quarta-feira, 23 de junho de 2010

Minha África: Argentina é mesmo candidata a valer

Ponto prévio: a Argentina é mesmo uma séria candidata ao título. Digo-o, ou melhor escrevo-o, não só porque ganhou a uma Grécia "betonada", mas porque no onze inicial só Romero (baliza), Demichelis, Véron e Messi são habituais titulares. Os outros sete que hoje alinharam são jogadores de grande valia, daí a equipa de Maradona não ter perdido qualidade. Que prazer na eliminação dos gregos. Primeiro porque ainda me lembro de 2004 (onde um tal de Scolari teve duas oportunidades para vencer e desperdiçou-as, a primeira por casmurrice a segunda por medo), depois porque o futebol (tenho que escrever mesmo isto embora seja um sacrilégio chamar futebol ao que eles jogaram) que apresentaram cheira a bafio e é profundamente irritante.

Ainda bem que desta vez o anti-futebol não foi premiado. Marcação homem-a-homem, dez jogadores dentro do seu meio-campo, recurso sistemático às faltas quando eram ultrapassados pelo jogadores argentinos, foram os paupérrimos argumentos de uma equipa, que desde o inicio jogou para o pontinho e para algo mais que caísse do céu aos trambolhões. Bastou aos argentinos trocar a bola com paciência, variar o seu jogo, ora pelo meio (tudo muito congestionado) ora pelas alas (Rodriguez, Di Maria, Aguero, Messi), rematar de longa distância (Bolatti e Véron) mas sobretudo ter muita, mas mesmo muita, persistência para acreditar que o seu futebol daria frutos. Vai a Argentina defrontar o México nos oitavos e é francamente favorita.

Nos outros jogos o apuramento esperado de mais uma equipa sul-americana, Uruguai, e de outra quase sul-americana, o México da América Central, que vão ter a companhia dos coreanos do sul. Excelente a prova realizada pelos uruguaios que vão defrontar os coreanos e são claramente favoritos.

Uma palavra a terminar para os perdedores - já falei até de mais da Grécia e não o merecia - para falar da maior decepção até agora, a França. Confesso que depois de tanta vergonha gaulesa, cheguei a pensar que estavam em campo para fazer o frete e "pintar a manta" deixando o seu treinador com pior cara do que a que tem. Um golo sofrido bem cedo, uma expulsão de um jogador (Gourcouff) que foi para a África do Sul em guerra aberta com o treinador e uma apatia deplorável, fez-me pensar numa forma de boicote a Domenech bem pior que a recusa em realizar o jogo. Terminou o "Saltillo" dos franceses e muita roupa suja se vai lavar nos próximos tempos. As culpas têm que ser assacadas a todos os lados, mas maioritariamente a uma estrutura federativa que teimou em manter no lugar um treinador que não era benquisto pelos jogadores franceses actuais e antigos (é só ler as palavras que Zidane proferiu) e que sai sem glória. Tarefa difícil terá Laurent Blanc para limpar o mau ambiente que por lá ficou.

Até já, porque daqui a pouco há mais Mundial e mais equipas apuradas e se calhar com algumas surpresas. Já agora, para quem me ler depois da noite sanjoanina, um boa noite de São João.

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