quinta-feira, 18 de março de 2010

Liga Europa: A vingança do senhor Benfica!

COMENTÁRIO

Quem com ferros mata, com ferros morre. O Marselha lançou o veneno na Luz, impediu a festa do Benfica e, com um golo nos últimos instantes, deixou a eliminatória a seu favor. Merecera-o, sim, mas foi cruel para os encarnados. Custa sofrer um golo no final. Nada como responder na mesma moeda. No Vélodrome, num ambiente intimidante, o Benfica esteve a perder. A desvantagem durou pouco, contudo, conseguiu empatar de novo. Era, então, o tempo de servir a vingança aos franceses. Fria, tal como deve ser, destroçando qualquer tentativa de reacção, um golpe de misericórdia. Um golo no último minuto. E a passagem da eliminatória assegurada. Com sofrimento, com uma grande crença e com qualidade, o Benfica voltou a deixar o Marselha pelo caminho. Vinte anos depois. Com Alan Kardec no lugar de Vata.

Desvantagem na eliminatória, o grande inconveniente de ter sofrido um golo em casa, jogando fora, num estádio tradicionalmente complicado, a tarefa do Benfica não se afigurava nada fácil. Além disso, o Marselha provara no jogo da primeira mão ter muito valor, delineando uma estratégia capaz de suster o jogo encarnado e impor um ritmo que lhe permitiu servir os seus interesses. Pela primeira vez nesta temporada, o Benfica tremeu na Luz. Não quer isto dizer, porém, que estivesse algo perdido. Não, obviamente, até porque um golo que fosse servia para a equipa portuguesa seguir em frente. A primeira parte em Marselha foi prometedora, os encarnados tiveram oportunidades mas, estranhamente, revelaram-se perdulários. Mas estavam bem acima do que haviam feito na Luz. Era essa a filosofia que importava.

O tempo foi passando, o Benfica mantinha-se mais perigoso, já com um remate de Cardozo travado pelo poste e uma grande penalidade que passou em claro a Damir Skomina - tal como outra na segunda parte -, o relógio estava do lado do Marselha. Aos franceses bastava manter o jogo em banho-maria, ritmo baixo, longe da baliza de Mandanda, perigo bem afastado. Ao Benfica era imperial marcar para seguir em frente. Tentou, ameaçou, mas foi o Marselha a concretizar. Minuto setenta: bola na área encarnada, descoordenação defensiva, encosto de Niang para uma baliza carecida de Júlio César. Um novo obstáculo no caminho do Benfica, uma equipa talhada para dominar e pouco dada a reviravoltas. Nada de pânico, porém: um golo dava prolongamento, os encarnados estavam bem, tinham que aumentar a eficácia.

Passaram cinco minutos do golo de Niang, o centésimo dos marselheses nesta época, Maxi Pereira empatou. Tal como na Luz, foi o lateral, um extremo de origem, a aproveitar as oportunidades que os atacantes não tinham concretizado. Jorge Jesus, atento, percebeu que era necessário apostar: lançou Aimar, o mago, seguindo-se Alan Kardec. Foi decisivo. O jovem brasileiro entrou aos oitenta e seis minutos. Pablito Aimar cobrou um livre, a bola não foi devidamente afastada, carambola atrás de carambola, remate de Kardec para o fundo da baliza de Mandanda. Uma enorme festa em tons de vermelho, o finalizar de uma reviravolta épica, silenciamento total no Vélodrome, uma imagem perfeita de que não há estatísticas que não se abatam. É assim o jogo. Viram-se os feitiços, os pagamentos não se demoram.


2 comentários:

Jornal Só Desporto.com disse...

Bom Artigo.

Martins * disse...

Benfica <3
É, como RP deste blogue tenho que admitir que até não é um mau artigo !

Parabéns Costa