Noventa minutos pela frente, prolongamento se necessário e grandes penalidades como máximo extremo. O Mundial 2010 entrou na fase das decisões, deixando para trás o pragmatismo e os cálculos aos pontos amealhados nos três jogos iniciais, com margem de erro nula. Portugal, sem ser brilhante, apurou-se com comodidade para os oitavos. Cumpriu, no fundo, a sua obrigação: iniciou com cautela frente à Costa do Marfim, devorou uma frágil Coreia do Norte e voltou, com o todo-poderoso Brasil, a jogar pelo seguro. Chegada aos oitavos-de-final da competição, com legítimas aspirações a conseguir uma prestação capaz de recolocar Portugal entre o top mundial, a selecção portuguesa terá, rivalizando com a Espanha, de mostrar a sua fibra. Sem receios, sem temor, sem complexos neste arrufo de vizinhos. Jogando com audácia, coragem e garra. A triplicar.
Tão próximos e tão distantes. Portugal e Espanha, vizinhos ibéricos, diferem em muitos aspectos. Na maioria deles, na grande maioria, os espanhóis saem por cima. No futebol também. A selecção espanhola parte como favorita. Por ser campeã da Europa? Sim, mas não só. A vitória no Europeu de 2008 serve para engrandecer o estatuto de La Roja, indiscutivelmente. Fruto disso e da evolução constante que tem sofrido, alargando horizontes, a Espanha aparece, desde o início, na linha da frente para a conquista do Mundial da África do Sul. Os êxitos alcançados pelo Barcelona, na consolidação de um futebol rendilhado, pensado e extremamente eficaz, naquele famoso tiki-taka que tantos elogios tem merecido, são também um suporte da selecção espanhola. Piqué, Puyol, Sergio Busquets, Xavi e Iniesta são indiscutíveis para Vicente del Bosque. Cinco jogadores blaugrana - Villa só o será na próxima época.
Carlos Queiroz apelidou a selecção espanhola de Barcelona A. Os princípios de jogo, a mentalidade, o passa e repassa para obter uma monstruosa percentagem de posse de bola, com toques curtos entre toda a equipa, são os mesmos. Alguns intérpretes, com destaque para Xavi e Iniesta, sobre quem gira o carrossel ofensivo de ambos, também. Esta Espanha, contudo, não se trata de uma imitação do Barcelona. Não tendo Messi, talvez o maior desequilibrador do Barça, tem David Villa, que provou na fase de grupos atravessar um extraordinário momento, e Fernando Torres, que, mesmo descolorido até agora, conta com inegável talento. Porém, a Espanha não é imbatível. Basta recordar, por exemplo, que começou o Mundial em falso, perdendo, surpreendentemente, com a Suíça. É favorita, sim, mas não vencedora por antecipação.
E Portugal, afinal, o que vale? A resposta terá que ser dada dentro de campo, logo, frente aos espanhóis. Uma das imagens de marca da selecção portuguesa, bem patente nos zero golos sofridos por Eduardo na fase de grupos, tem sido a sua consistência defensiva. Ora, esse é um dos principais factores para ter sucesso. Tal como fez a Suíça. Portugal, porém, possui mais e melhores argumentos do que os suíços que permitam disputar o jogo com nuestros hermanos. Terá de se fazer ouvir, emergir e fazer com que a Espanha não se acomode e deslize pelo relvado. Para conseguir ganhar um lugar nos quartos-de-final do Mundial 2010, a selecção portuguesa precisa de juntar velocidade, genialidade e intenção ofensiva para ruir o suporte espanhol. Defender bem, jogar com inteligência e ser ousado e veloz para colocar Casillas em sobressalto: essa é a receita.
No regresso à Cidade do Cabo, onde Portugal vergou a Coreia do Norte, Carlos Queiroz deverá, após a transfiguração da partida com o Brasil, promover novas mudanças. Face ao fortíssimo meio-campo espanhol, Queiroz pode enveredar por um maior povoamento dessa zona central do relvado. Assim, Portugal jogaria com Pedro Mendes (é crível que, após a utilização de Pepe, volte à titularidade), Raúl Meireles, Tiago e Deco (já refeito da lesão que o obrigou a ficar de fora nos dois últimos jogos). Na frente, procurando velocidade e profundidade para abrir brechas na defesa espanhola, a aposta, para além de Cristiano Ronaldo, deverá recair em Simão Sabrosa. Na defesa, além disso, há outra incógnita. Nos três jogos da fase de grupos, três jogadores foram utilizados na posição de lateral-direito: Paulo Ferreira, Miguel e Ricardo Costa. Para esta partida, onde será importante defender com segurança, o seleccionador deve optar por Paulo Ferreira.
