Guerra Fria. Dois blocos. Cenário bélico, aliados em ambas as partes, movimentos de ataque, tentativa de domínio e controlo absoluto das operações existentes. FC Porto de um lado, Benfica do outro: críticas, guerrilhas, justificações, intimidações e confronto. Estão sempre distantes, separados, situam-se em extremos opostos. Qualquer um deles luta por ser campeão nacional. Mas não só: querem ser o principal emblema português, o maior representante do país, alargar a área de influência e tornar-se hegemónico, ganhando, não uma, muitas vezes. Falam em tréguas, em paz, tentam uma espécie de pacto de não-agressão e colocam as preocupações principais, dentro do relvado, acima de tudo. É um bom começo. Só que nunca passa da teoria. São palavras ocas. É impossível uma aproximação. O clima entre portistas e benfiquistas é cada vez mais hostil, mais violento, mais perigoso. Ultrapassou o limiar desportivo.
O próximo embate entre FC Porto e Benfica está marcado para o dia sete de Novembro. Exactamente três meses depois do arranque: em Aveiro, na Supertaça Cândido de Oliveira, o dragão ganhou, aumentou a confiança, aproveitou o abuso de altivez benfiquista, surpreendeu o campeão e iniciou a temporada com o pé direito. O objectivo máximo de ambos é sempre o campeonato. É nele que se empenham, por isso que correm, onde têm uma longa guerra recheada de barreiras e dificuldades para vencer ao rival. Querem ganhar, alimentar o ego e bater forte no adversário. O futebol português está cada vez mais minado de conflitos, de provocações, de jogadas de antecipação que pretendem preparar a batalha com segurança e certificar, ao mesmo tempo, que não há espaço para surpresas. Benfica e FC Porto tentam estar sempre um passo à frente um do outro. O mote é dado pelo dirigentes, levado pelos intervenientes directos e exacerbado pelos adeptos.
O Benfica, depois de ter visto o seu autocarro apedrejado quando se deslocava para Guimarães, por entre as medidas radicais que tomou, pretendeu reforçar as condições de segurança de toda a sua comitiva quando se deslocasse ao Norte do país. É legítimo, natural e compreensível. Infelizmente, contudo, as cenas de violência, com apedrejamentos, insultos ou outro tipo de intimidação, sobretudo nos adeptos organizados em claques mas também alastrada aos próprios jogadores, é algo que acontece com inusitada regularidade. E chega, até, a parecer algo comum. Um confronto - sim, confronto: marcar a palavra a negrito - entre Benfica e FC Porto tem, desde há vários anos, conflitos. Passa pelo rebentamento de petardos, por cânticos ofensivos, por recepções hostis, por lançamento de pedras. No Dragão ou na Luz. Em qualquer um dos lados da barricada. Porque se trata de uma guerra. O mal, leitor, está precisamente neste último ponto: a forma como é encarado o jogo.
O futebol tem diversas faces: a essência, com os passes de letra, as jogadas encantadoras e os toques de calcanhar ou, por outro lado, a forma como é visto: não há adversários, há inimigos; não há um relvado, há um campo de batalha; não há um jogo, há uma luta. E parece valer tudo. O problema é simples, é uma questão cultural, de mentalidade, onde é necessário ganhar seja por que meio for. Benfica e FC Porto agridem-se mutuamente, há muito têm relações cortadas, aproveitam todos os momentos para atacar o rival, para o pressionar e desestabilizar, de forma directa ou indirecta, numa verdadeira Guerra Fria. Pinto da Costa recupera o passado, Luís Filipe Vieira clama por paz mas critica André Villas Boas, o treinador portista responde na mesma moeda. É um ciclo vicioso, sem fim, mantido por todos, porque, no fundo, interessa viver num clima hostil. O choque aproxima-se. Alguém se lembra do que se passará no relvado?
O próximo embate entre FC Porto e Benfica está marcado para o dia sete de Novembro. Exactamente três meses depois do arranque: em Aveiro, na Supertaça Cândido de Oliveira, o dragão ganhou, aumentou a confiança, aproveitou o abuso de altivez benfiquista, surpreendeu o campeão e iniciou a temporada com o pé direito. O objectivo máximo de ambos é sempre o campeonato. É nele que se empenham, por isso que correm, onde têm uma longa guerra recheada de barreiras e dificuldades para vencer ao rival. Querem ganhar, alimentar o ego e bater forte no adversário. O futebol português está cada vez mais minado de conflitos, de provocações, de jogadas de antecipação que pretendem preparar a batalha com segurança e certificar, ao mesmo tempo, que não há espaço para surpresas. Benfica e FC Porto tentam estar sempre um passo à frente um do outro. O mote é dado pelo dirigentes, levado pelos intervenientes directos e exacerbado pelos adeptos.
O Benfica, depois de ter visto o seu autocarro apedrejado quando se deslocava para Guimarães, por entre as medidas radicais que tomou, pretendeu reforçar as condições de segurança de toda a sua comitiva quando se deslocasse ao Norte do país. É legítimo, natural e compreensível. Infelizmente, contudo, as cenas de violência, com apedrejamentos, insultos ou outro tipo de intimidação, sobretudo nos adeptos organizados em claques mas também alastrada aos próprios jogadores, é algo que acontece com inusitada regularidade. E chega, até, a parecer algo comum. Um confronto - sim, confronto: marcar a palavra a negrito - entre Benfica e FC Porto tem, desde há vários anos, conflitos. Passa pelo rebentamento de petardos, por cânticos ofensivos, por recepções hostis, por lançamento de pedras. No Dragão ou na Luz. Em qualquer um dos lados da barricada. Porque se trata de uma guerra. O mal, leitor, está precisamente neste último ponto: a forma como é encarado o jogo.
O futebol tem diversas faces: a essência, com os passes de letra, as jogadas encantadoras e os toques de calcanhar ou, por outro lado, a forma como é visto: não há adversários, há inimigos; não há um relvado, há um campo de batalha; não há um jogo, há uma luta. E parece valer tudo. O problema é simples, é uma questão cultural, de mentalidade, onde é necessário ganhar seja por que meio for. Benfica e FC Porto agridem-se mutuamente, há muito têm relações cortadas, aproveitam todos os momentos para atacar o rival, para o pressionar e desestabilizar, de forma directa ou indirecta, numa verdadeira Guerra Fria. Pinto da Costa recupera o passado, Luís Filipe Vieira clama por paz mas critica André Villas Boas, o treinador portista responde na mesma moeda. É um ciclo vicioso, sem fim, mantido por todos, porque, no fundo, interessa viver num clima hostil. O choque aproxima-se. Alguém se lembra do que se passará no relvado?
3 comentários:
O Benfica não precisa lutar para ser o maior de Portugal porque o é! Sempre foi!
Ao contrário, o outro clube não luta para ser o maior porque jamais ultrapassará o Benfica, luta sim para ser um clube nacional,a qualquer preço, porque a sua génese provinciana e complexada assim o determina.
Fossem ordeiros e honestos e teriam já marcado pontos para a ascenção a nível nacional, como o não são, continuarão provincianos como nasceram.
Palha para o homem!
Estas guerras só entristecem o nosso desporto.
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