A DEGOLA DOS INOCENTES
Em Braga, o Sporting perdeu definitivamente o comboio do campeonato. Tinha, no Dragão, uma oportunidade de ouro para ultrapassar um adversário directo e marcar posição na Taça de Portugal, procurando ficar com algo de palpável nesta temporada. Para o FC Porto, um título para defender, uma diferença sobre os leões para atenuar no número de provas conquistadas. Jogo dividido, à partida. Sim, ninguém esperava que fosse uma verdadeira degola dos inocentes. Como foi. Resultado histórico: cinco para o FC Porto, dois para o Sporting. Loucura no Dragão, vergonha de corar dos sportinguistas. O dragão queimou o leão.
FC Porto-Sporting, clássico do futebol português, da Taça de Portugal, uma espécie de final antecipada e transferida do Jamor para o Dragão. Início de um mês louco, recheado de futebol, decisivo para as duas equipas: os leões estão arredados da luta pelo campeonato e viram atenções para as taças, ao passo que os dragões pretendem guardar um título conquistado na época anterior. Um clássico é sempre um clássico, ninguém se quer sentir vergado por um adversário directo. O FC Porto teve uma entrada a todo o gás: ganhou superioridade no meio-campo, tomou conta da bola, conseguiu criar lances de perigo para a baliza de Rui Patrício. Dezoito minutos, depois de o anunciar, chegou ao golo. O Sporting, esse, ainda não tinha entrado verdadeiramente em campo.
O FC Porto marcou. E fê-lo com justiça, perante a superioridade inicial que demonstrou. A vantagem, contudo, durou somente quatro minutos: Izmailov disparou um míssil, Beto não teve armas para o travar, o Sporting empatou. E despertou. Com o golo e com a mutação entre Izmailov e Miguel Veloso, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, claramente onde cada um deles obtém maior rendimento, a equipa leonina conseguiu equilibrar o jogo. Até aparecer uma nova oportunidade. Um novo golo. Eficácia invejável, não? Minuto trinta e quatro: Falcao ganhou a bola, disparou de fora de área, Patrício deixou que lhe fugisse, o dragão voltou a colocar-se na frente. Automaticamente, o FC Porto reassumiu a superioridade que evidenciara até ao empate. Izmailov apenas mexeu.
O EXTÂSE DE UNS É A VERGONHA DE OUTROS
Carlos Carvalhal percebeu que algo na sua equipa não estava bem. Era necessário aumentar a capacidade ofensiva, procurar equilibrar a balança no meio, trocou Adrien Silva por Matías Fernandéz. Imperativo que a equipa conseguisse ligar melhor o seu jogo, construindo futebol atacante e procurando descompensar a defesa do FC Porto. Na teoria, a ideia era essa. Na prática, contudo, antes de qualquer reacção que o Sporting mostrasse, os portistas aumentaram a vantagem: Rúben Micael desenhou o projecto e Falcao deu cor a um quadro azul, azulão, uma vantagem inequívoca. A substituição tinha sido feita há pouco, o FC Porto voltou a atirar o leão ao tapete sem dó. Se não foi o knock-out ao intervalo, quase. Futebol dinâmico e quatro golos. Que mais se lhes pede?
Restava, para a segunda parte, que o Sporting reagisse. Teria forçosamente de entrar pressionante, aguerrido, na busca de um golo que relançasse o resultado. A ideia, mais uma vez, só podia ser essa. Mais uma vez, o FC Porto não deu espaço para que tivesse efeito. Três minutos da segunda parte, golo de Varela, um leão cada vez mais combalido, um dragão imperial. Agora, sim, as dúvidas estavam desfeitas: o Sporting não tinha recursos para ainda discutir a eliminatória. Bateram os dez minutos da segunda parte, Mariano González resolveu fazer um daqueles golos de bandeira, puro espectáculo, visto e revisto. O mal-amado, patinho feio da equipa, levou o Dragão ao extâse. Cinco-a-um?! Carlos Carvalhal baixou a cabeça, absoluta desilusão. O público no clímax, olés ao rival.
Uma pergunta pertinente nesta crónica: que é feito da agressividade do leão? Desapareceu, simplesmente? Esta equipa, convenhamos, não tem nada de Sporting. Falta garra. Os leões estiveram demasiado mal, recuperaram com Carlos Carvalhal, pensou-se que seria a retoma total, mas não foi: as vitórias serviram apenas para atenuar a má imagem da primeira metade de temporada, esta equipa mantém todas as deficiências de outrora. Perdera em Braga, mesmo não sendo inferior, o título; cai, agora, da Taça de Portugal vergado a uma derrota humilhante na casa de um dos maiores rivais. O FC Porto aproveitou, alcançou uma vitória que injecta moral para uma fase decisiva da época. Voltando ao jogo: Liedson, em cima dos noventa, reduziu a derrota. Cinco-a-dois, ponto final.
