Portugal é uma equipa angustiada, impotente, abalada por tudo o que a afecta directamente sem que tenha contribuído para isso e incapaz de lutar contra as adversidades. Vive assombrada, receosa que o céu lhe caia sobre a cabeça, perdeu a confiança nos seus líderes e está entregue à sua sorte. Perde força, desanima, tenta, cai, não se consegue levantar. Nestas situações, más e com tendência a piorar, tudo vem por acréscimo, todos os pormenores sem importância e irrelevantes noutros contextos se transformam em gigantescas falhas que levam ao desespero. Em cinco dias, entre sexta e terça-feira, Portugal quebrou duas séries positivas, marcou a História pela negativa, permitiu que duas selecções, uma frágil e outra ao alcance, terminassem com um sorriso: empatou, parando um ciclo imaculado, contra o Chipre e, agora, piorou a sua situação, confirmando a horrível entrada em cena, ao perder na Noruega. É preciso mais?
Há sempre duas formas de olhar para uma determinada situação. É a tal lógica do copo: meio-cheio ou meio-vazio? Para Agostinho Oliveira, seleccionador interino na vaga deixada em aberto pela suspensão de Carlos Queiroz, há sempre a retirar algo de positivo. Contra o Chipre, apesar do patético empate com quatro golos sofridos, mesmo tendo Portugal demonstrado inusitadas fragilidades defensivas e incapacidade para se fazer valer ante um adversário modesto, o actual comandante da selecção nacional viu um belo jogo atacante. Errou? Não. Mas exigia-se a vitória a Portugal: a parte ofensiva foi cumprida com naturalidade, como obrigação que era, mas a componente defensiva falhou por completo. Contra a Noruega, depois de uma derrota que deixa Portugal, desde logo, em maus lençóis, Agostinho Oliveira gostou da atitude, da vontade de lutar e anteviu futuro para a selecção portuguesa. Copo meio-cheio? Não.
O futebol é, muitas vezes, uma verdadeira roleta. É momentâneo. Há heróis e vilões, as duas coisas num só, até mesmo em apenas um jogo se toca o céu e se desce ao inferno. Eduardo foi, na África do Sul, o jogador português, a par de Fábio Coentrão, em maior destaque: seguro, confiante, guerreiro e heróico para manter a sua baliza a zero. Neste início de caminhada rumo ao próximo Europeu, o guarda-redes português, agora no Génova, está diferente: intranquilo, apático, titubeante. Já falhara ante o Chipre. Em Oslo, num jogo decidido ao detalhe, Eduardo ficará para sempre ligado à derrota, vestindo a pele de culpado depois de ter sido fundamental, um capricho do futebol, por ter sido pouco ágil com a bola nos pés, recebida de Ricardo Carvalho, permitindo o desarme de John Carew e o golo de Huseklepp. Aos vinte minutos, Portugal ficou em desvantagem. A Lei de Murphy, sempre feroz, atacou em força.
A perder desde cedo, num golo consentido, apenas mais um golpe numa equipa combalida e triste, Portugal, que não começara mal, viu-se obrigado a correr atrás do prejuízo, anulando a vantagem dos noruegueses e colocando-se, de novo, no trilho da vitória. Só que à selecção portuguesa faltam ideias, falta um fio condutor, falta consistência para atacar com audácia e rasgo, algo que Agostinho Oliveira também não consegue transmitir através do banco. O tempo foi sempre um forte aliado da Noruega. A Portugal, incapaz de chegar ao golo, aumentou a descrença, a incapacidade e a desorientação. Nunca conseguindo ser um colectivo forte, ao contrário de uma selecção da Noruega muito voluntariosa e solidária, embora perfeitamente ao alcance dos portugueses, Portugal viveu, mais uma vez, das iniciativas de Nani ou Quaresma. Apenas fogachos, tentativas desesperadas de lutar contra tudo, sempre inconsequentes.
Agostinho Oliveira tardou a mexer. Apenas o fez nos vinte minutos finais: trocou Tiago por Danny, mantendo a dupla Manuel Fernandes-Raúl Meireles, sem que tenha arriscado verdadeiramente, prescindindo de um dos médios de cariz mais defensivo, na procura de incutir maior garra, alma e capacidade atacante a uma selecção, a cada minuto, mais descrente. Houve oportunidades, sim, Hugo Almeida ainda colocou a bola na baliza de Knudsen mas em fora-de-jogo, a Noruega também as teve e Portugal não possuiu nunca um caudal de jogo forte e incisivo capaz de desposicionar os defesas noruegues e, enfim, mostrar a teórica superiodade, pelo menos em termos técnicos, da equipa nacional. Mal na leitura, também à deriva num mar de dúvidas, Agostinho Oliveira, a seis minutos do final, lançou Liedson, retirando Quaresma (!), em vão. Portugal é, neste momento, uma caricatura de si próprio. Precisa de um abanão urgente.
