domingo, 31 de maio de 2009

Taça de Portugal: Lisandro também resolve


Durou apenas até ao sexto minuto o ambiente de euforia criado pelos adeptos do Paços de Ferreira. Foi aí, de forma precoce, precoce de mais, que Lisandro López fez jus ao seu estatuto. Selou a vitória, entregou mais uma dobradinha ao FC Porto, a primeira de Jesualdo Ferreira. O Paços lutou mas ficou-se pelo sonho. Um golo madrugador na final é como que colocar uma mão no troféu. O Porto volta a estar na rua!

Jesualdo Ferreira tinha na final do Jamor uma oportunidade única de juntar mais um título ao seu currículo, conquistando a décima quarta Taça de Portugal do historial portista. Confirmada que estava a ausência de Lucho González e a presença de Hulk, a equipa foi a habitual, apenas com a troca de Helton por Nuno, o guarda-redes da Taça. Já Paulo Sérgio decidiu mexer no seu onze-base: sentou William, o goleador da equipa, no banco e optou por um reforço do meio-campo, surpreendo com a inclusão de Prieto. Era, sem dúvida, uma estratégia de contenção que pretendia segurar os azuis-e-brancos. De certa forma, até fazia sentido que assim fosse.

Não durou mais de seis minutos, no entanto. Raul Meireles pressionou, aproveitou um erro da defesa do Paços e cruzou para Lisandro. O argentino, no seu estilo de antes quebrar que torcer, correu e picou a bola sobre o guarda-redes Cássio. O golo representou um corte na esperança dos pacenses em fazerem história, encaminhou a vitória do FC Porto, enfim, tirou emoção à final. Se a tarefa dos castores já era difícil, ficou quase homérica. Porém, reagiram partindo em busca do golo do empate. E chegaram a estar perto, há que dizê-lo: primeiro num remate de Pedrinha, ao quarto de hora de jogo, que passou perto da barra da baliza de Nuno; mais tarde, aos 23 minutos, foi Jorginho a tentar a sua sorte rematando ao lado. Contudo, era na defesa que estava o maior mal do Paços de Ferreira, com muitos erros e nervosismo. Assim, Lisandro e Hulk estiveram perto de aumentar a vantagem portista. Não passou da intenção.

EM VANTAGEM, ELES SABEM O QUE FAZER

A primeira parte não tinha sido, nem de perto nem de longe, um regalo para a vista. O grande calor que se fazia sentir era uma atenuante, contudo. Se calhar por isso, o clima também resolveu dar um contributo, mudando bruscamente no que toca à temperatura - o sol deu lugar a um estranho nevoeiro. O FC Porto entrou com mais vontade em busca do golo da tranquilidade, que fosse como uma machadada final. Cinco minutos após o reatamento, Raul Meireles acertou no poste, se bem que a bola tenha ainda sido tocada pela ponta dos dedos de Cássio. Mais quatro minutos jogados, mais uma boa ocasião: passe de Mariano, remate de Rodríguez e enorme defesa do guarda-redes brasileiro do Paços. Os dragões, mesmo sem jogar a um grande ritmo, estavam por cima e justificavam a vantagem.

Por fim, já dentro do minuto sessenta, Paulo Sérgio decidiu arriscar. Lançou William, o artilheiro-mor, para o lugar de Prieto que não foi um verdadeiro corpo estranho. Seguiu-se Ferreira. A intenção com a inclusão de ambos era abrir a frente de ataque mas nenhuma das alterações resultou. O FC Porto continuou no seu ritmo, procurando o segundo golo, mas o que é certo é que Jesualdo Ferreira preferiu gerir os últimos minutos lançando Tomás Costa e, mais tarde, Guarín para os lugares de Mariano e Rodríguez. O jogo entrou numa fase de algumas picardias, mais violento, com algum desnorte de Paulo Costa que até aí tinha feito uma arbitragem impecável. Com naturalidade, veio o apito final. E mais uma festa dos portistas.

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