terça-feira, 20 de abril de 2010

Liga Sagres: O Benfica está a um passo do céu

ANÁLISE

Quatro anos de espera, quatro pontos que separam a glória. O Benfica precisa somente de uma vitória e um empate para se sagrar campeão nacional. A vitória em Coimbra, ante a Académica, deixa os encarnados a um pequeno passo de tocar o céu. A consagração, caso o Sp.Braga não vença na Figueira da Foz, poderá chegar já na próxima jornada, na partida ante o Olhanense. No entanto, os minhotos estão apostados em dar seguimento à época extraordinária - coroada com o acesso à Liga dos Campeões. Só três jornadas manifestamente inesperadas tirarão o Benfica do título e o Sp.Braga da vice-liderança. Tal como o FC Porto e o Sporting: habituados a serem superiores, terão o terceiro e o quarto posto no final da época. A última vaga europeia ainda pode mudar de dono.

A vitória do Sp.Braga sobre o Leixões colocara a bola do lado do Benfica. A distância estava em três pontos. Perigosa numa ponta final de decisões. Domingos Paciência esperava um deslize, um tónico, uma reviravolta inesperada. O Benfica reagiu bem. Quis entrar em Coimbra a mandar, mostrando-se disposto a resolver o teste rapidamente, sem que tivesse de recorrer a um esforço suplementar. Pressionou, pressionou e marcou por Weldon. Logo aos três minutos. No entanto, após a vantagem, deixou de ser incisivo e a Académica teve oportunidade para mostrar o seu bom futebol e recuperar plenamente do golpe precoce. Conseguiu empatar. Houve intensidade, vontade de ganhar de ambas as equipas, perigo junto das balizas. O Benfica voltou à vantagem. De novo por Weldon - verdadeiramente letal!. Rúben Amorim fez o golo da tranquilidade. Que só não foi absoluta porque Tiero, em cima do final, aumentou o suspense. Em vão.

O Sp.Braga cerra os dentes e vai à luta. Guerreiros que se prezem não baixam a guarda, independentemente das dificuldades, mesmo estando numa posição complicada para chegar mais além e vendo o adversário dar provas de estar fortalecido. Os minhotos, apesar de as esperanças em chegar ao título serem cada vez mais utópicas, faltando espaço para eventuais tropeções do Benfica, querem sempre fazer melhor. Esta é a melhor época de sempre do Sp.Braga. É uma oportunidade única de marcar a História. Os bracaranses cumprem a sua parte, cimentam o segundo lugar, abrem horizontes para os milhões da Liga dos Campeões. Em Braga, frente a um Leixões extremamente defensivo, mais uma vitória. Começada por Alan e concluída por Moisés, com um golo leixonense que serviu para criar alguma apreensão. Mas pouco mais. Foi o vigésimo triunfo do Sp.Braga. Inteiramente merecido para manter a bitola.

Há muito era anunciado, sim, mas faltava a confirmação matemática do adeus do FC Porto ao campeonato. O jogo de Coimbra, com a confirmação do triunfo benfiquista, antecipou esse final funesto para os portistas. Pouco há em disputa neste campeonato. Pode funcionar como uma libertação do que de bom há nos jogadores, agora sem pressão, não tendo de lutar contra uma ansiedade asfixiante. Ou, por outro lado, pode ser um caminho duro até final mas que é mesmo preciso cumprir. Pela primeira vez em cinco anos, após ter sido tetra, FC Porto não será campeão. É algo que pesa no sub-consciente dos jogadores, é uma realidade atroz. Pesa ainda mais pela ironia de receber o troféu do quarto título no dia em que se despede da corrida a outro. O jogo começou enrolado e pouco intenso. O FC Porto marcou, tranquilizou-se, acentuou o domínio. Marcou por Hulk, Guarín e Falcao. Ganhou por três golos. E ganhou bem.

No campeonato, o máximo que o Sporting pode almejar é o quarto lugar. É pouco, obviamente, mas é, acima de tudo, o resultado final de uma época de verdadeiro pesadelo e recheada de contrariedades. Não estranha, por isso, que a mente dos dirigentes esteja já centrada na temporada que se seguirá. O Vitória de Setúbal, ao invés, pretende conquistar a permanência o mais rapidamente possível e chegar com sucesso à sua meta, evitando jogos finais a tremer. E chegaram cedo à vantagem: Collin saltou sozinho, fez um golo fácil. Depois, o Vitória fechou-se, desperdiçou todos os segundinhos, procurou levar a vantagem até ao limite. Resistiu até à hora de jogo. Collin, antes herói e agora vilão, cometeu penalty, João Moutinho empatou. Passaram dez minutos no jogo e o Sporting consumou a reviravolta. Por Hélder Postiga, no primeiro toque na boa. Para ele passou quase um ano: não marcava desde 25 de Abril de 2009.

O Nacional, fruto da vitória sobre a União de Leiria (2-0) reforçou a sua luta por um lugar europeu. Actualmente, com nove pontos pela frente, os madeirenses têm somente um de atraso para o Vitória de Guimarães, equipa que ocupa a última vaga nas competições internacionais. Também o Marítimo, rival insular que bateu o Olhanense (1-2), reentrou na competição pelo quinto posto - conta, tal como os leirienses, com trinta e quatro pontos, ou seja, menos três do que o Vitória. Paços de Ferreira e Naval estão tranquilos na tabela e os figueirenses venceram por 1-3 este duelo. Na luta pela manutenção, nada se alterou em termos pontuais. Passou, contudo, mais uma jornada. E isso quer isso dizer, portanto, que a tarefa de Belenenses (nulo caseiro ante o Rio Ave) e Leixões é ainda mais difícil. Vitória de Setúbal, Olhanense e Académica, o trio que também ainda não assegurou a permanência matematicamente, foram derrotados.

2 comentários:

Mattos..paixaodabola.blogspot.com disse...

Enorme SL Benfica, que consegue jogo após jogo justificar o mais que provável titulo de melhor equipa portuguesa e passar das recordações passadas para um futuro que se anteve brilhante.
Grande Braga, que só não ganha este campeonatos, porque apanhou com um Super Benfica.
Pobre Porto, que ao invés de dar mérito aos adversários directos , dispara para todo o lado com a intenção de apanhar alguém na curva.
E quanto ao Sporting, não está fácil o céu para os lados de Alvalade e a contratação de Paulo Sérgio , só vêm provar que o Leão está desorientado e sem rumo.

para quem gosta de futebol, é só visitar o blog...paixaodabola.blogspot.com...
espero por uma visita .
Saudações desportivas

Jornal Só Desporto disse...

Boa análise.