O Sporting habituara-se a lutar. Poderia não possuir as mesmas armas, ter os trunfos limitados, estar condicionado no seu jogo, sim, mas batalhou, porfiou e teve sucesso. Não conquistou o campeonato. Foi, contudo, sempre segundo atrás do FC Porto nos quatro anos do comando de Paulo Bento, garantiu presenças na Liga dos Campeões, apostou forte nas taças internas e preencheu, apesar do vazio de um campeonato nacional que escapa desde o início do novo milénio, o currículo. No ano passado, surpreendido e incapaz, vergou. Sentiu as dificuldades mais forte do que nunca, viveu períodos conturbados a nível interno, mudando de dirigentes e de treinador, não conseguiu nenhuma conquista e assinou uma das páginas mais negras, confrangedoras e vazias da sua história. Tentou reagir. Alterou a linhagem, fez novas apostas, renovou ambições e quis esquecer o passado. Até o seu estatuto de grande ficara em causa.
A verdade, contudo, é que este Sporting, o actual, chega a Dezembro numa posição delicada. De novo. Repetem-se as manifestações de desagrado, repetem-se as oscilações inquietantes entre extremos, repetem-se os erros e repete-se o discurso, ineficaz, que pretende transmitir uma mensagem de trabalho, de garra e que, um dia, vai ter resultados. É uma espiral. Os adeptos desanimam, desconfiam e desligam. Há jogos em que o Sporting se mostra audaz, forte, consistente e revela condições para se assumir, de novo, no seu lugar. A primeira parte da partida com o FC Porto, por exemplo, foi aquilo que o Sporting melhor fez nesta temporada: agressivo, concentrado, altivo, astuto e expedito. Poderia ter funcionado como mote para um futuro mais risonho. O leão não conseguiu. Voltou ao estado inicial: abatido, impotente, frustrado.
Em Dezembro, à décima terceira jornada, o Sporting tem o campeonato perdido. Pode o leitor argumentar que faltam dezassete jogos, cada um deles vale três pontos e há, ao todo, cinquenta e um para disputar. A realidade, contudo, mostra que o leão está mais frágil, mais carente, mais em risco do que o FC Porto - sólido, robusto e invicto. Há, para além das dificuldades vividas no campeonato, o principal objectivo, a eliminação da Taça de Portugal. O Sporting caiu ontem, em Setúbal, frente ao Vitória. Foi surpreendido pela astúcia sadina, equipa extremamente eficaz, não conseguiu soltar-se, revelou-se demasiado amorfo, sem inspiração para afastar a apatia, não teve alma e caiu. Está triste. Caiu, quis levantar-se e não o conseguiu. Queixa-se de si próprio, dos seus medos, do temor que revela em assumir a bola, levantar a cabeça e caminhar rumo a um horizonte. Ao Sporting falta, leitor, um sonho. E, depois, correr para o alcançar.
Tudo vale a pena se a alma não é pequena. É uma mensagem intemporal, que se repete e que define o estado actual do Sporting. Escrevi-o na análise do jogo com o FC Porto, o clássico, em que o leão se mostrou ao nível daquilo que lhe é exigido. O clube - clube, sim, é de propósito! - precisa de um rumo, uma orientação, um horizonte. Precisa de abrir a mente, lutar, querer conquistar e mostrar capacidade empreendedora. Neste momento, leitor, creio que não haja um desígnio. Há a vontade de limpar o passado, esquecer e voltar a ser grande no verdadeiro sentido da palavra. Mas como? Sem sonho, sem metas, sem objectivos? Impossível.
A verdade, contudo, é que este Sporting, o actual, chega a Dezembro numa posição delicada. De novo. Repetem-se as manifestações de desagrado, repetem-se as oscilações inquietantes entre extremos, repetem-se os erros e repete-se o discurso, ineficaz, que pretende transmitir uma mensagem de trabalho, de garra e que, um dia, vai ter resultados. É uma espiral. Os adeptos desanimam, desconfiam e desligam. Há jogos em que o Sporting se mostra audaz, forte, consistente e revela condições para se assumir, de novo, no seu lugar. A primeira parte da partida com o FC Porto, por exemplo, foi aquilo que o Sporting melhor fez nesta temporada: agressivo, concentrado, altivo, astuto e expedito. Poderia ter funcionado como mote para um futuro mais risonho. O leão não conseguiu. Voltou ao estado inicial: abatido, impotente, frustrado.
Em Dezembro, à décima terceira jornada, o Sporting tem o campeonato perdido. Pode o leitor argumentar que faltam dezassete jogos, cada um deles vale três pontos e há, ao todo, cinquenta e um para disputar. A realidade, contudo, mostra que o leão está mais frágil, mais carente, mais em risco do que o FC Porto - sólido, robusto e invicto. Há, para além das dificuldades vividas no campeonato, o principal objectivo, a eliminação da Taça de Portugal. O Sporting caiu ontem, em Setúbal, frente ao Vitória. Foi surpreendido pela astúcia sadina, equipa extremamente eficaz, não conseguiu soltar-se, revelou-se demasiado amorfo, sem inspiração para afastar a apatia, não teve alma e caiu. Está triste. Caiu, quis levantar-se e não o conseguiu. Queixa-se de si próprio, dos seus medos, do temor que revela em assumir a bola, levantar a cabeça e caminhar rumo a um horizonte. Ao Sporting falta, leitor, um sonho. E, depois, correr para o alcançar.
Tudo vale a pena se a alma não é pequena. É uma mensagem intemporal, que se repete e que define o estado actual do Sporting. Escrevi-o na análise do jogo com o FC Porto, o clássico, em que o leão se mostrou ao nível daquilo que lhe é exigido. O clube - clube, sim, é de propósito! - precisa de um rumo, uma orientação, um horizonte. Precisa de abrir a mente, lutar, querer conquistar e mostrar capacidade empreendedora. Neste momento, leitor, creio que não haja um desígnio. Há a vontade de limpar o passado, esquecer e voltar a ser grande no verdadeiro sentido da palavra. Mas como? Sem sonho, sem metas, sem objectivos? Impossível.
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