Um duelo entre FC Porto e Benfica não pode nunca ser considerado como um simples jogo de futebol. É muito mais do que isso, é uma disputa pertinaz, sem tréguas, onde os adversários se transformam em verdadeiros inimigos de guerra. Por si só, um embate entre águias e dragões é capaz de fazer faísca. O último capítulo da saga, em Dezembro, fez aumentar esse rastilho, a rivalidade, o ódio pelo rival. Daí que esta final da Taça da Liga não pudesse, em momento algum, ser apenas o jogo decisivo de uma competição secundária, em que nenhum dos clubes apostou realmente em vencer - as circustâncias da temporada, contudo, obrigavam o FC Porto a encarar o jogo como sendo de maior relevância. David Luiz dissera, na antevisão da final, que o sucesso estaria destinado à equipa que melhor soubesse controlar as emoções.
A frase do central dos encarnados pode ter passado em claro, afundada por tudo e mais alguma coisa, mas comprovou-se. No Algarve, o Benfica mostrou ser melhor. Em todos os sentidos: tem um futebol mais consistente, maior organização no seu jogo, vive um período de euforia e está motivadíssimo. O FC Porto está mal, em crise, os resultados não aparecem, a equipa parece impotente para fazer frentes aos rivais. Durante o jogo foram bem visíveis as marcas da temporada. Os portistas não tiveram capacidade para se abstrair do que de mau têm feito e partir para uma exibição confiante. Seria, aliás, quase irreal que assim fosse, conhecendo-se os antagónicos estados de alma em que vive cada um dos clubes. O FC Porto não soube controlar a ansiedade, a pressão de ter de vencer e mostrar que ainda se mantém vivo.
Bruno Alves foi a imagem perfeita da equipa azul: descontrolado, ríspido, com os nervos à flor da pele, tentando impedir o mau desfecho mas sem eficácia. O capitão é um jogador de grande valia, actua nos limites, gosta de marcar posição. Frente ao Benfica exagerou. Nas provocações verbais, nos toques aos adversários já depois de ter tirado a bola, nas constantes tentativas de criar escaramuças no relvado, sendo demasiado hostil. Ao não conseguir ter um bom controlo emocional, a tal chave do jogo, o FC Porto nunca soube contrariar o facto de, actualmente, ser inferior aos encarnados. Não teve estofo mental para o interiorizar e se superar a si próprio. Se é certo que os dragões ainda conseguiram reagir à abissal gaffe de Nuno, a partir do momento em que o Benfica fez por justificar a vantagem não mais se acercaram da baliza de Quim.
Há, ainda, outro campo em que o Benfica leva vantagem sobre o FC Porto. Ou melhor: Jorge Jesus ganha a Jesualdo Ferreira. Ao longo da final, com o resultado a seu favor e já com o pensamento no jogo com o Sp.Braga - para o campeonato, a prova que os encarnados declararam como prioritária -, o treinador benfiquista pôde lançar Saviola, Ramires e Cardozo - e deixar Javi García como suplente durante todo o encontro. Jogadores fundamentais na equipa, mas que têm muitos jogos realizados e, naturalmente, sofrem de algum cansaço que se acumula puderam ser poupados. Sem que a equipa tenha baixado substancialmente o seu rendimento, ou seja obrigada a ter de mudar a sua filosofia de jogo por isso, Jesus lançou Airton, Éder Luís e Alan Kardec, todos contratados na reabertura do mercado. E do outro lado? Poucas soluções!
Com o passar do tempo, necessitado de refrescar a equipa e torná-la mais agressiva para procurar ainda colocar em sobressalto o adversário, Jesualdo Ferreira viu-se obrigado a agir. Lançou Fucile e Valeri ao intervalo: o primeiro, por ser mais ofensivo do que Miguel Lopes, para dar maior dinamismo e, ao mesmo tempo, impedir as subidas de Fábio Coentrão; o outro para conferir criatividade ao meio-campo. A aposta em Valeri, um jogador raramente utilizado nesta temporada, revelou-se um verdadeiro fracasso. Mais tarde, mantendo-se ainda alguma esperança num golo que reabrisse o jogo, lançou Orlando Sá, prescindindo de Belluschi. Sem efeitos, de novo. Quem mais havia para apostar? Tomás Costa ou Guarín, para além de Maicon e Beto. E no Benfica? Moreira, Sidnei, Javi García e Nuno Gomes. Sintomático.
