DUAS DOSES DE TACUARA
Um derby importante, fulcral, decisivo. A meados de Setembro e ainda à quinta jornada, sim, mas assim estabelecido pelos arranques de Benfica e Sporting, sobretudo do campeão, em contraponto com uma entrada triunfante do FC Porto. Na Luz, na sua casa, o Benfica foi mais forte, colocou intensidade e ritmo no jogo, criou mais oportunidades, manietou o Sporting e deu passos seguros. Óscar Cardozo apresentou o pedido formal de desculpas, não em palavras, mas em golos, dois tiros certeiros, que deram a preciosa vitória aos encarnados. Incapaz, passivo e sem garra para colocar em sobressalto o triunfo adversário, o Sporting apresentou a rendição, despertou tarde, acabou com vários elementos no ataque mas sem coesão e consistência. Perdeu terreno.
Óscar Cardozo tem uma relação difícil com os adeptos do Benfica. Marca muitos golos, decide jogos, funciona como verdadeiro abono de família. É herói. E vilão logo após: paradão, lento, complicativo. É adorado e odiado em momentos, tudo depende dele, está proibido de fraquejar. Começou mal a época, como o Benfica, não aproveitou as oportunidades que teve, falhou como não falhara no ano passado, perdeu bolas de golo feito. Apareceu diferente: cansado, distante, triste. Cada vez mais pressionado. Regressou aos golos frente ao Hapoel Tel Avive. Descarregou a raiva, marcou, cansou-se dos assobios, levou os adeptos ao extâse e logo após a unirem-se contra ele. Viu-se obrigado a desculpar-se. Não com palavras, com paninhos quentes, com pedidos de piedade. A um avançado exigem-se golos. Tacuara regressou. E com ele o Benfica.
Sangue na guelra, nervos à flor da pele e suores frio escorrendo pelo rosto. Um derby sente-se, a emoção sobe, a intensidade atinge o máximo. O futebol pode não ser deslumbrante, deixar a desejar até, mas há sempre traços especiais a circundar o duelo entre velhos rivais. Derby à quinta jornada, cedo no calendário, estranhamente decisivo, com margem nula por inícios erráticos, sobretudo dos encarnados, apenas com a vitória no horizonte. Um escorregão do Benfica deixaria o campeão ainda mais longe do topo, vendo o FC Porto no topo, perdendo tempo para recuperar. Jogando em casa, sob brasas, querendo apagar o começo e recuperar o fulgor do passado, o Benfica entrou com tudo. Levado por Óscar Cardozo. Uma, duas, três oportunidades: uma no poste, outra sem acerto e a última dentro da baliza. Passo em frente.
BENFICA, DOMÍNIO TOTAL!
Uma dúzia de minutos, um golo de vantagem do Benfica, encarnados melhor sobre o relvado, mais confortáveis e fortes, perante um Sporting atordido e sem ter ainda capacidade para assumir o jogo. Os leões, de regresso à fórmula inicial depois da revolução em França, sentiram dificuldades nas bolas paradas, a base tremeu, todo o castelo abalou com um Benfica que é bom no ataque à baliza contrária. Cardozo fez as pazes com os golos, com a equipa e com os adeptos. Cumpriu a sua parte e marcou. O Benfica coroou a sua superioridade, chegou ao primeiro objectivo de marcar cedo, continuou forte, tentando libertar-se de todos os fantasmas, mesmo baixando a intensidade. O apito de Carlos Xistra repetiu-se, uma e outra vez, faltas em catadupa, inúmeras paragens, futebol menos vivo. Picardias e escaramuças: derby é derby.
O Sporting entrou mal. Esbarrou num Benfica forte e possessivo, um ar de graça do que produziu na época passada, acumulou erros, teve passividade e não encontrou espaços para chegar à baliza de Roberto. Na primeira parte, por exemplo, os leões não criaram um lance de ataque capaz de levar perigo. O Sporting é uma equipa com querer, sim, mas demasiado passiva. Mais agressivo, mais aguerrido e mais capaz, o Benfica dominou, marcou, ficou com o jogo na mão e jogou como gosta, lançando-se contra o adversário, abrindo brechas e jogando com dinâmica e velocidade. O segundo golo dos encarnados chegou depois do intervalo, cinco minutos de continuidade, marcado por Cardozo. Marcou dois, festejou com o público. Perdão, pediu o paraguaio. Desculpado, claro que está desculpado - grito de um público sedento de golos.
UMA VANTAGEM GARANTIDA NATURALMENTE
Com o passar dos minutos, sentindo-se mandão e intocável no jogo, o Benfica reaproximou-se do que pode realmente fazer. A equipa das primeiras jornadas foi uma caricatura. Nesta ronda, no derby decisivo, os encarnados apareceram melhor, com mais ritmo, mais acutilância e mais confiança. O Benfica teve sempre o comando consigo, foi criando oportunidades, não o fazendo numa enxurrada ofensiva mas sim em momentos, prendendo os movimentos do adversário e impedindo-o de construir lances de futebol ofensivo. A ideia de Jorge Jesus lançar surpreendentemente César Peixoto, em detrimento de Nico Gaitán, fez com que João Pereira, um desequilibrador do Sporting, não se intrometesse no ataque. Sem astúcia nas faixas laterais, com Matías sem espaço, com médios muito distantes, o leão afundou-se.
