terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Liga Sagres: Três candidatos para um trono

ANÁLISE

Sem desarmar, colados como íman, inseparáveis. Sp.Braga e Benfica, desde a décima segunda jornada, estão em igualdade pontual no topo da tabela. Companhia indesejável, já se sabe, que qualquer um deles gostaria de ver para trás. O cadeirão de líder é grande, sim, mas torna-se desconfortável quando ocupado por outros. Atrás, na perseguição ao atraso para o pentacampeonato, continua o FC Porto. Os portistas estão bem cientes da proibição de perder pontos nesta fase para a corrida a três. Sim, três: para o Sporting já era complicado recuperar a desvantagem, agora, depois de ser derrotado em Braga, é... missão impossível!

Para se ser melhor não basta ter um jogo mais belo, é necessário ser mais consistente. Não adianta apenas colocar magia quando falta coesão, as individualidades raramente se sobrepõem ao colectivo. Este Sp.Braga funciona assim. Funciona como uma grande equipa, como quem sabe o que quer e tem uma estratégia bem delineada. Os testes sucedem-se, as vitórias também, mantém-se a humildade e a recusa de assumir a candidatura ao que quer que seja. O pensamento passa por cada jogo. Neste, com o Sporting, a exibição não foi um regalo para a vista, nada disso, mas foi consistente, sólida e teve a pontinha de felicidade necessária. Guerreiros cada vez mais na luta, leões abatidos num tiro de Paulo César.

Sem dar qualquer passo em falso, perseguição que não finda. O Benfica mantém-se colado ao topo, olhos postos no primeiro lugar, convicção de que o título é bem possível. Um futebol solidificado, superior e que deixa o adversário reduzido à sua área, impedindo que tenha bola. Não é sufocante como no início, é dominador e senhorial do território e das zonas de batalha. No tira-teimas, o quarto jogo da época com o Vitória de Guimarães, sobressaiu Carlos Martins. Fez dois golos espectaculares, tiros de canhão num castelo que ruiu. Um verdadeiro diabo à solta. O Benfica ganhou com justiça, foi melhor, não deu chances à reacção vimaranense. Nem quando Martins inverteu o papel de herói, foi vilão e deixou a equipa com menos um.

Ainda agora chegou mas já tem o comando do futebol da equipa: Rúben Micael, segundo jogo pelos dragões, estreia no campeonato, foi o centro do jogo do FC Porto, a partir de onde se desenrolou o futebol portista. O médio madeirense integrou-se bem, parece que já joga com estes companheiros há muito. Frente ao Nacional, na Choupana, num terreno complicado, as dificuldades quedaram-se pela meia-hora de jogo: penalty para o FC Porto, expulsão de Alex Bruno, golo de Varela. Com menos um jogador, o Nacional revelou-se incapaz de tentar reagir e, durante a hora que ainda faltava, os portistas tomaram conta do jogo. Varela marcou mais um, Falcao também acrescentou dois golos à lista. O dragão deu um ar de graça.

A União de Leiria, desde que Lito Vidigal assumiu o comando, tem escalado a tabela. Actualmente, após a vitória sobre o Olhanense, por 2-0, os leirienses chegaram ao quinto lugar, com apenas um ponto de atraso para o Sporting, têm a manutenção quase assegurada e poderão ambicionar uma classificação mais aliciante. O Paços de Ferreira, com uma reviravolta sobre a Académica (2-1), conseguiu também pontos importantes que lhe permitem algum desafogo. Nos lugares de descida, o Belenenses mantém-se em último (perdeu, com a Naval, por 1-0) e o Leixões voltou a cair para o penúltimo posto (foi derrotado pelo Marítimo, 1-2), trocando com o Vitória de Setúbal, que empatou (2-2) com o Rio Ave.