A frase do central dos encarnados pode ter passado em claro, afundada por tudo e mais alguma coisa, mas comprovou-se. No Algarve, o Benfica mostrou ser melhor. Em todos os sentidos: tem um futebol mais consistente, maior organização no seu jogo, vive um período de euforia e está motivadíssimo. O FC Porto está mal, em crise, os resultados não aparecem, a equipa parece impotente para fazer frentes aos rivais. Durante o jogo foram bem visíveis as marcas da temporada. Os portistas não tiveram capacidade para se abstrair do que de mau têm feito e partir para uma exibição confiante. Seria, aliás, quase irreal que assim fosse, conhecendo-se os antagónicos estados de alma em que vive cada um dos clubes. O FC Porto não soube controlar a ansiedade, a pressão de ter de vencer e mostrar que ainda se mantém vivo.
Bruno Alves foi a imagem perfeita da equipa azul: descontrolado, ríspido, com os nervos à flor da pele, tentando impedir o mau desfecho mas sem eficácia. O capitão é um jogador de grande valia, actua nos limites, gosta de marcar posição. Frente ao Benfica exagerou. Nas provocações verbais, nos toques aos adversários já depois de ter tirado a bola, nas constantes tentativas de criar escaramuças no relvado, sendo demasiado hostil. Ao não conseguir ter um bom controlo emocional, a tal chave do jogo, o FC Porto nunca soube contrariar o facto de, actualmente, ser inferior aos encarnados. Não teve estofo mental para o interiorizar e se superar a si próprio. Se é certo que os dragões ainda conseguiram reagir à abissal gaffe de Nuno, a partir do momento em que o Benfica fez por justificar a vantagem não mais se acercaram da baliza de Quim.
Há, ainda, outro campo em que o Benfica leva vantagem sobre o FC Porto. Ou melhor: Jorge Jesus ganha a Jesualdo Ferreira. Ao longo da final, com o resultado a seu favor e já com o pensamento no jogo com o Sp.Braga - para o campeonato, a prova que os encarnados declararam como prioritária -, o treinador benfiquista pôde lançar Saviola, Ramires e Cardozo - e deixar Javi García como suplente durante todo o encontro. Jogadores fundamentais na equipa, mas que têm muitos jogos realizados e, naturalmente, sofrem de algum cansaço que se acumula puderam ser poupados. Sem que a equipa tenha baixado substancialmente o seu rendimento, ou seja obrigada a ter de mudar a sua filosofia de jogo por isso, Jesus lançou Airton, Éder Luís e Alan Kardec, todos contratados na reabertura do mercado. E do outro lado? Poucas soluções!
Com o passar do tempo, necessitado de refrescar a equipa e torná-la mais agressiva para procurar ainda colocar em sobressalto o adversário, Jesualdo Ferreira viu-se obrigado a agir. Lançou Fucile e Valeri ao intervalo: o primeiro, por ser mais ofensivo do que Miguel Lopes, para dar maior dinamismo e, ao mesmo tempo, impedir as subidas de Fábio Coentrão; o outro para conferir criatividade ao meio-campo. A aposta em Valeri, um jogador raramente utilizado nesta temporada, revelou-se um verdadeiro fracasso. Mais tarde, mantendo-se ainda alguma esperança num golo que reabrisse o jogo, lançou Orlando Sá, prescindindo de Belluschi. Sem efeitos, de novo. Quem mais havia para apostar? Tomás Costa ou Guarín, para além de Maicon e Beto. E no Benfica? Moreira, Sidnei, Javi García e Nuno Gomes. Sintomático.
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