O futebol é feito de ciclos. Alimentados por vitórias, sucessos repetidos, tanto nas equipas como nos intervenientes. No caso dos treinadores, sobretudo em Portugal, os períodos de duração não costumam ser longos. Há, por isso, uma obrigatoriedade de ganhar. O ciclo de Jesualdo Ferreira, nos comandos do FC Porto, chegou ao fim. Na quarta época no Dragão, o que faz dele o treinador que mais tempo dirigiu os portistas na longa era Pinto da Costa, é praticamente uma certeza, até porque só um verdadeiro cataclismo ainda poderia favorecer os dragões, que o título de campeão nacional não será revalidado. Esse é, invariavelmente, o objectivo prioritário do FC Porto. E falhou. Jesualdo tremeu, ficou preso por um fio, as portas de saída abriram-se. Teve a Liga dos Campeões como teste às capacidades de uma equipa demasiado irregular durante toda a temporada. Chumbados, de novo.
Para além da eliminação da maior prova europeia de clubes, os portistas voltaram a sair humilhados, destroçados e sem o que quer que fosse de bom para o futuro, do duelo com o Arsenal, em Londres. Jesualdo Ferreira encolheu os ombros, resignado, aceitou a derrota, pouco poderia dizer perante tamanha prova de força dos gunners, uma antítese de um FC Porto envolto num mundo de erros e incertezas. Os dragões deixaram a Liga dos Campeões sem glória. Com o campeonato como um óasis no deserto, onze pontos que separam o primeiro lugar, com somente vinte e três em jogo, perdeu-se uma prova onde o FC Porto, por mérito próprio, alcançou um estatuto que lhe permite que, sem qualquer surpresa, consiga estar entre as dezasseis melhores equipas europeias.
O que resta, então, a este FC Porto? A Taça da Liga, com a final marcada para o dia 21 de Março, ante o Benfica, e a Taça de Portugal, onde defrontará, nas meias-finais, o Rio Ave. É pouco para o tetracampeão, a equipa que mais se tem destacado no passado recente e, com mais ou menos custo, consegue polvorizar a concorrência. O cenário em 2009-10 é diferente, os portistas parecem ter entrado num pesadelo, perderam a regularidade que tantas alegrias lhes deu e revelam demasiadas intermitências. Não se pretende, obviamente, deixar Jesualdo Ferreira como único réu por esta má temporada azul. Nem o poderia ser, sequer. No entanto, o professor não dispõe de qualquer margem de manobra, parece impotente para reanimar os seus jogadores. O FC Porto necessita de uma mudança.
Jesualdo é, habitualmente, um treinador que corre poucos riscos. E insiste nas suas ideias, não muda com facilidade, opta por manter um 4x3x3 que parece demasiado rotinado no FC Porto. Procura adaptar os jogadores ao esquema e não o contrário, isto é, não opta por uma táctica que retire o melhor rendimento a cada individualidade que possui. Esse é, talvez, o principal defeito do professor. Contudo, é tricampeão, um feito que nunca algum treinador português conseguira, tem o seu mérito nas conquistas do FC Porto e, acima disso, revelou-se fulcral para o crescimento e valorização de vários dos seus jogadores - Bruno Alves, Rolando ou Cissokho, por exemplo. Em todas as épocas, teve também de ser um obreiro, colmatando saídas importantes, para colocar a máquina em funcionamento e, sempre, ser campeão. Conseguiu-o. Até agora. Em que tem o pior plantel dos últimos quatro anos e perdeu Hulk.
O FC Porto deixou sair Lucho e Lisandro, duas peças-chave no seu funcionamento, uma dupla de verdadeiro luxo, Falcao revelou-se uma boa alternativa a Licha, mas falta um comandante. Numa época que, por certo, não deixará saudades aos portistas, é importante que os responsáveis do FC Porto sejam capazes de identificar as causas do insucesso e encontrem soluções. A política de contratações deverá ter uma rota bem definida, tapando lacunas que saltam à vista neste plantel. Os dragões estão órfãos de um criativo, um jogador que espalhe magia e que, queiramos ou não, Rúben Micael ainda não consegue ser. Por outro lado, Guarín, Prediger e Valeri são jogadores que nada mostraram para que possam continuar no Dragão. O fim de ciclo de Jesualdo, se não for acompanhado de outras mudanças, nada trará de novo.
