sexta-feira, 3 de julho de 2009

Crónica de uma vitória anunciada

De La Palice. Luís Filipe Vieira venceu as eleições para a presidência do Benfica. Nas segundas eleições mais concorridas de sempre - 20.672 votantes - logo após a eleição de Manuel Vilarinho frente a Vale e Azevedo, Vieira foi reeleito com 91.74% de votos favoráveis e esmagou por completo as pretensões de Bruno Carvalho. Depois de inúmeras polémicas e tentativas de suspender o acto eleitoral, os sócios encarnados tiveram a sua decisão. Debaixo de uma euforia brutal, Vieira tomou posse como presidente para os próximos três anos.

Aquelas que tinham tudo para serem eleições pacíficas em Outubro, tornaram-se numa gigantesca polémica. A sua antecipação para 3 de Julho, devido à demissão em bloco dos órgãos sociais, foi visto como um golpe de estado levado a cabo por Luís Filipe Vieira e fez correr muita tinta. Desde logo, Bruno Carvalho assumiu-se como candidato e, verdade seja dita, foi o único a levar a oposição até final. O Movimento Benfica vencer, vencer mostrou ideias mas não resistiu à recusa de José Eduardo Moniz em encabeçar a lista e acabou por ficar pela teoria.

Ora, o aparecimento do director-geral da TVI foi outro dos momentos mais polémicos da campanha eleitoral. Foi avançado por um diário desportivo nacional que Moniz apenas faria parte de uma estratégia para que investidores espanhóis se apoderassem da marca Benfica. Seja como for, José Eduardo Moniz não se mostrou disponível para ser candidato à presidência. No entanto, afirmou, em jeito de aviso, que talvez o faça nas próximas eleições. Há que dizer que, em sondagens efectuadas, era colocado à frente de Vieira.

Carlos Quaresma, um empresário, foi outro possível candidato mas a sua lista continha, segundo Manuel Vilarinho, irregularidades. Foi ele o primeiro a avançar com uma providência cautelar para suspender as eleições mas sem sucesso. Ficaram Bruno Carvalho e Luís Filipe Vieira, apenas. O director-geral do PortoCanal, independentemente das boas ideias que possa ter, nunca foi um verdadeiro obstáculo para a reeleição de Vieira. Os números confirmam-no. Ao jeito de Gabriel García Márquez, esta foi a crónica de uma vitória anunciada.

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