A primeira vez que o Sporting se acercou com perigo da baliza de Roberto aconteceu perto dos sessenta minutos. Tarde, demasiado tarde, para quem é grande e pretende discutir o jogo na casa do eterno rival. Nasceu de um erro descomunal de Rúben Amorim, dando a Liedson a oportunidade de descontar: o Levezinho está longe do que era, perdeu capacidade para resolver, não acertou com o golo. Depois, Postiga, lançado por Paulo Sérgio, obrigou Roberto, por entre tremeliques, a agir. O Sporting tentou importunar o Benfica, acrescentar alguma emoção à ponta final, responderam os encarnados por duas vezes, ambas com Cardozo, passando ao lado de um resultado mais gordo. Ganhou o Benfica com naturalidade, não sendo deslumbrante ou encantador, mas mostrando maior força, mais argumentos e maior vontade de triunfar.
Sangue na guelra, nervos à flor da pele e suores frio escorrendo pelo rosto. Um derby sente-se, a emoção sobe, a intensidade atinge o máximo. O futebol pode não ser deslumbrante, deixar a desejar até, mas há sempre traços especiais a circundar o duelo entre velhos rivais. Derby à quinta jornada, cedo no calendário, estranhamente decisivo, com margem nula por inícios erráticos, sobretudo dos encarnados, apenas com a vitória no horizonte. Um escorregão do Benfica deixaria o campeão ainda mais longe do topo, vendo o FC Porto no topo, perdendo tempo para recuperar. Jogando em casa, sob brasas, querendo apagar o começo e recuperar o fulgor do passado, o Benfica entrou com tudo. Levado por Óscar Cardozo. Uma, duas, três oportunidades: uma no poste, outra sem acerto e a última dentro da baliza. Passo em frente.
BENFICA, DOMÍNIO TOTAL!
Uma dúzia de minutos, um golo de vantagem do Benfica, encarnados melhor sobre o relvado, mais confortáveis e fortes, perante um Sporting atordido e sem ter ainda capacidade para assumir o jogo. Os leões, de regresso à fórmula inicial depois da revolução em França, sentiram dificuldades nas bolas paradas, a base tremeu, todo o castelo abalou com um Benfica que é bom no ataque à baliza contrária. Cardozo fez as pazes com os golos, com a equipa e com os adeptos. Cumpriu a sua parte e marcou. O Benfica coroou a sua superioridade, chegou ao primeiro objectivo de marcar cedo, continuou forte, tentando libertar-se de todos os fantasmas, mesmo baixando a intensidade. O apito de Carlos Xistra repetiu-se, uma e outra vez, faltas em catadupa, inúmeras paragens, futebol menos vivo. Picardias e escaramuças: derby é derby.
O Sporting entrou mal. Esbarrou num Benfica forte e possessivo, um ar de graça do que produziu na época passada, acumulou erros, teve passividade e não encontrou espaços para chegar à baliza de Roberto. Na primeira parte, por exemplo, os leões não criaram um lance de ataque capaz de levar perigo. O Sporting é uma equipa com querer, sim, mas demasiado passiva. Mais agressivo, mais aguerrido e mais capaz, o Benfica dominou, marcou, ficou com o jogo na mão e jogou como gosta, lançando-se contra o adversário, abrindo brechas e jogando com dinâmica e velocidade. O segundo golo dos encarnados chegou depois do intervalo, cinco minutos de continuidade, marcado por Cardozo. Marcou dois, festejou com o público. Perdão, pediu o paraguaio. Desculpado, claro que está desculpado - grito de um público sedento de golos.
UMA VANTAGEM GARANTIDA NATURALMENTE
Com o passar dos minutos, sentindo-se mandão e intocável no jogo, o Benfica reaproximou-se do que pode realmente fazer. A equipa das primeiras jornadas foi uma caricatura. Nesta ronda, no derby decisivo, os encarnados apareceram melhor, com mais ritmo, mais acutilância e mais confiança. O Benfica teve sempre o comando consigo, foi criando oportunidades, não o fazendo numa enxurrada ofensiva mas sim em momentos, prendendo os movimentos do adversário e impedindo-o de construir lances de futebol ofensivo. A ideia de Jorge Jesus lançar surpreendentemente César Peixoto, em detrimento de Nico Gaitán, fez com que João Pereira, um desequilibrador do Sporting, não se intrometesse no ataque. Sem astúcia nas faixas laterais, com Matías sem espaço, com médios muito distantes, o leão afundou-se.
A primeira vez que o Sporting se acercou com perigo da baliza de Roberto aconteceu perto dos sessenta minutos. Tarde, demasiado tarde, para quem é grande e pretende discutir o jogo na casa do eterno rival. Nasceu de um erro descomunal de Rúben Amorim, dando a Liedson a oportunidade de descontar: o Levezinho está longe do que era, perdeu capacidade para resolver, não acertou com o golo. Depois, Postiga, lançado por Paulo Sérgio, obrigou Roberto, por entre tremeliques, a agir. O Sporting tentou importunar o Benfica, acrescentar alguma emoção à ponta final, responderam os encarnados por duas vezes, ambas com Cardozo, passando ao lado de um resultado mais gordo. Ganhou o Benfica com naturalidade, não sendo deslumbrante ou encantador, mas mostrando maior força, mais argumentos e maior vontade de triunfar.
2 comentários:
já sabes qual é a minha opinião, já temos falado nisso.
um grande abraço Ricardo ;)
O Benfica voltou ás exibições de classe do ano passado já o Sporting pareceu mais do mesmo equipa sem ideias liedson demasiado apagado etc.
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