quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Apuramento Mundial: A via secundária

CRÓNICA

O mais importante em primeiro lugar: Portugal está apurado para o
playoff de acesso ao Mundial 2010 e tem, por isso, legítimas ambições de marcar presença na África do Sul. O jogo com Malta, sabia-se, seria perfeito para que a Selecção portuguesa pudesse seguir em frente mas nem por isso poderia haver descontracção dos jogadores. A partida foi encarada com toda a seriedade, como teria obrigatoriamente de acontecer, e o resultado foi uma vitória clara. Os malteses não conseguiram nunca ser um adversário na verdadeira acepção da palavra, é certo, mas Portugal tem mérito naquilo que produziu.

Sem poupanças mas com novidades. Assim se apresentou Portugal, em Guimarães, frente à Selecção maltesa. Carlos Queiroz manteve o esquema táctico que apresentara contra a Hungria, lançando Pepe e Miguel Veloso como corpos novos na equipa titular: o central, após ter sido utilizado como vértice mais recuado do losango, voltou à sua posição de origem substituindo Bruno Alves, enquanto Veloso jogou no lado esquerdo da defesa nacional. De resto, tal com era esperado, Pedro Mendes manteve a titularidade e Nani ocupou a vaga deixada em aberto por Cristiano Ronaldo. Malta, claro, como equipa frágil que é trouxe uma estratégia ultra-defensiva que visava aguentar o nulo até aos limites.

Quanto mais depressa surgisse o golo, mais simplificada ficaria a tarefa. Interessava, por isso, ser eficaz o quanto antes.
Foram treze minutos de puro ataque de Portugal. Parecia, passe a expressão, uma prova de tiro ao boneco. O golo era mais do anunciado, mesmo uma questão de tempo até os portugueses fazerem a bola entrar na baliza maltesa. Foi Nani, após duas tentativas falhadas, quem encontrou espaço e rematou certeiro para o primeiro golo de Portugal. O que poderia, a partir daí, mudar? Nada. O jogo continuaria, independentemente do resultado, a ter a baliza de Andrew Hogg como sentido único. A Selecção de Malta lá estava no seu cantinho, sem sequer tentar criar perigo para Eduardo. Assim foi até final.

SEMPRE A AUMENTAR, CLARO!

Portugal chegava à área contrária com extrema facilidade, fruto de uma boa circulação de bola e de jogadas com toque curto. Sem que lhe fosse imposto qualquer obstáculo, certo, mas também por uma exibição muito concentrada e sempre séria dos jogadores portugueses. Nani afigurou-se como o principal perigo para os malteses e o jogador que mais perto esteve de aumentar a vantagem. As oportunidades sucederam-se, porém a pontaria não correspondeu ao caudal ofensivo criado. Viria, já em cima do intervalo, o segundo golo. Depois de ter sido fundamental frente aos húngaros, Simão Sabrosa voltou a deixar a sua marca. Um golo bem parecido com o primeiro. Carregando toda a justiça do planeta.

Chegada a segunda parte, tudo continuaria igual. Aliás, ficou bem patente que nunca os malteses deixariam de jogar no seu meio-campo. A vitória de Portugal deixou de ter de se questionar. Já nada tiraria o playoff. Seguindo a ordem natural dos acontecimentos, sete minutos após o regresso, após a enésima jogada pela direita do ataque português, Miguel Veloso contribuiu para o engordar do resultado. Agora, sim, eram números mais fiéis daquilo que se passava no relvado. Foi precisamente após o terceiro golo que a equipa portuguesa retirou um pouco o pé do acelerador. Nem era necessário mais. A missão estava cumprida. Em cima dos noventa, Edinho, entrado para o lugar de Liedson, concluiu uma excelente triangulação e fixou o resultado final. Venha o playoff, malta!