quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Protagonismo escusado

Nunca gostei de Ricardo. Nem pela sua forma de defender nem pela sua forma de comunicar. Não raras vezes assistimos a algumas cenas de vitimização, culpando a comunicação social ou quem quer que fosse de ser responsável pelos seus erros. Nunca o vimos assumir que tinha falhado em determinado lance. Eu, pelo menos, não me recordo. Saiu, em 2007, do Sporting para o Bétis de Sevilha. Uma opção pouco compreensível - exceptuando as condições financeiras - pois abandonou um clube que disputa o título e tem presença constante na Europa por outro que luta para não descer, mesmo sendo noutro campeonato. Perdeu protagonismo.

No entanto, não deixo de reconhecer que Ricardo teve imenso mérito no título do Boavista, em 2001, ou nas duas decisões por penaltis em que esteve envolvido: ambas frente à Inglaterra, no Euro 2004 e no Mundial 2006. Esse momento na Selecção foi talvez quando Ricardo esteve mais em foco. Porém, mesmo aí, nunca conseguiu reunir a unanimidade dos adeptos portugueses. Teve sempre, e não há volta a dar a isso, uma margem de erro muito curta: qualquer passo em falso seu era motivo para falar em Vítor Baía e do facto de Scolari não o convocar. Ricardo nunca conseguiu lidar bem com essa pressão. Chegou Carlos Queiroz e, até agora, não mais voltou a ser chamado.

Numa entrevista publicada hoje no diário A BOLA, Ricardo diz o seguinte sobre as comparações entre o jogo com o Twente, de terça-feira, e o de Alkmaar, em que participou: "Se o Miguel Garcia não tivesse cabeceado e marcado, estava imediatamente atrás dele e de certeza que marcaria. Vieram marcar-me e deixaram o Miguel sozinho, foi uma manobra de desestabilização". Parece-me que são declarações desnecessárias, nesta altura, onde Ricardo tenta buscar um protagonismo escusado. Tal como tinha sido assim quando disse que voltaria para o Sporting. A correr.

1 comentário:

afectado disse...

Não posso com esse gajo...