Tão próximos e tão distantes. Portugal e Espanha, vizinhos ibéricos, diferem em muitos aspectos. Na maioria deles, na grande maioria, os espanhóis saem por cima. No futebol também. A selecção espanhola parte como favorita. Por ser campeã da Europa? Sim, mas não só. A vitória no Europeu de 2008 serve para engrandecer o estatuto de La Roja, indiscutivelmente. Fruto disso e da evolução constante que tem sofrido, alargando horizontes, a Espanha aparece, desde o início, na linha da frente para a conquista do Mundial da África do Sul. Os êxitos alcançados pelo Barcelona, na consolidação de um futebol rendilhado, pensado e extremamente eficaz, naquele famoso tiki-taka que tantos elogios tem merecido, são também um suporte da selecção espanhola. Piqué, Puyol, Sergio Busquets, Xavi e Iniesta são indiscutíveis para Vicente del Bosque. Cinco jogadores blaugrana - Villa só o será na próxima época.
Carlos Queiroz apelidou a selecção espanhola de Barcelona A. Os princípios de jogo, a mentalidade, o passa e repassa para obter uma monstruosa percentagem de posse de bola, com toques curtos entre toda a equipa, são os mesmos. Alguns intérpretes, com destaque para Xavi e Iniesta, sobre quem gira o carrossel ofensivo de ambos, também. Esta Espanha, contudo, não se trata de uma imitação do Barcelona. Não tendo Messi, talvez o maior desequilibrador do Barça, tem David Villa, que provou na fase de grupos atravessar um extraordinário momento, e Fernando Torres, que, mesmo descolorido até agora, conta com inegável talento. Porém, a Espanha não é imbatível. Basta recordar, por exemplo, que começou o Mundial em falso, perdendo, surpreendentemente, com a Suíça. É favorita, sim, mas não vencedora por antecipação.
E Portugal, afinal, o que vale? A resposta terá que ser dada dentro de campo, logo, frente aos espanhóis. Uma das imagens de marca da selecção portuguesa, bem patente nos zero golos sofridos por Eduardo na fase de grupos, tem sido a sua consistência defensiva. Ora, esse é um dos principais factores para ter sucesso. Tal como fez a Suíça. Portugal, porém, possui mais e melhores argumentos do que os suíços que permitam disputar o jogo com nuestros hermanos. Terá de se fazer ouvir, emergir e fazer com que a Espanha não se acomode e deslize pelo relvado. Para conseguir ganhar um lugar nos quartos-de-final do Mundial 2010, a selecção portuguesa precisa de juntar velocidade, genialidade e intenção ofensiva para ruir o suporte espanhol. Defender bem, jogar com inteligência e ser ousado e veloz para colocar Casillas em sobressalto: essa é a receita.
No regresso à Cidade do Cabo, onde Portugal vergou a Coreia do Norte, Carlos Queiroz deverá, após a transfiguração da partida com o Brasil, promover novas mudanças. Face ao fortíssimo meio-campo espanhol, Queiroz pode enveredar por um maior povoamento dessa zona central do relvado. Assim, Portugal jogaria com Pedro Mendes (é crível que, após a utilização de Pepe, volte à titularidade), Raúl Meireles, Tiago e Deco (já refeito da lesão que o obrigou a ficar de fora nos dois últimos jogos). Na frente, procurando velocidade e profundidade para abrir brechas na defesa espanhola, a aposta, para além de Cristiano Ronaldo, deverá recair em Simão Sabrosa. Na defesa, além disso, há outra incógnita. Nos três jogos da fase de grupos, três jogadores foram utilizados na posição de lateral-direito: Paulo Ferreira, Miguel e Ricardo Costa. Para esta partida, onde será importante defender com segurança, o seleccionador deve optar por Paulo Ferreira.
1 comentário:
Nesta selecção só se convoca nomes e depois inventa-se não se tem fio de jogo nada de nada mas quem mudará isto?
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