Nove dias depois do início da competição, a primeira equipa apurada para a fase seguinte é europeia: a Holanda. O que contraria quem apregoa que as equipas europeias estão na mó de baixo, o que não acontece com as sul-americanas e com as africanas. Há grupos muito "baralhados" e só a última jornada vai ser decisiva e ainda faltam os jogos dos grupos F, G e H. A Holanda ganhou dois jogos sem o brilhantismo que era esperado, mas a máxima impera: o importante é vencer mesmo não jogando bem.
Baralhado anda Laurentino Dias com a "boca" que mandou aos jogadores da nossa selecção: "falem menos e joguem mais". Em tempo de crise aguda para o Governo, sempre fazia jeito que se gastasse mais tempo a discutir a boa prestação dos Navegadores, pelo menos tirava a luz dos holofotes de uma equipa governativa que afunda o País na maior crise pós 25 de Abril. Não fazia este juízo de Laurentino Dias, demagogo. Sempre o tive, ainda tenho, como um governante equilibrado e lúcido. Quantas actividades do nosso país estão cotadas dentro das melhores dez do mundo? Os jogadores "falam a quente" e o senhor Secretário de Estado do Desporto falou a "ferver"?
Quem perdeu a cotação foi Anelka, que fez as malas mais cedo e, depois, de insultar o treinador Domenech, levou guia de marcha. Nicolas Anelka só mandou pela boca fora o que milhares de franceses pensaram após as miseráveis exibições gaulesas. Deco está lesionado na anca e está em em risco para o jogo de segunda-feira. Será que o "jogo de cintura" aplicado no desmentido foi o causador desta arreliadora lesão?
Holanda-Japão (1-0): Serviços mínimos garantidos
Jogo muito aborrecido e sem grandes oportunidades de golo, mas que garantiu a passagem da "laranja mecanizada" aos oitavos-de-final. Era um jogo entre as duas equipas que tinham ganho na primeira jornada, por isso algumas cautelas por parte do Japão, que deu a primazia à Holanda. Os holandeses dominaram o jogo, com muita posse de bola (setenta e três na primeira parte) mas com zero oportunidades (o primeiro remate directo à baliza surgiu por Van der Vaart aos 42'). Muita bola no pé, muita lateralização e muita lentidão. A segunda parte foi melhor, com mais velocidade dos holandeses, o golo a surgir com "ajuda" do guarda-redes nipónico, o que originou uma reacção pronta do Japão que começou a pisar terrenos que quase nunca tinha utilizado, a zona da baliza contrária. Vitória justa mas com recurso aos serviços mínimos e pela qualidade dos seus jogadores exige-se mais da Holanda.
Gana-Austrália (1-1): Africanos perdulários
Quem diria que o Gana seria líder do grupo no fim da segunda jornada? A resposta será muito poucos, tendo em conta que no mesmo grupo estão a super-favorita Alemanha e a Sérvia. Mas a verdade é que tudo pode acontecer na última jornada e o apuramento está aberto para todos. Boa entrada da Austrália, marcando cedo, mas tal como no primeiro jogo uma expulsão deitou tudo a perder. A partir daí, com mais um elemento, o Gana foi mais dominante e empatou a partida. Até final assistiu-se a uma procura incessante do golo por parte da equipa africana, mas perdendo as ocasiões que os seus jogadores iam conquistando. A última jornada deste grupo promete.
Camarões-Dinamarca (1-2): Ganhar com a frieza habitual
Excelente jogo. Aberto e com futebol atacante. Teria que ser assim porque as duas equipas tinham sido derrotadas na primeira jornada e este jogo não admitia desaires. Ganhou a equipa que foi mais pragmática, aproveitando as poucas - comparando com as do seu adversário - ocasiões que criou. Venceu a frieza nórdica perante uma equipa que jogou bem, atacou mais mas falhou muitas e boas ocasiões de golo. A equipa dos Camarões acaba a sua participação no Mundial na próxima jornada.
Amanhã há mais futebol e do bom...espero.
1 comentário:
Artigo com classe.
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