirar a bola - para rematar perto da baliza de Quim. Serviu, pelo menos, para demonstrar que o Rio Ave, apesar de todas as adversidades, se mantinha vivo. Poderia ter uma palavra a dizer. Nunca desistir é uma imagem de marca de Carlos Brito. Tinha sido prometido no início.
TRAZES AS CHAVES, ÓSCAR?
A segunda parte começara há seis minutos na Luz. Já Aimar testara Carlos, de novo com resposta pronta, o público benfiquista voltou a festejar, saltando das cadeiras, erguendo cachecóis, puxando pelas gargantas. Não marcou o Benfica, mas marcara o Nacional ante o Sp.Braga. O efeito, está fácil de ver, é exactamente o mesmo. A conjugação perfeita, ganhando em dois tabuleiros, para a consagração encarnada. Faltava um segundo golo na Luz para colocar a cereja no topo do bolo. Airton, já depois de Carlos Martins, tentou-o, acertou nos ferros da baliza de Carlos, Saviola concluiu com êxito. Contudo em posição irregular, o que invalidou a jogada. Os corações dos benfiquistas bateram forte, mais do que nunca, ansiosos por chegar à tranquilidade. O Sp.Braga empatara e um golo caído do céu poderia fazer tremer a equipa. Assim foi.
O Rio Ave marcou e Al Pacino sorriu por ver que ainda poderia haver suspense, contrariando a tese inicial de que não haveria qualquer sobressalto no passeio triunfante do Benfica. O Rio Ave, já se disse, nunca enrolou a bandeira, tentou a sua sorte, chegou mesmo ao empate. A vinte minutos do final, Ricardo Chaves, numa falha defensiva dos encarnados, cabeceou com sucesso. A Luz gelou por momentos. O resultado da Madeira não era desfavorável, mas o futebol é uma caixinha de surpresas. Os benfiquistas mais pessimistas terão, por certo, ver o título fugir. Seria um verdadeiro golpe de teatro. A ânsia do Benfica em fazer tudo bem, em marcar, em resolver a questão rapidamente e com brilho, fez-se sentir. Subiu a tensão, a apreensão, as unhas caíram num ritmo alucinante, Jorge Jesus apressou o passo na área técnica. Cardozo trouxe o sossego.
Passaram seis minutos desde o golo de Ricardo Chaves, o Benfica dispôs de um canto. Airton cobrou-o, a defesa do Rio Ave não afastou o perigo, Gaspar novamente infeliz como no primeiro tento, colocou a bola à entrada da pequena área, Cardozo esticou a perna direita e fez golo. O golo da vitória, do título, da sua conquista individual perante Falcao na luta pelos goleadores. Foi um golo feliz, é certo. Mas Tacuara estava lá, solto, preparado para aliviar a tensão dos benfiquistas, fazê-los dar largas aos festejos, abrir o champanhe e agitar as bandeiras. A loucura invadiu a Luz. Nas bancadas, no banco, no relvado. Todos perceberam que a festa, agora, não iria fugir. Os gritos de campeão, as buzinas de vitória, os vivas aos jogadores e a Jorge Jesus, o obreiro deste título, na confirmação de uma conquista anunciada. E merecida. O Benfica é campeão!
Noventa minutos e um ponto para conquistar. Era somente o que faltava para o Benfica confirmar o trigésimo segundo título do seu historial, sem ter de pensar em resultados de terceiros, dando asas à coroação de uma caminhada triunfante, superior e meritória dos encarnados. O golo de Cardozo, aos três minutos, logo seguido de uma expulsão de Wires, aos onze, desbravou caminho à cavalgada benfiquista, galvanizado pelo público, empurrado para a vitória, levado por uma mole humana sedenta de conquistas. Houve oportunidades mais do que suficientes. Não foram, porém, concretizadas. Ricardo Chaves, médio do Rio Ave, ameaçou a festa. Até Cardozo, de novo decisivo, confirmar o triunfo. O Benfica ganhou, encheu-se de alegria e fez a sua festa. É campeão nacional!
Numa história, para ser verdadeiramente uma história convencional, tem de haver heróis e vilões. O papel do Rio Ave era ingrato. Jogar na Luz, com a iminência de ver o Benfica sagrar-se campeão nacional, não poderia ser aliciante. Havia, contudo, o brio para manter. E História, caso conseguisse tirar o título aos encarnados, com a vontade de cometer uma gracinha e mostrar qualidade suficiente para não deixar o Benfica festejar como bem entendesse. Não seria um mero figurante. A ideia, pelo menos, era essa. O Benfica entrou forte, pressionando, carregando até chegar ao golo. Veio logo aos três minutos. A Luz explodiu em delírio. O mais difícil estava feito, o caminho desbravado, Cardozo colocara a bola na baliza de Carlos, os encarnados, mandões e imperiais, já tinham marcado o seu território. O público sentiu o triunfo na mão. Sentiu o título.
