sábado, 3 de abril de 2010

O diabo Yannick, o diabo Izmailov!

O Sporting perdera, na ronda anterior, frente ao Marítimo. Denotara, além da impotência para contrariar os golos insulares, uma imensa quebra causada pelas ausências de Miguel Veloso e João Moutinho. A equipa leonina voltou a um futebol enfadonho e apático, permitindo que o Vitória de Guimarães fizesse perigar o quarto lugar. A meio da semana, antes da recepção ao Rio Ave, foi oficializada a saída de Carlos Carvalhal. O treinador está de malas aviadas, há muito se sabia, faltava, todavia, assumi-lo pelo clube. Não foi, porém, o momento ideal para confirmar o fim da ligação com Carvalhal. Ainda com seis jogos importantes para disputar, o plantel poderia ser abalado, juntando a isso o retrocesso exibicional demonstrado na Madeira e o conlito com Marat Izmailov. O Sporting jogou bem, contudo. E venceu com tranquilidade, chegando mesmo a uma goleada há muito não vista. Na noite de Yannick, só faltou Izmailov para a redenção total.

Yannick Djaló ganhou, com a mudança táctica operada por Carlos Carvalhal, uma tremenda importância na equipa do Sporting. Foi a supresa do treinador ante o Everton, quando experimentou dois pivôs defensivos e um tridente de apoio a Liedson, e deu boa conta de si. Foi um verdadeiro diabo à solta, fez estragos na defesa inglesa, revelando-se um desiquilibrador que há muito o Sporting necessitava. Prolongou esse estado de graça com o FC Porto, deu imensas dores de cabeça aos portistas e foi o autor do segundo golo dos leões. Ante o Rio Ave, Yannick terá feito o melhor jogo da sua carreira: exibição cheia de confiança, destroçando a defensiva vila-condense, um hat-trick saboroso, coroado e finalizado com um sensacional pontapé acrobático. Liedson e João Moutinho também contribuíram para a goleada. Plenamente merecida perante tamanho domínio, mesmo sem ser sufocante, sob um Rio Ave desaparecido.

Foram cinco os golos marcados ao Rio Ave, são cinco os pontos de vantagem que salvaguardam o quarto lugar e são cinco as jornadas que faltam disputar até final do campeonato. E outro cinco: anos que o Sporting não ganhava por tal margem de diferença, curiosamente desde que, em Fevereiro de 2005, bateu o... Rio Ave. Esta foi também a segunda derrota consecutiva dos vila-condenses em que Carlos acabou batido por cinco vezes: na ronda anterior, ante o Olhanense, o Rio Ave foi surpreendido com um estrondoso 1-5!, perdendo a oportunidade de alcançar a manutenção. No Sporting, quarto lugar, objectivo estabelecido após a eliminação da Taça de Portugal, está bem encaminhado - acresce ainda que o V. Guimarães já fora derrotado em Braga. É pouco para o Sporting, é verdade, até pelos segundos lugares consecutivos que os leões têm somado, mas é o que de melhor se pode retirar desta temporada.

Marat Izmailov tem vivido uma situação delicada com a administração do Sporting. O russo mostrou indisponibilidade para jogar frente ao Atlético de Madrid, uma partida fulcral para a época leonina, e, sem autorização, viajou para Moscovo. A partir daí, ficou na mira de Costinha. Contudo, o jogador retratou-se, foi reinserido no plantel e fez parte dos convocados para o jogo com o Rio Ave. Numa noite perfeita para os sportinguistas, já quando o Sporting contava com quatro golos marcados e dominava o jogo de acordo com as suas pretensões, Carlos Carvalhal trocou Hélder Postiga (o avançado aproveitou bem a oportunidade concedida) por Izmailov. O russo foi recebido com assobios, ouvindo-se ainda alguns tímidos aplausos. Esteve somente dez minutos em campo: sem necessidade, entrou de pés juntos sobre Chidi. Pedro Proença, bem, mostrou-lhe o cartão vermelho que o faz ficar fora do derby. Que inferno é esse?...

1 comentário:

Balakov10 disse...

Foi uma grande exibição dos leões, mas acho que a expulsão do Marat foi forçadíssima...

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