Nove pontos de atraso para o primeiro lugar, oito para o segundo. Vinte e sete em disputa no total até ao fim do campeonato. O FC Porto, inabituado a ter de fazer contas para ultrapassar os rivais há quatro temporadas consecutivas, dominador da última vintena e meia de anos, está numa posição delicada. Há vinte e um anos que não se encontrava tão atrasado para o topo. Por aí se vê a época atípica que os portistas têm tido. A regularidade e eficácia das últimas épocas, que lhes permitiu saírem por cima nos momentos fundamentais, parece perdida. Essa é uma das razões mais claras da quebra do FC Porto, orfão de um pensador, um jogador de fino recorte que comande a equipa e seja capaz de ser decisivo a qualquer momento. Um criador. Esse papel pertence, agora, a Rúben Micael. Apenas recém-chegado.
Época após época, Jesualdo Ferreira tem sido obrigado a reconsrtruir o plantel. E, imperativamente, fazê-lo ganhar o campeonato, lutar pelas outras provas internas e ter uma boa presença na Liga dos Campeões. Sem excepção, é esse o panorama azul. Em consequência disso, os inícios de temporada costumam ser feitos a meio-gás, ainda sem muita eficiência, mas, à medida que os maquinismos vão sendo interiorizados e os novos jogadores se integram na manobra colectiva, o FC Porto inicia a sua cavalgada rumo ao título. Em momentos de aperto, onde é mais importante o controlo emocional do que o futebol evidenciado, os dragões costumavam ser imperiais. Tinham capacidade para ultrapassar as adversidades e usá-las para unir o seu plantel em torno de um propósito: ganhar.
Não sendo propriamente brilhante, o FC Porto foi tetracampeão com todo o mérito. É melhor, reconhecidamente. Esta temporada, contudo, tem havido demasiada irregularidade. Não que, comparativamente com o ano anterior, tenha uma larga diferença pontual. Pelo contrário, são apenas dois pontos. No entanto, faltam a esta equipa o traquejo e a serenidade que valiam vitórias, deixavam os rivais para trás e, no final, faziam toda a diferença. Desta feita, não tem sido assim: nos dois duelos em casa dos grandes, na Luz e em Alvalade, a equipa perdeu a identidade, foi uma sombra de si própria, acusou a pressão de poder encurtar distâncias para o topo e, até, de ter algum favoritismo para a vitória. Perdeu ambos, sem contestação, sem que tenha colocado em causa o triunfo adversário. Foram os piores momentos do dragão.
Há, no FC Porto, uma irregularidade exibicional que dificilmente se explica. A mesma equipa que tão mal esteve nos clássicos em Lisboa, venceu com categoria o Atlético, no Vicente Calderón, e foi avassaladora perante o Sp.Braga, lutando para ser primeiro classificado de forma isolada, na semana que antecedeu a visita desastrosa ao Sporting. A ideia mais visível que fica é que o FC Porto, mesmo acertando com Falcao, Varela e Álvaro Pereria, não conseguiu encontrar um jogador com características semelhantes - nunca se pediria uma cópia - às de Lucho González. A princípio, seria Belluschi, mas o médio argentino, apesar de se ter evidenciado por vezes, tem a tendência para se esconder do jogo. Não o assume. O maestro dos portistas tem sido, desde que foi chegou na reabertura do mercado, Rúben Micael. E a equipa melhorou.
Acresce, ainda, que Raúl Meireles tem tido uma época cinzenta, pouco assertiva, com várias intermitências. Sem jogadores ao seu melhor nível no meio-campo, o FC Porto perde toda a sua capacidade de construção, não fazendo chegar a bola ao ataque, demonstrando dificuldades para lidar com adversários que joguem fechados sobre a sua defesa ou, como aconteceu nos clássicos, tenha superioridade numérica nessa zona cirúrgica. Os portistas têm feito campeonatos sempre em crescendo, acabando invariavelmente por cima, não estão habituados a ter de recuperar terreno. Essa é mais uma novidade. Fundamental: nos últimos quatro anos, nunca o FC Porto teve uma concorrência tão forte, que o obrigue a jogar nos píncaros, sem ceder qualquer espaço. Esta época, contudo, há Benfica e Sp.Braga.
Voltemos ao início: há vinte e sete pontos em disputa, o FC Porto tem nove de atraso para o Benfica. Ainda há possibilidades, sim, mas é improvável que os portistas consigam chegar ao pentacampeonato, pois terão, obrigatoriamente, de vencer todos os seus jogos e esperar que os encarnados escorreguem, pelo menos, três vezes. Convenhamos: mesmo recebendo Sporting, Sp.Braga e, na penúltima jornada, jogando no Dragão, a equipa benfiquista não tem mostrado sinais de quebra ou de poder a entrar num ciclo de resultados negativos, que, nesta temporada, têm escasseado. Para além do Benfica, há ainda a distância de oito pontos para o Sp.Braga. E para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões - presença contínua desde 2003. Aos portistas resta acreditar. Jogo a jogo, com um olho no campo adversário.