Há sempre duas formas de olhar para uma determinada situação. É a tal lógica do copo: meio-cheio ou meio-vazio? Para Agostinho Oliveira, seleccionador interino na vaga deixada em aberto pela suspensão de Carlos Queiroz, há sempre a retirar algo de positivo. Contra o Chipre, apesar do patético empate com quatro golos sofridos, mesmo tendo Portugal demonstrado inusitadas fragilidades defensivas e incapacidade para se fazer valer ante um adversário modesto, o actual comandante da selecção nacional viu um belo jogo atacante. Errou? Não. Mas exigia-se a vitória a Portugal: a parte ofensiva foi cumprida com naturalidade, como obrigação que era, mas a componente defensiva falhou por completo. Contra a Noruega, depois de uma derrota que deixa Portugal, desde logo, em maus lençóis, Agostinho Oliveira gostou da atitude, da vontade de lutar e anteviu futuro para a selecção portuguesa. Copo meio-cheio? Não.
O futebol é, muitas vezes, uma verdadeira roleta. É momentâneo. Há heróis e vilões, as duas coisas num só, até mesmo em apenas um jogo se toca o céu e se desce ao inferno. Eduardo foi, na África do Sul, o jogador português, a par de Fábio Coentrão, em maior destaque: seguro, confiante, guerreiro e heróico para manter a sua baliza a zero. Neste início de caminhada rumo ao próximo Europeu, o guarda-redes português, agora no Génova, está diferente: intranquilo, apático, titubeante. Já falhara ante o Chipre. Em Oslo, num jogo decidido ao detalhe, Eduardo ficará para sempre ligado à derrota, vestindo a pele de culpado depois de ter sido fundamental, um capricho do futebol, por ter sido pouco ágil com a bola nos pés, recebida de Ricardo Carvalho, permitindo o desarme de John Carew e o golo de Huseklepp. Aos vinte minutos, Portugal ficou em desvantagem. A Lei de Murphy, sempre feroz, atacou em força.
A perder desde cedo, num golo consentido, apenas mais um golpe numa equipa combalida e triste, Portugal, que não começara mal, viu-se obrigado a correr atrás do prejuízo, anulando a vantagem dos noruegueses e colocando-se, de novo, no trilho da vitória. Só que à selecção portuguesa faltam ideias, falta um fio condutor, falta consistência para atacar com audácia e rasgo, algo que Agostinho Oliveira também não consegue transmitir através do banco. O tempo foi sempre um forte aliado da Noruega. A Portugal, incapaz de chegar ao golo, aumentou a descrença, a incapacidade e a desorientação. Nunca conseguindo ser um colectivo forte, ao contrário de uma selecção da Noruega muito voluntariosa e solidária, embora perfeitamente ao alcance dos portugueses, Portugal viveu, mais uma vez, das iniciativas de Nani ou Quaresma. Apenas fogachos, tentativas desesperadas de lutar contra tudo, sempre inconsequentes.
Agostinho Oliveira tardou a mexer. Apenas o fez nos vinte minutos finais: trocou Tiago por Danny, mantendo a dupla Manuel Fernandes-Raúl Meireles, sem que tenha arriscado verdadeiramente, prescindindo de um dos médios de cariz mais defensivo, na procura de incutir maior garra, alma e capacidade atacante a uma selecção, a cada minuto, mais descrente. Houve oportunidades, sim, Hugo Almeida ainda colocou a bola na baliza de Knudsen mas em fora-de-jogo, a Noruega também as teve e Portugal não possuiu nunca um caudal de jogo forte e incisivo capaz de desposicionar os defesas noruegues e, enfim, mostrar a teórica superiodade, pelo menos em termos técnicos, da equipa nacional. Mal na leitura, também à deriva num mar de dúvidas, Agostinho Oliveira, a seis minutos do final, lançou Liedson, retirando Quaresma (!), em vão. Portugal é, neste momento, uma caricatura de si próprio. Precisa de um abanão urgente.
1 comentário:
De facto uma selecção sem jogo sem ideias amorfa mas de facto enquanto se apostar nos jogadores só pelo clube e nome não vamos lá.
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