As claques são importantíssimas num jogo de futebol: pela forma como apoiam, dão cor ao espectáculo nas bancadas, impelindo uma força especial para o relvado, fundamental para os jogadores. Fazem uma cobrança elevada e, por isso, contribuem para que a equipa seja obrigada a dar sempre o seu melhor, sem contemplações para falhanços. Mas, como em tudo, há o reverso da medalha. Um lado escuro, violento, de fanatismo levado ao extremo, ultrapassando os limites da razão, que faz entrar num verdadeiro clima terror, algo que funciona para afastar o público dos estádios. Deverão existir opinião contrárias, amores próprios e adversários. Não inimigos que sejam motivo de ódio e devam abatidos a qualquer custo. Os troféus conquistam-se dentro das quatro linhas. Nunca do lado de fora. A segurança é essencial para o adepto.
Num curto espaço de tempo, em Alvalade e no Algarve, houve conflitos motivados por claques. No jogo de quinta-feira entre o Sporting e o Atlético de Madrid, adeptos de ambos os clubes envolveram-se em confrontos numa chuva de pedras e tochas, obrigando a polícia a agir com tiros para o ar. Resultado: dez agentes da PSP, pelo menos, ficaram feridos. O mote havia sido dado, inexplicavelmente, por Miguel Salema Garção, team-manager dos leões: o Atlético deve ser recebido com hostilidade. Não se pretende, obviamente, atribuir todas as culpas do que aconteceu ao dirigente sportinguista. Contudo, deveria - ainda para mais em alguém que ocupa uma posição importante - ter tido maior prudência nas afirmações. A ideia terá passado por uma pressão constante ao adversário durante os noventa minutos. Nunca antes ou depois.
Não é, todavia, a primeira vez que um grupo organizado de adeptos do Atlético de Madrid cria problemas em Portugal. Na temporada anterior, aquando da visita ao Dragão, para a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, os ultras do Atlético apedrejaram um autocarro de adeptos portistas, desencadeando confrontos entre portugueses e espanhóis. Num clima de pânico de quem nada percebia o que ali se passava, as forças policiais, com maior ou menor dificuldade, conseguiram resolver a situação. No entanto, tal como agora em Alvalade, apenas o fizeram por reacção. Não se haviam prevenido de forma conveniente, conseguindo ter controlo sob as tentativas (porque as há sempre...) de provocar o rival. Feridos, detidos, um cenário de guerra que em nada se enquadra. É isso que queremos no futebol?
Em Portugal, a rivalidade entre portistas e benfiquistas ultrapassa qualquer outra. No Algarve, para a final da Taça da Liga, a GNR de Faro preparou o maior acompanhamento policial de que há memória. A estratégia estava bem delineada, tudo pronto para que as claques não se cruzassem, não havendo por isso hipótese de conflitualidade. No entanto, o plano falhou. Os adeptos do FC Porto chegaram trazendo um rastilho pronto a explodir, insultando os rivais, lançando pedras, levando a polícia a recorrer a tiros de borracha. Já antes, no caminho para o Algarve, tinham existido distúrbios entre adeptos de ambos os clubes. A festa da final ficou, à partida, manchada pela violência, e continuou já no interior do estádio com o lançamento de tochas e cadeiras para o relvado. Tudo por puro divertimento, numa lógica de lei da selva.
Para erradicar definitivamente estas situações do futebol é necessária uma tomada de posição forte por parte dos organismos directivos. Não basta condenar ou repudiar o que se passou, importa essencialmente impedir que se repitam e alastrem. A tal importância que as claques têm para o apoio às suas equipas, o lado positivo, fica afundado em tão graves incidentes. Pior do que isso parece ser o facto de não existirem, ainda, medidas preventivas capazes de pôr cobro a estes actos de vandalismo, sem que isso coloque em causa o bem-estar de quem se desloca ao estádio para ver um jogo de futebol e, naturalmente, dar o seu apoio ao clube. Terão, também, de ser os dirigentes a dar o exemplo, mostrando cordialidade, respeito e fair-play para com os adversários. Para que o futebol seja um espectáculo. Não uma guerra.
Num curto espaço de tempo, em Alvalade e no Algarve, houve conflitos motivados por claques. No jogo de quinta-feira entre o Sporting e o Atlético de Madrid, adeptos de ambos os clubes envolveram-se em confrontos numa chuva de pedras e tochas, obrigando a polícia a agir com tiros para o ar. Resultado: dez agentes da PSP, pelo menos, ficaram feridos. O mote havia sido dado, inexplicavelmente, por Miguel Salema Garção, team-manager dos leões: o Atlético deve ser recebido com hostilidade. Não se pretende, obviamente, atribuir todas as culpas do que aconteceu ao dirigente sportinguista. Contudo, deveria - ainda para mais em alguém que ocupa uma posição importante - ter tido maior prudência nas afirmações. A ideia terá passado por uma pressão constante ao adversário durante os noventa minutos. Nunca antes ou depois.
Não é, todavia, a primeira vez que um grupo organizado de adeptos do Atlético de Madrid cria problemas em Portugal. Na temporada anterior, aquando da visita ao Dragão, para a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, os ultras do Atlético apedrejaram um autocarro de adeptos portistas, desencadeando confrontos entre portugueses e espanhóis. Num clima de pânico de quem nada percebia o que ali se passava, as forças policiais, com maior ou menor dificuldade, conseguiram resolver a situação. No entanto, tal como agora em Alvalade, apenas o fizeram por reacção. Não se haviam prevenido de forma conveniente, conseguindo ter controlo sob as tentativas (porque as há sempre...) de provocar o rival. Feridos, detidos, um cenário de guerra que em nada se enquadra. É isso que queremos no futebol?
Em Portugal, a rivalidade entre portistas e benfiquistas ultrapassa qualquer outra. No Algarve, para a final da Taça da Liga, a GNR de Faro preparou o maior acompanhamento policial de que há memória. A estratégia estava bem delineada, tudo pronto para que as claques não se cruzassem, não havendo por isso hipótese de conflitualidade. No entanto, o plano falhou. Os adeptos do FC Porto chegaram trazendo um rastilho pronto a explodir, insultando os rivais, lançando pedras, levando a polícia a recorrer a tiros de borracha. Já antes, no caminho para o Algarve, tinham existido distúrbios entre adeptos de ambos os clubes. A festa da final ficou, à partida, manchada pela violência, e continuou já no interior do estádio com o lançamento de tochas e cadeiras para o relvado. Tudo por puro divertimento, numa lógica de lei da selva.
Para erradicar definitivamente estas situações do futebol é necessária uma tomada de posição forte por parte dos organismos directivos. Não basta condenar ou repudiar o que se passou, importa essencialmente impedir que se repitam e alastrem. A tal importância que as claques têm para o apoio às suas equipas, o lado positivo, fica afundado em tão graves incidentes. Pior do que isso parece ser o facto de não existirem, ainda, medidas preventivas capazes de pôr cobro a estes actos de vandalismo, sem que isso coloque em causa o bem-estar de quem se desloca ao estádio para ver um jogo de futebol e, naturalmente, dar o seu apoio ao clube. Terão, também, de ser os dirigentes a dar o exemplo, mostrando cordialidade, respeito e fair-play para com os adversários. Para que o futebol seja um espectáculo. Não uma guerra.
1 comentário:
Não sei quando se bane do futebol esta gente que só afasta quem realmente quer ir assistir ao espectáculo desportivo.
Enviar um comentário