Em Braga, o Sporting perdeu definitivamente o comboio do campeonato. Tinha, no Dragão, uma oportunidade de ouro para ultrapassar um adversário directo e marcar posição na Taça de Portugal, procurando ficar com algo de palpável nesta temporada. Para o FC Porto, um título para defender, uma diferença sobre os leões para atenuar no número de provas conquistadas. Jogo dividido, à partida. Sim, ninguém esperava que fosse uma verdadeira degola dos inocentes. Como foi. Resultado histórico: cinco para o FC Porto, dois para o Sporting. Loucura no Dragão, vergonha de corar dos sportinguistas. O dragão queimou o leão.
FC Porto-Sporting, clássico do futebol português, da Taça de Portugal, uma espécie de final antecipada e transferida do Jamor para o Dragão. Início de um mês louco, recheado de futebol, decisivo para as duas equipas: os leões estão arredados da luta pelo campeonato e viram atenções para as taças, ao passo que os dragões pretendem guardar um título conquistado na época anterior. Um clássico é sempre um clássico, ninguém se quer sentir vergado por um adversário directo. O FC Porto teve uma entrada a todo o gás: ganhou superioridade no meio-campo, tomou conta da bola, conseguiu criar lances de perigo para a baliza de Rui Patrício. Dezoito minutos, depois de o anunciar, chegou ao golo. O Sporting, esse, ainda não tinha entrado verdadeiramente em campo.
O FC Porto marcou. E fê-lo com justiça, perante a superioridade inicial que demonstrou. A vantagem, contudo, durou somente quatro minutos: Izmailov disparou um míssil, Beto não teve armas para o travar, o Sporting empatou. E despertou. Com o golo e com a mutação entre Izmailov e Miguel Veloso, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, claramente onde cada um deles obtém maior rendimento, a equipa leonina conseguiu equilibrar o jogo. Até aparecer uma nova oportunidade. Um novo golo. Eficácia invejável, não? Minuto trinta e quatro: Falcao ganhou a bola, disparou de fora de área, Patrício deixou que lhe fugisse, o dragão voltou a colocar-se na frente. Automaticamente, o FC Porto reassumiu a superioridade que evidenciara até ao empate. Izmailov apenas mexeu.
O EXTÂSE DE UNS É A VERGONHA DE OUTROS
Carlos Carvalhal percebeu que algo na sua equipa não estava bem. Era necessário aumentar a capacidade ofensiva, procurar equilibrar a balança no meio, trocou Adrien Silva por Matías Fernandéz. Imperativo que a equipa conseguisse ligar melhor o seu jogo, construindo futebol atacante e procurando descompensar a defesa do FC Porto. Na teoria, a ideia era essa. Na prática, contudo, antes de qualquer reacção que o Sporting mostrasse, os portistas aumentaram a vantagem: Rúben Micael desenhou o projecto e Falcao deu cor a um quadro azul, azulão, uma vantagem inequívoca. A substituição tinha sido feita há pouco, o FC Porto voltou a atirar o leão ao tapete sem dó. Se não foi o knock-out ao intervalo, quase. Futebol dinâmico e quatro golos. Que mais se lhes pede?
Restava, para a segunda parte, que o Sporting reagisse. Teria forçosamente de entrar pressionante, aguerrido, na busca de um golo que relançasse o resultado. A ideia, mais uma vez, só podia ser essa. Mais uma vez, o FC Porto não deu espaço para que tivesse efeito. Três minutos da segunda parte, golo de Varela, um leão cada vez mais combalido, um dragão imperial. Agora, sim, as dúvidas estavam desfeitas: o Sporting não tinha recursos para ainda discutir a eliminatória. Bateram os dez minutos da segunda parte, Mariano González resolveu fazer um daqueles golos de bandeira, puro espectáculo, visto e revisto. O mal-amado, patinho feio da equipa, levou o Dragão ao extâse. Cinco-a-um?! Carlos Carvalhal baixou a cabeça, absoluta desilusão. O público no clímax, olés ao rival.
Uma pergunta pertinente nesta crónica: que é feito da agressividade do leão? Desapareceu, simplesmente? Esta equipa, convenhamos, não tem nada de Sporting. Falta garra. Os leões estiveram demasiado mal, recuperaram com Carlos Carvalhal, pensou-se que seria a retoma total, mas não foi: as vitórias serviram apenas para atenuar a má imagem da primeira metade de temporada, esta equipa mantém todas as deficiências de outrora. Perdera em Braga, mesmo não sendo inferior, o título; cai, agora, da Taça de Portugal vergado a uma derrota humilhante na casa de um dos maiores rivais. O FC Porto aproveitou, alcançou uma vitória que injecta moral para uma fase decisiva da época. Voltando ao jogo: Liedson, em cima dos noventa, reduziu a derrota. Cinco-a-dois, ponto final.
1 comentário:
Boa análise.
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