domingo, 24 de maio de 2009

The final countdown

ANÁLISE JORNADA 30 - LIGA SAGRES

Jornada de múltiplos sentimentos. Alegria, tristeza, alívio e desilusão. Foi a última desta temporada. Para uns, foi a consagração. Para outros, a impotência por não terem conseguido os objectivos. É assim o futebol.


Consagração. Do FC Porto, no Dragão, frente ao Sp.Braga. O título já estava garantido, era tempo de os adeptos voltarem a saudar os campeões. A quarta conquista seguido, estava lá marcado na relva o número. Tiraram-se fotografias em conjunto, os jogadores foram chamados um a um, pintados de azul e branco, o ambiente estava fantástico. Andreia Couto, directora-executiva da Liga, entregou o troféu de campeão. Mais uma ovação. Chegou o jogo. Para os portistas pouca coisa havia em disputa, para o Sp.Braga existia ainda, em caso de vitória, a possibilidade de chegar ao quarto lugar. Avancemos até ao minuto 42 porque até aí o jogo não teve grande interesse, tirando uma perdida incrível de Matheus. Foi aí, a três minutos do intervalo, que os adeptos do Dragão tiveram mais um motivo de festejo, com o golo de Farías. A festa ganhou proporções ainda maiores. Para o reatamento, o ritmo não mudou. O mais importante era festejar. O Sp.Braga conseguiu empatar mas nada estragou a festa. O público ovacionou, os jogadores responderam. Jesualdo Ferreira agradeceu com um rasgado sorriso no dia do seu sexagésimo terceiro aniversário. É a festa do campeão, pronto.

Confirmação. O quarto lugar estava ainda em jogo, tanto poderia ir para o Nacional como para o Sp.Braga. A equipa de Manuel Machado fez-se valer dos dois pontos de vantagem e confirmou ser a melhor equipa logo após os grandes. Os arsenalistas só com uma vitória poderiam lá chegar. Não conseguiram, já vimos. Quanto ao Nacional, jogou em Alvalade, frente a um Sporting com o segundo lugar há muito garantido. Havia uma questão a decidir: o melhor marcador do campeonato, se Nenê se Liedson. O Sporting entrou de rompante, marcou dois golos nos primeiros dez minutos. Não foi o levezinho, foi Derlei. Respondeu o goleador-mor da Liga Sagres, Nenê, com um golo de levantar o estádio. Uma bomba de fora da área. Estava decidido o melhor marcador. Ponto final.

Tristeza. Enorme tristeza, aliás. Belenenses e Trofense desceram à Liga Vitalis, ou seja, não conseguindo o feito heróico de se salvarem na última ronda. O Belenenses não tinham tarefa facilitada. Jogava na Luz, ante o Benfica. Porém, começou da melhor forma com um golo de Silas, aos quatro minutos. A vantagem belenense durou até ao minuto 21: golo de Cardozo., empate. Se a vitória da equipa de Rui Jorge já era pouco provável, ficou impossível, a três minutos do descanso: Saulo, numa atitude inacreditável, agrediu Di María e foi expulso. Começou aí a derrocada do Belenenses. Com superioridade numérica, o Benfica avançou para a baliza de Júlio César. Voltou a marcar, num golaço monumental de Felipe Bastos. Depois, em cima dos noventa, Mantorras fixou o resultado. E o Belenenses desceu. Assim como o Trofense, derrotado em Paços de Ferreira. Ora, à equipa de Tulipa, estreante no campeonato principal, era difícil pedir muito mais. Serão substituídos por Olhanense e União de Leiria - recuperação notável da equipa de Manuel Fernandes.

Alívio. Tiveram o Vitória de Setúbal e o Rio Ave. Os sadinos empataram na Figueira da Foz, num estádio-talismã sempre que toca a lutar pela manutenção. Porém, nem precisavam de somar qualquer ponto devido aos resultados de Trofense e Belenenses. O mesmo se pode dizer dos vila-condenses que venceram, em casa, o Estrela por 2-1. Contudo, existe mais uma semelhança entre ambas as equipas: os treinadores, quase dois bombeiros de serviço. Carlos Cardoso e Carlos Brito chegaram quando os clubes viviam momentos complicados mas terminam como vencedores.

Destaque de forma positiva para a Académica e para o Leixões pelo belíssimo campeonato que conseguiram. No pólo oposto encontram-se o Vitória de Guimarães e o Marítimo, equipas de quem se esperava mais até por aquilo que alcançaram na temporada anterior. Tudo dito, tudo contado ao longo destas 30 jornadas. Para o ano, a Liga Sagres está de volta. Com novos artistas.

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