domingo, 3 de maio de 2009

Aberto o caminho para o tetra!

ANÁLISE JORNADA 28 - LIGA SAGRES

Ponto final, parágrafo. O FC Porto está a um pequeno, pequeno passo de se tornar campeão. Venceu na Madeira, o Marítimo, e aproveitou o empate do Sporting ante a Académica. A festa da consagração poderá ser feita já no próximo jogo, no Dragão, onde encontrará o Nacional, que venceu o Benfica, garantindo a presença europeia e agudizando o mau período encarnado. Atenções também voltadas para a luta pela permanência.

Três pontos, três escassos pontos é aquilo que separa o FC Porto de mais um título de campeão nacional. A vitória frente ao Marítimo, a décima seguida fora de casa, deixa os portistas à espera de novo encontro que lhes possa dar esses tais pontinhos que faltam. Entraram em campo sabendo dos resultados dos mais directos rivais, sabendo que poderiam aumentar a vantagem para seis pontos. O jogo na Madeira era, porventura, o mais difícil que a equipa de Jesualdo Ferreira teria pela frente nesta ponta final. A exibição não foi de luxo, nem de perto nem de longe, mas foi consiste. A vitória, objectivo-mor, foi conseguido: três golos divididos por Raúl Meireles, Rolando e Tomás Costa, a que o Marítimo não teve capacidade para responder. Porém, não se pense que a partida foi um passeio para o FC Porto. A equipa entrou bem, desejosa de resolver logo a questão, dando um enorme passo para o tetra. Depois de um ameaço de Bruno Alves que esbarrou no poste da baliza de Marcos, veio o primeiro golo, o golo de Meireles. Estavam jogados três minutos, não havia melhor começo possível. Em vantagem na partida, são bem conhecidos os atributos dos portistas para controlarem as operações. Foi isso que fizeram, exactamente, ao passo que o Marítimo não conseguia criar perigo para Helton, numa tentativa de imitar aquilo que havia feito na ronda anterior diante do Benfica. No entanto, para o reatamento, Carlos Carvalhal lançou Baba, com a finalidade de dar maior velocidade ao ataque. Conseguiu-o. Os maritimistas subiram de produção, criaram mais perigo. O entrado Baba, por duas vezes, esteve perto do empate. Não foi eficaz e ao invés, o FC Porto marcou o segundo, num desvio de Rolando após livre de Rodríguez. O golo da tranquilidade. Até final houve gestão. Puramente. Marcinho, para o Marítimo, acertou com estrondo na barra a mais ou menos um quarto de hora dos noventa. Aos 83, numa transição rápida, Tomás Costa finalizou o resultado. Ponto final. No jogo e no campeonato.

Paulo Bento tinha dito na antevisão que não era admissível que a Académica voltasse a tirar pontos ao Sporting, depois do nulo em Alvalade. Era obrigatório vencer para manter a perseguição ao FC Porto, esperando por uma escorregadela do líder. Primeiramente existia a necessidade de vencer os seus encontros, só depois olhar para os da concorrência. Em relação ao último onze, apresentado frente ao Estrela da Amadora, regressaram Moutinho e Derlei enquanto que Abel e Tonel voltaram à defesa, em substuição de Pedro Silva (lesionado) e Polga (castigado), respectivamente. A Académica, tranquilamente colocada a meio da tabela, nada tinha a perder e pretendia voltou a ser desmancha-prazeres, retirando pontos à equipa leonina. O início do jogo mostrou que este não era o mesmo Sporting que se tem exibido ultimamente, com garra, atitude e enorme vontade de vencer. Pelo contrário: sem velocidade, sem ideias, com pouco espaço de manobra. A primeira parte quase não teve história, assistiu-se a um jogo sem balizas apesar de disputado. No Sporting, a única equipa a precisar da vitória, o meio-campo não tinha capacidade de produção, João Moutinho estava irreconhecível falhando imensos passes e era Liedson quem tinha de procurar a bola atrás. Após o intervalo, a equipa de Paulo Bento surgiu melhor e com mais vontade de chegar ao golo. A pressão foi aumentando, abriram-se mais espaços. Trocaram-se Adrien por Izmailov e Pereirinha por Djaló, a fim de dar mais largura ofensiva. Aos 73 minutos, apareceu Derlei: boa desmarcação, entrada na área e remate com selo de golo parado pelo gigante Peskovic, ele que teima em não deixar os sportinguistas festejarem depois daquela monumental exibição em Alvalade. Finalmente uma real oportunidade para alguém marcar. Porém, o jogo continuou na mesma toada que trazia, com diversas pausas, quase sem ritmo. Em cima do final, num contra-ataque, Sougou quase fez o golo para a Académica. Rui Patrício, com uma enorme defesa, impediu. O golo e uma vitória injusta dos estudantes. No entanto, o Sporting, esse, ficou fora do título.

