Onze dias de prova, de muitas complicações, cheia de subidas. A edição 2009 da Volta a Portugal em bicicleta, septuagésima primeira, arranca hoje de Lisboa. Ora, aqui está uma novidade: o regresso da Volta à capital portuguesa, num pequeno prólogo de dois quilómetros e quatrocentos metros. Contudo, são as subidas à Senhora da Graça e, sobretudo, à Torre que se apresentam como principais dificuldades para o pelotão. À semelhança de anos anteriores, o final será em Viseu num contra-relógio individual. Até lá há quase mil e seiscentos quilómetros para percorrer.
Reflexo da situação do país, também a Volta a Portugal encara imensas dificuldades para sobreviver. O ciclismo é um desporto que encontra a sua força nos patrocínios que são conseguidos quer pela organização quer para a existência e continuidade das equipas. Aliás, o menor número de participantes é um dado que salta bem à vista: são apenas cinto e vinte e cinco corredores divididos por catorze equipas, das quais apenas seis são nacionais. Antes que falemos nos candidatos, quem faz parte das formações estrangeiras? Damiano Cunego (Lampre), vencedor do Giro de Itália em 2005, e Alessandro Petacchi (Farnese), um sprinter bem conceituado.
Porém, se Pettachi poderá tentar triunfar nalgumas chegadas em pelotão compacto, não é crível que Cunego esteja em Portugal para discutir as contas da geral - será, isso sim, uma preparação para a Vuelta e para os Mundiais do próximo mês de Setembro. David Blanco, vencedor em 2006 e 2008 e líder do Palmeiras Resort-Tavira, será o principal candidato a vestir a camisola amarela em Viseu. É, muito provavelmente, o ciclista mais completo do pelotão pois trata-se de um bom trepador e muito forte no contra-relógio. No entanto também Hector Guerra, agora chefe-de-fila da Liberty, partilha desses atributos. São dois espanhóis que estarão na linha da frente para vitória final.
De entre os portugueses - Nuno Ribeiro, em 2003, foi o último a vencer a maior prova nacional - há Tiago Machado e Cândido Barbosa. O primeiro, ciclista da Madeinox, é reconhecidamente o corredor com mais futuro em Portugal mas terá ainda muitas outras oportunidades pela frente (tem apenas 25 anos). Ao invés, esta pode ser a derradeira chance de Cândido terminar a Volta com a camisola amarela vestida. O português, o verdadeiro corredor do povo, anseia por uma vitória depois de ter falhado por pouco em anos anteriores. Além disso, partilha a liderança na equipa com David Blanco, nada que se pareça com o que aconteceu na Astana em França, e o espanhol deverá levar vantagem.
Acompanhamento dos melhores momentos da 71ª Volta a Portugal
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