COMENTÁRIO
Passaram-se vinte anos desde o último confronto oficial entre Benfica e Marselha, para a Taça dos Campeões Europeus, em Abril de 1990, imortalizado pela mão de Vata. O angolano insiste, quase jura a pés juntos, que marcou com o ombro, a partida ainda está bem presente na memória de qualquer adepto. Desta vez, foram os oitavos-de-final da Liga Europa a colocar os franceses novamente no trilho encarnado. Um jogo difícil, adversários de qualidade, perspectiva de jogo empolgante de uma competição europeia importante, embora sem o prestígio e os milhões da Champions. O Benfica, na fase de grupos, havia ultrapassado, como um verdadeiro rolo compressor que tudo destrói, um adversário forte: o Everton. Este Marselha, contudo, é bem diferente dos ingleses. Nunca nesta Liga Europa o Benfica encontrara opositor tão forte para ultrapassar.
Crónica de uma morte anunciada. Gabriel García Marquéz, escritor colombiano, um certo dia de 1981 lembrou-se de começar um livro pelo final. Desenvolveu-o a partir daí, teve sucesso, prendeu os leitores, mesmo já se conhecendo como a história iria terminar. O comentário a este Benfica-Marselha tem, também, de ser iniciado no minuto noventa. Pelo fim, portanto. O Benfica conseguira colocar-se em vantagem à um quarto de hora, sensivelmente. Num lance confuso, atabalhoado, Mandanda, guarda-redes francês, deixou a bola à disposição de Maxi Pereira. O lateral, claro, encostou para o fundo da baliza do Olympique de Marselha. Um golo de vantagem, não sofrendo em casa, é um resultado bom para a segunda mão. Em cima do final, Ben Arfa empatou. Um golpe duro, tudo virado do avesso. Já fora ameaçado pelos franceses.
Jorge Jesus reconhecera o poder do Marselha, Didier Deschamps o poder do Benfica. Respeito mútuo, então, sem favoritimo declarado de qualquer um deles. Jogar a primeira mão fora pode ser, nestas eliminatórias, favorável, pois a obtenção de um golo tenderá a ser fundamental na resolução das contas da passagem à fase seguinte. O treinador francês foi pragmático, procurou tapar os jogadores mais talentosos dos encarnados, já reconhecera que a sua estratégia dependeria da utilização, como foi o caso, ou não de Aimar. Teve sucesso. O Benfica não conseguiu ter o caudal ofensivo que o tem caracterizado, sentiu dificuldades para impor o seu ritmo dominador, impedido pelo Marselha de conseguir sair organizado para o ataque. A inspiração encarnada foi estancada pela equipa francesa. A táctica resultou.
Lucho González, sempre um comandante com o fino recorte que o caracteriza, de regresso a Portugal depois de saído do FC Porto, foi o primeiro a dispor de uma oportunidade clara de golo. Falhou, ficaram aliviados os portugueses. O remate do argentino teve o condão de abrir o jogo, torná-lo mais intenso, com bom futebol e lances de perigo. O Marselha dispôs de algumas chances, o Benfica, mesmo sem tendo um vendaval atacante, também as teve. O nulo manteve-se, porém, insistente. Aos setenta e seis minutos, Maxi Pereira desatou o nó: Di María cruzou, a defesa marselhesa foi displicente, Mandanda ofereceu o golo ao uruguaio. Custou, é verdade, mas o Benfica conseguiu. Ainda atirou à trave, por Ramires. Teria sido o conforto. Mas estaria para aparecer o tal golo de Ben Arfa. Gelado, gelado, gelado.
Passaram-se vinte anos desde o último confronto oficial entre Benfica e Marselha, para a Taça dos Campeões Europeus, em Abril de 1990, imortalizado pela mão de Vata. O angolano insiste, quase jura a pés juntos, que marcou com o ombro, a partida ainda está bem presente na memória de qualquer adepto. Desta vez, foram os oitavos-de-final da Liga Europa a colocar os franceses novamente no trilho encarnado. Um jogo difícil, adversários de qualidade, perspectiva de jogo empolgante de uma competição europeia importante, embora sem o prestígio e os milhões da Champions. O Benfica, na fase de grupos, havia ultrapassado, como um verdadeiro rolo compressor que tudo destrói, um adversário forte: o Everton. Este Marselha, contudo, é bem diferente dos ingleses. Nunca nesta Liga Europa o Benfica encontrara opositor tão forte para ultrapassar.
Crónica de uma morte anunciada. Gabriel García Marquéz, escritor colombiano, um certo dia de 1981 lembrou-se de começar um livro pelo final. Desenvolveu-o a partir daí, teve sucesso, prendeu os leitores, mesmo já se conhecendo como a história iria terminar. O comentário a este Benfica-Marselha tem, também, de ser iniciado no minuto noventa. Pelo fim, portanto. O Benfica conseguira colocar-se em vantagem à um quarto de hora, sensivelmente. Num lance confuso, atabalhoado, Mandanda, guarda-redes francês, deixou a bola à disposição de Maxi Pereira. O lateral, claro, encostou para o fundo da baliza do Olympique de Marselha. Um golo de vantagem, não sofrendo em casa, é um resultado bom para a segunda mão. Em cima do final, Ben Arfa empatou. Um golpe duro, tudo virado do avesso. Já fora ameaçado pelos franceses.
Jorge Jesus reconhecera o poder do Marselha, Didier Deschamps o poder do Benfica. Respeito mútuo, então, sem favoritimo declarado de qualquer um deles. Jogar a primeira mão fora pode ser, nestas eliminatórias, favorável, pois a obtenção de um golo tenderá a ser fundamental na resolução das contas da passagem à fase seguinte. O treinador francês foi pragmático, procurou tapar os jogadores mais talentosos dos encarnados, já reconhecera que a sua estratégia dependeria da utilização, como foi o caso, ou não de Aimar. Teve sucesso. O Benfica não conseguiu ter o caudal ofensivo que o tem caracterizado, sentiu dificuldades para impor o seu ritmo dominador, impedido pelo Marselha de conseguir sair organizado para o ataque. A inspiração encarnada foi estancada pela equipa francesa. A táctica resultou.
Lucho González, sempre um comandante com o fino recorte que o caracteriza, de regresso a Portugal depois de saído do FC Porto, foi o primeiro a dispor de uma oportunidade clara de golo. Falhou, ficaram aliviados os portugueses. O remate do argentino teve o condão de abrir o jogo, torná-lo mais intenso, com bom futebol e lances de perigo. O Marselha dispôs de algumas chances, o Benfica, mesmo sem tendo um vendaval atacante, também as teve. O nulo manteve-se, porém, insistente. Aos setenta e seis minutos, Maxi Pereira desatou o nó: Di María cruzou, a defesa marselhesa foi displicente, Mandanda ofereceu o golo ao uruguaio. Custou, é verdade, mas o Benfica conseguiu. Ainda atirou à trave, por Ramires. Teria sido o conforto. Mas estaria para aparecer o tal golo de Ben Arfa. Gelado, gelado, gelado.
1 comentário:
Continuo a acreditar que o Benfica vai ganhar ao Vélodrome...
http://aoutravisao.wordpress.com/
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