Midas pegou num ramo, numa pedra e encheu a mão de areia. Tudo se transformou em ouro. Sorridente, radiante e jubiloso seguiu o seu caminho. Ganhara poderes mágicos. Sempre que quisesse, fosse por necessidade ou para satisfazer os seus prazeres, poderia, com um simples toque, ter todo o ouro que pretendesse. Carlos Martins apareceu, no jogo do Benfica com o Olympique Lyonnais, como um novo Rei Midas. A equipa precisou de inspiração, criatividade, capacidade de decidir. Martins colocou o pé, teve fé, transportou aquela rebeldia que sempre lhe estará associada, é um inconformado por natureza, der por onde der, tocou e transformou em ouro. Dos pés do médio português, dourados para os seus e inclementes para os adversários, saíram três cruzamentos perfeitos, geométricos e eficazes como poucos: Alan Kardec concluiu de cabeça, Fábio Coentrão rematou com potência e Javi García desviou nas alturas. Três golos antes do intervalo.
Vêm aí os franceses! O Benfica tremeu em dez minutos. Não foi agressivo, esteve expectante, permitiu que o Lyon assumisse a bola, como gosta e como fez quando vergou os encarnados, pareceu entrar pelos mesmos caminhos sinuosos e viu, por duas vezes, a bola dentro da sua baliza. Nenhuma delas contou, ambas por posição irregular de Briand, mas ficou o aviso francês. O Lyon tentou invadir, instalar-se no território português, entrar de rompante na casa do Benfica. Ameaçou-o. Aos poucos, depois de assentar e serenar, os encarnados equilibraram. Chamaram Carlos Martins, Midas dos tempos modernos, aliaram eficácia e, com Kardec, abriram o resultado. Uma bela oportunidade, cruzamento perfeito e cabeçada portentosa. Os franceses reagiram, tentaram chegar à baliza de Roberto e voltar ao registo inicial. Logo depois o céu lhes desabou em cima da cabeça. Uma oferta, um contra-ataque perfeito e novo golo.
O Benfica tranquilizou-se com o segundo golo, reprimiu o Lyon, partiu confiante rumo ao futuro, crente nas suas capacidades, deixando para trás a derrota sofrida em França. Havia que vingar, deixar outra imagem e ganhar bem. Teve Fábio Coentrão endiabrado como sempre, Salvio finalmente solto para se mostrar, na ausência de Aimar, e Carlos Martins capaz de rasgar, aproveitar e decidir. O campeão chegou ao terceiro golo, antes do intervalo, num desvio de Javi García, perante Hugo Lloris, num canto precioso, outra vez, de Martins. Colocou um ponto final no jogo, fez parágrafo, deixou Claude Puel resignado, os franceses atarantados e sem reacção. Deu um ar de graça do passado, não há como não comparar, partindo para cima do adversário, resolvendo cedo, mostrando intensidade, vontade e uma enorme confiança nas suas capacidades. Dominou, forte e capaz, um Lyon inoperante. Marcou, aos sessenta e sete minutos, o quarto. Adivinham?
Carlos Martins estivera na assistência para três golos. Não se contentara. Faz parte dele, não há volta a dar. Tinha que aproveitar aquele toque de Midas. Liderou o ataque, uma saída rápida do Benfica, trabalhou com Salvio, dois dos principais elementos, até dar para Fábio Coentrão. O lateral correu, foi inteligente, esperou por Hugo Lloris e, com genialidade, colocou-lhe a bola num arco sensacional. Três peças-chave, jogada viva, resultado gordo. Jorge Jesus, a partir daí, pensou no Dragão, geriu o plantel, poupou esforços, lançou jogadores menos utilizados, como Jara, Weldon e Filipe Menezes. O Benfica deu-se mal e mudou do dia para a noite: perdeu intensidade, sentiu o Lyon crescer, de forma muito consentida, abriu brechas na defesa, deixou a estrela cintilante que demonstrara e errou como não pode. Viu Gourcouff reduzir, Gomis encurtar ainda mais e, já no final, Louren chegar aos três golos. Dividiu-se em extremos: setenta minutos entusiasmantes e vinte de pura desconcentração. Sem necessidade depois de tamanho festival.
Vêm aí os franceses! O Benfica tremeu em dez minutos. Não foi agressivo, esteve expectante, permitiu que o Lyon assumisse a bola, como gosta e como fez quando vergou os encarnados, pareceu entrar pelos mesmos caminhos sinuosos e viu, por duas vezes, a bola dentro da sua baliza. Nenhuma delas contou, ambas por posição irregular de Briand, mas ficou o aviso francês. O Lyon tentou invadir, instalar-se no território português, entrar de rompante na casa do Benfica. Ameaçou-o. Aos poucos, depois de assentar e serenar, os encarnados equilibraram. Chamaram Carlos Martins, Midas dos tempos modernos, aliaram eficácia e, com Kardec, abriram o resultado. Uma bela oportunidade, cruzamento perfeito e cabeçada portentosa. Os franceses reagiram, tentaram chegar à baliza de Roberto e voltar ao registo inicial. Logo depois o céu lhes desabou em cima da cabeça. Uma oferta, um contra-ataque perfeito e novo golo.
O Benfica tranquilizou-se com o segundo golo, reprimiu o Lyon, partiu confiante rumo ao futuro, crente nas suas capacidades, deixando para trás a derrota sofrida em França. Havia que vingar, deixar outra imagem e ganhar bem. Teve Fábio Coentrão endiabrado como sempre, Salvio finalmente solto para se mostrar, na ausência de Aimar, e Carlos Martins capaz de rasgar, aproveitar e decidir. O campeão chegou ao terceiro golo, antes do intervalo, num desvio de Javi García, perante Hugo Lloris, num canto precioso, outra vez, de Martins. Colocou um ponto final no jogo, fez parágrafo, deixou Claude Puel resignado, os franceses atarantados e sem reacção. Deu um ar de graça do passado, não há como não comparar, partindo para cima do adversário, resolvendo cedo, mostrando intensidade, vontade e uma enorme confiança nas suas capacidades. Dominou, forte e capaz, um Lyon inoperante. Marcou, aos sessenta e sete minutos, o quarto. Adivinham?
Carlos Martins estivera na assistência para três golos. Não se contentara. Faz parte dele, não há volta a dar. Tinha que aproveitar aquele toque de Midas. Liderou o ataque, uma saída rápida do Benfica, trabalhou com Salvio, dois dos principais elementos, até dar para Fábio Coentrão. O lateral correu, foi inteligente, esperou por Hugo Lloris e, com genialidade, colocou-lhe a bola num arco sensacional. Três peças-chave, jogada viva, resultado gordo. Jorge Jesus, a partir daí, pensou no Dragão, geriu o plantel, poupou esforços, lançou jogadores menos utilizados, como Jara, Weldon e Filipe Menezes. O Benfica deu-se mal e mudou do dia para a noite: perdeu intensidade, sentiu o Lyon crescer, de forma muito consentida, abriu brechas na defesa, deixou a estrela cintilante que demonstrara e errou como não pode. Viu Gourcouff reduzir, Gomis encurtar ainda mais e, já no final, Louren chegar aos três golos. Dividiu-se em extremos: setenta minutos entusiasmantes e vinte de pura desconcentração. Sem necessidade depois de tamanho festival.
1 comentário:
Boa vitória mas péssimos últimos 15 minutos finais.
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