quinta-feira, 2 de julho de 2009

Olhar para as eleições do Benfica

Não há volta a dar. As eleições do Benfica transformaram-se num verdadeiro circo mediático a partir do momento em que os órgãos sociais em exercício resolveram demitir-se em bloco. A causa alegada para essa demissão, disse o presidente da assembleia-geral Manuel Vilarinho, foi a instabilidade que o clube atravessava. Foi apenas uma desculpa, porém. A decisão de antecipar as eleições de Outubro para Julho dava imenso jeito a Luís Filipe Vieira. Só não esperava que o candidato Bruno Carvalho lhe desse tanto que fazer.

O acto eleitoral está agendado para amanhã. No entanto, neste momento, é ainda uma enorme incógnita se será realizado ou não. Caso a resposta seja afirmativa, fica mais uma pergunta: com quantas candidaturas? No lugar da resposta figura outro ponto de interrogação gigantesco. Nos últimos dois dias sucederam-se as providências cautelares para suspender as eleições. A primeira foi interposta por Carlos Quaresma que, após ver a sua candidatura recusada, acusou Vieira de ter violado os estatutos e Bruno Carvalho de não ter cinco anos de sócio efectivo. Nada conseguiu o que pretendia.

Ontem o caso ganhou novos contornos. Foi noticiado que o Tribunal Cível de Lisboa havia dado seguimento a outra providência cautelar. Esta apresentada por Bruno Carvalho onde alegava exactamente o mesmo contra a candidatura de Luís Filipe Vieira: tinha existido uma violação dos estatutos. Por ordem judicial, Vieira não podia concorrer. No entanto, ao seu estilo, o presidente demissionário afirmou que ia a votos e que não deixaria "um garoto" tomar conta do clube. Com ordem do Tribunal ou sem ela, ele é candidato.

Bruno Carvalho apareceu com ideias novas, mostrando-se optimista para recolocar o Benfica no caminho das vitória. Entende que apenas a sua lista cumpre os requisitos e por isso será candidato único. Afirma que chega de "batota" no clube e que a primeira coisa que fará enquanto presidente passa por convocar uma assembleia-geral onde se marcarão novas eleições. E a oposição de Luís Filipe Vieira: "Não acredito que avance de forma ilegal", afirmou o director-geral do Porto Canal.

Faltam menos de vinte e quatro horas para abrirem as urnas no estádio da Luz. Isto se realmente houver mesmo eleições, claro. Os benfiquistas, os verdadeiros donos do clube, não sabem o que os espera. Agora, também o Movimento "Benfica Vencer, Vencer" pretende que o acto eleitoral seja suspenso. São inúmeras jogadas políticas e é óbvio que o futebol passou para segundo plano. Qualquer pessoa percebe que reina a instabilidade no Benfica desde a antecipação das eleições. Senhor Manuel Vilarinho, o objectivo não era acabar com ela?

1 comentário:

afectado disse...

Uma palhaçada! De parte a parte. É triste... muito triste.