Um fala espanhol, o outro diz-se que manuel-machadês. Um teve receio e foi conservador, o outro não. Um, de seu nome Quique Flores, foi impotente para travar um outro, Manuel Machado. E, consequentemente, o Benfica não teve armas para vencer o Nacional. Quique apostou num onze de contenção, com Katsouranis na vez de Di María, fazendo com que Rúben Amorim fosse obrigado a jogar sobre o lado direito, perante um Nacional onde Cléber, na sua posição de médio defensivo, funcionava, por vezes, como central. A equipa insular entrou melhor, com boas combinações entre Nenê e Mateus, sempre com o apoio presente de Rúben Micael e aproveitando bem as subidas dos laterais Patacas e Alonso. O jogo estava entretido mas sem grandes cometimentos. Até aparecer David Luiz, à meia hora, numa boa incursão pela esquerda, rematando para uma enorme defesa de Rafael Bracalli. Depois, foi Cardozo a testar o guarda-redes do Nacional, que voltou a responder da melhor forma. Chegou o intervalo com o nulo, justo. A segunda parte começou de igual forma: o Benfica tinha a iniciativa mas faltava inspiração; o Nacional tentava sair em transições rápidas, a grande arma desta equipa. O jogo ganhou um novo ânimo, entrando nos 50 minutos. Nenê, de muito longe, obrigou Quim a uma boa defesa enquanto que, na resposta, Cardozo esteve perto do golo mas voltou a esbarrar em Bracalli. Quique Flores decidiu, por fim aos 55 minutos, arriscar tirando Katsouranis para lançar Di María. No minuto seguinte, numa dessas tais transições,
Alonso fez um cruzamento milimétrico para Nenê, o goleador-mor, desviar de Quim, aproveitando uma falha de Sidnei. Golo. O Benfica reagiu, tentou o empate, Bracalli não deixou. 64 minutos, dois-zero: contra-ataque rápido, passe de Mateus para Rúben Micael, uma folha seca para dentro da baliza encarnada. Parecia o fim definitivo do Benfica. Não foi porque Reyes, servido de calcanhar por Rúben Amorim, reduziu. Depois, Jorge Sousa deixou passar em claro um penalty de Cléber e David Luiz atirou à barra. Numa altura em que o golo do Benfica era iminente, veio o do Nacional. Transição rápida, cruzamento, golo. Simples de mais.

O Nacional garantiu a presença na Liga Europa, após a vitória sobre o Benfica: aproximou-se do terceiro lugar e afastou-se do quinto, ocupado pelo Sp.Braga, que cedeu um empate em Vila do Conde - ponto precioso para o Rio Ave. Além disso, também o Leixões comprometeu pois foi derrotado pelo Estrela da Amadora, equipa que garantiu a permanência na Liga Sagres. Fora dessas contas está o Vitória de Guimarães, mesmo tendo vencido a Naval, senhora de uma posição tranquila. Em termos de fuga à despromoção, o Vitória de Setúbal somou mais uma vitória, que o catapultou para lugares mais desafogados. Nos lugares que dão descida, continuam Trofense e Belenenses. Independentemente do que possa dar o jogo de amanhã.

1 comentário:

afectado disse...

Quanto aos dois primeiros, estão arrumados. O terceiro, penso ser o Benfica, mas ainda me preocupa o Nacional!

No fundo, o Trofense hoje ganhou novo fôlego ao ganhar ao Belenenses que por sua vez viu a sua vida complicar.

No entanto se o nosso futebol fosse digno, desceriam Estrela e Setúbal. E outros que tenham os salários em atraso, claro.