Falou-se em heróis e vilões. Vamos aos vilões, primeiro. Wires foi mais do que isso: apareceu na Luz como um diabo, um pesadelo em que Carlos Brito se viu inserido, traindo a sua equipa. Esteve onze minutos em campo. E fez tudo mal: nervoso, ansioso, um autêntico desastre. Aos três minutos, Wires não tirou a bola, deixou-a na sua área, Cardozo antecipou-se a Gaspar e marcou. À matador, oportuno e matreiro, Tacuara decidiu. Foi ele o herói do Benfica. O defesa brasileiro do Rio Ave, contudo, haveria de cometer um real suicídio. Suicídio, sim, sem tirar nem pôr. Aos onze minutos, sem acerto nem orientação, levantou o pé, atingiu Ramires com violência, Jorge Sousa expulsou-o. É-lhe familiar? Basta lembrar o jogo com o Olhanense: aí, nessa partida, Delson cometeu grande penalidade e foi expulso em sete minutos. Anúncio de morte vila-condense.
OPORTUNIDADES EM CATADUPA SEM PROVEITO
Com uma mão sobre o troféu do seu trigésimo segundo título de campeão nacional, com um jogador a mais, os benfiquistas sorriram de alegria. As probabilidades de serem felizes aumentaram. Tudo corria de feição, afinal. O Benfica assumiu o jogo, quis presentear o universo encarnado num momento de comemoração, juntar o útil ao agradável, uma vitória a um jogo de qualidade, circularam a bola e procuraram marcar o segundo golo. Bola de pé para pé, Aimar para Martins, Saviola pelo meio, perigo constante. Criaram, de forma natural, oportunidades para dilatar a vantagem. Apareceu um segundo herói, agora do outro lado, o que menos merecia que Wires estivesse tão mal em campo: Carlos, guarda-redes, uma exibição monstruosa para impedir os encarnados de trucidarem a sua equipa. Também a vontade de resolver cedo traiu o Benfica.
Pelo meio das oportunidades tidas pelos encarnados, com o início do duelo entre Aimar e Carlos, superior o guarda-redes angolano, com Saviola falhando um chapéu que seria extraordinário para culminar uma longa caminhada, o Rio Ave assustou. Há esse mérito dos vila-condenses: nunca baixaram os braços, aceitaram as condições, perceberam que nada havia a perder, só com uma postura consistente e, sempre que possível, ousada poderiam deixar a sua marca. Bruno Gama, antes do intervalo, aproveitou uma descoordenação - César Peixoto e David Luiz quiseram ambos tirar a bola - para rematar perto da baliza de Quim. Serviu, pelo menos, para demonstrar que o Rio Ave, apesar de todas as adversidades, se mantinha vivo. Poderia ter uma palavra a dizer. Nunca desistir é uma imagem de marca de Carlos Brito. Tinha sido prometido no início.
TRAZES AS CHAVES, ÓSCAR?
A segunda parte começara há seis minutos na Luz. Já Aimar testara Carlos, de novo com resposta pronta, o público benfiquista voltou a festejar, saltando das cadeiras, erguendo cachecóis, puxando pelas gargantas. Não marcou o Benfica, mas marcara o Nacional ante o Sp.Braga. O efeito, está fácil de ver, é exactamente o mesmo. A conjugação perfeita, ganhando em dois tabuleiros, para a consagração encarnada. Faltava um segundo golo na Luz para colocar a cereja no topo do bolo. Airton, já depois de Carlos Martins, tentou-o, acertou nos ferros da baliza de Carlos, Saviola concluiu com êxito. Contudo em posição irregular, o que invalidou a jogada. Os corações dos benfiquistas bateram forte, mais do que nunca, ansiosos por chegar à tranquilidade. O Sp.Braga empatara e um golo caído do céu poderia fazer tremer a equipa. Assim foi.
O Rio Ave marcou e Al Pacino sorriu por ver que ainda poderia haver suspense, contrariando a tese inicial de que não haveria qualquer sobressalto no passeio triunfante do Benfica. O Rio Ave, já se disse, nunca enrolou a bandeira, tentou a sua sorte, chegou mesmo ao empate. A vinte minutos do final, Ricardo Chaves, numa falha defensiva dos encarnados, cabeceou com sucesso. A Luz gelou por momentos. O resultado da Madeira não era desfavorável, mas o futebol é uma caixinha de surpresas. Os benfiquistas mais pessimistas terão, por certo, ver o título fugir. Seria um verdadeiro golpe de teatro. A ânsia do Benfica em fazer tudo bem, em marcar, em resolver a questão rapidamente e com brilho, fez-se sentir. Subiu a tensão, a apreensão, as unhas caíram num ritmo alucinante, Jorge Jesus apressou o passo na área técnica. Cardozo trouxe o sossego.
Passaram seis minutos desde o golo de Ricardo Chaves, o Benfica dispôs de um canto. Airton cobrou-o, a defesa do Rio Ave não afastou o perigo, Gaspar novamente infeliz como no primeiro tento, colocou a bola à entrada da pequena área, Cardozo esticou a perna direita e fez golo. O golo da vitória, do título, da sua conquista individual perante Falcao na luta pelos goleadores. Foi um golo feliz, é certo. Mas Tacuara estava lá, solto, preparado para aliviar a tensão dos benfiquistas, fazê-los dar largas aos festejos, abrir o champanhe e agitar as bandeiras. A loucura invadiu a Luz. Nas bancadas, no banco, no relvado. Todos perceberam que a festa, agora, não iria fugir. Os gritos de campeão, as buzinas de vitória, os vivas aos jogadores e a Jorge Jesus, o obreiro deste título, na confirmação de uma conquista anunciada. E merecida. O Benfica é campeão!
1 comentário:
Esta tenho que admitir dentro do genéro não está mal (:
ÉS GRANDE, RI *
BENFICAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA <3
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