Para além da eliminação da maior prova europeia de clubes, os portistas voltaram a sair humilhados, destroçados e sem o que quer que fosse de bom para o futuro, do duelo com o Arsenal, em Londres. Jesualdo Ferreira encolheu os ombros, resignado, aceitou a derrota, pouco poderia dizer perante tamanha prova de força dos gunners, uma antítese de um FC Porto envolto num mundo de erros e incertezas. Os dragões deixaram a Liga dos Campeões sem glória. Com o campeonato como um óasis no deserto, onze pontos que separam o primeiro lugar, com somente vinte e três em jogo, perdeu-se uma prova onde o FC Porto, por mérito próprio, alcançou um estatuto que lhe permite que, sem qualquer surpresa, consiga estar entre as dezasseis melhores equipas europeias.
O que resta, então, a este FC Porto? A Taça da Liga, com a final marcada para o dia 21 de Março, ante o Benfica, e a Taça de Portugal, onde defrontará, nas meias-finais, o Rio Ave. É pouco para o tetracampeão, a equipa que mais se tem destacado no passado recente e, com mais ou menos custo, consegue polvorizar a concorrência. O cenário em 2009-10 é diferente, os portistas parecem ter entrado num pesadelo, perderam a regularidade que tantas alegrias lhes deu e revelam demasiadas intermitências. Não se pretende, obviamente, deixar Jesualdo Ferreira como único réu por esta má temporada azul. Nem o poderia ser, sequer. No entanto, o professor não dispõe de qualquer margem de manobra, parece impotente para reanimar os seus jogadores. O FC Porto necessita de uma mudança.
Jesualdo é, habitualmente, um treinador que corre poucos riscos. E insiste nas suas ideias, não muda com facilidade, opta por manter um 4x3x3 que parece demasiado rotinado no FC Porto. Procura adaptar os jogadores ao esquema e não o contrário, isto é, não opta por uma táctica que retire o melhor rendimento a cada individualidade que possui. Esse é, talvez, o principal defeito do professor. Contudo, é tricampeão, um feito que nunca algum treinador português conseguira, tem o seu mérito nas conquistas do FC Porto e, acima disso, revelou-se fulcral para o crescimento e valorização de vários dos seus jogadores - Bruno Alves, Rolando ou Cissokho, por exemplo. Em todas as épocas, teve também de ser um obreiro, colmatando saídas importantes, para colocar a máquina em funcionamento e, sempre, ser campeão. Conseguiu-o. Até agora. Em que tem o pior plantel dos últimos quatro anos e perdeu Hulk.
O FC Porto deixou sair Lucho e Lisandro, duas peças-chave no seu funcionamento, uma dupla de verdadeiro luxo, Falcao revelou-se uma boa alternativa a Licha, mas falta um comandante. Numa época que, por certo, não deixará saudades aos portistas, é importante que os responsáveis do FC Porto sejam capazes de identificar as causas do insucesso e encontrem soluções. A política de contratações deverá ter uma rota bem definida, tapando lacunas que saltam à vista neste plantel. Os dragões estão órfãos de um criativo, um jogador que espalhe magia e que, queiramos ou não, Rúben Micael ainda não consegue ser. Por outro lado, Guarín, Prediger e Valeri são jogadores que nada mostraram para que possam continuar no Dragão. O fim de ciclo de Jesualdo, se não for acompanhado de outras mudanças, nada trará de novo.
2 comentários:
Boa crónica
A frase final diz tudo. o FCP precisa de uma revolução ou vai passar uma grande seca...
http://aoutravisao.wordpress.com/
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