Época após época, Jesualdo Ferreira tem sido obrigado a reconsrtruir o plantel. E, imperativamente, fazê-lo ganhar o campeonato, lutar pelas outras provas internas e ter uma boa presença na Liga dos Campeões. Sem excepção, é esse o panorama azul. Em consequência disso, os inícios de temporada costumam ser feitos a meio-gás, ainda sem muita eficiência, mas, à medida que os maquinismos vão sendo interiorizados e os novos jogadores se integram na manobra colectiva, o FC Porto inicia a sua cavalgada rumo ao título. Em momentos de aperto, onde é mais importante o controlo emocional do que o futebol evidenciado, os dragões costumavam ser imperiais. Tinham capacidade para ultrapassar as adversidades e usá-las para unir o seu plantel em torno de um propósito: ganhar.
Não sendo propriamente brilhante, o FC Porto foi tetracampeão com todo o mérito. É melhor, reconhecidamente. Esta temporada, contudo, tem havido demasiada irregularidade. Não que, comparativamente com o ano anterior, tenha uma larga diferença pontual. Pelo contrário, são apenas dois pontos. No entanto, faltam a esta equipa o traquejo e a serenidade que valiam vitórias, deixavam os rivais para trás e, no final, faziam toda a diferença. Desta feita, não tem sido assim: nos dois duelos em casa dos grandes, na Luz e em Alvalade, a equipa perdeu a identidade, foi uma sombra de si própria, acusou a pressão de poder encurtar distâncias para o topo e, até, de ter algum favoritismo para a vitória. Perdeu ambos, sem contestação, sem que tenha colocado em causa o triunfo adversário. Foram os piores momentos do dragão.
Há, no FC Porto, uma irregularidade exibicional que dificilmente se explica. A mesma equipa que tão mal esteve nos clássicos em Lisboa, venceu com categoria o Atlético, no Vicente Calderón, e foi avassaladora perante o Sp.Braga, lutando para ser primeiro classificado de forma isolada, na semana que antecedeu a visita desastrosa ao Sporting. A ideia mais visível que fica é que o FC Porto, mesmo acertando com Falcao, Varela e Álvaro Pereria, não conseguiu encontrar um jogador com características semelhantes - nunca se pediria uma cópia - às de Lucho González. A princípio, seria Belluschi, mas o médio argentino, apesar de se ter evidenciado por vezes, tem a tendência para se esconder do jogo. Não o assume. O maestro dos portistas tem sido, desde que foi chegou na reabertura do mercado, Rúben Micael. E a equipa melhorou.
Acresce, ainda, que Raúl Meireles tem tido uma época cinzenta, pouco assertiva, com várias intermitências. Sem jogadores ao seu melhor nível no meio-campo, o FC Porto perde toda a sua capacidade de construção, não fazendo chegar a bola ao ataque, demonstrando dificuldades para lidar com adversários que joguem fechados sobre a sua defesa ou, como aconteceu nos clássicos, tenha superioridade numérica nessa zona cirúrgica. Os portistas têm feito campeonatos sempre em crescendo, acabando invariavelmente por cima, não estão habituados a ter de recuperar terreno. Essa é mais uma novidade. Fundamental: nos últimos quatro anos, nunca o FC Porto teve uma concorrência tão forte, que o obrigue a jogar nos píncaros, sem ceder qualquer espaço. Esta época, contudo, há Benfica e Sp.Braga.
Voltemos ao início: há vinte e sete pontos em disputa, o FC Porto tem nove de atraso para o Benfica. Ainda há possibilidades, sim, mas é improvável que os portistas consigam chegar ao pentacampeonato, pois terão, obrigatoriamente, de vencer todos os seus jogos e esperar que os encarnados escorreguem, pelo menos, três vezes. Convenhamos: mesmo recebendo Sporting, Sp.Braga e, na penúltima jornada, jogando no Dragão, a equipa benfiquista não tem mostrado sinais de quebra ou de poder a entrar num ciclo de resultados negativos, que, nesta temporada, têm escasseado. Para além do Benfica, há ainda a distância de oito pontos para o Sp.Braga. E para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões - presença contínua desde 2003. Aos portistas resta acreditar. Jogo a jogo, com um olho no campo adversário.
1 comentário:
O Porto de facto anda muito inconstante além do mais penso que a saída de Lucho González não foi bem compensada.
Enviar um comentário