A época do Sporting tem diferentes metamorfoses. É má, na globalidade, já que nesta fase nada resta que faça os leões sonharem com sucesso: precocemente esquecidos na luta pelo título, onde têm sido o principal concorrente do FC Porto nos últimos anos, caídos sem glória da Taça de Portugal e da Taça da Liga, aos pés dos maiores rivais, eliminados nos oitavos-de-final da Liga Europa. O mesmo é dizer, pois, que o Sporting terminará esta temporada sem nada de palpável. No entanto, apesar disso, houve períodos positivos e alguns em que a equipa atingiu até um nível de algum brilhantismo. Não é difiícil perceber que os leões revelaram demasiada irregularidade para uma equipa grande. Foram frágeis, sim, mas tiveram capacidade para sair da crise. Contudo, não fizeram o necessário para evitar recaídas. É também o preço por um mau planeamento, com pouca ambição e quase nenhum investimento.
O Sporting começou a temporada envolto num pesadelo. A chegada de Carlos Carvalhal teve efeitos motivacionais, fez com que os jogadores reagissem, deixassem a passividade que os havia invadido. Por essa altura, porém, já os leões estavam longe do título. Esperava-se, acima de tudo, uma melhoria no futebol apresentado, um requisito indispensável para atacar as provas que ainda poderiam ser conquistadas. Sete jogos sem perder foram um bálsamo para os sportinguistas. A equipa estava claramente numa fase ascendente. Viviam o melhor período. Em Braga, todavia, perderam definitivamente a esperança de sonhar com o campeonato. Entraram, de novo, numa depressão: seguiram-se sete jogos sem vencer, crença de vencer alguma coisa internamente caídas como um baralho de cartas. Nesse período negro, ainda mais do que no início, o futuro parecia não trazer nada de bom.
Foi no pior período da temporada leonina que o Sporting reagiu verdadeiramente. Venceu o Everton, seguindo em frente na Liga Europa, tirou ao FC Porto a esperança de sonhar com o pentacampeonato. Duas vitórias por três-zero, inteiramente justas. É irónico, é paradoxal, é estranhíssimo. É futebol, acima de tudo. Onde andava aquela equipa? A pergunta foi repetida vezes sem conta. Era a emancipação sportinguista, o momento encontrado para dizer basta. Seguiu-se ainda mais uma vitória frente ao Belenenses, um empate ante o Atlético, jogando uma hora em Madrid com dez jogadores, e um regresso aos triunfos com o Vitória de Guimarães, suportada em vinte minutos infernais, com uma força atacante capaz de impressionar, uma raiva contida que se transformara numa enorme alegria em jogar e mostrar algo positivo. O regresso à dura realidade foi trazida pelo Atlético de Madrid.
Embora não tenha perdido nenhum dos jogos com os colchoneros, o Sporting, pelo facto de ter sofrido dois golos em casa que constrastam com o nulo da primeira mão, foi eliminado da Liga Europa. Terminou a época, ficou sem mais o que disputar, mesmo com a sensação de que poderia ter ido mais além na segunda competição internacional e entregou-se a um campeonato há muito perdido. A melhor fase da época, no seguimento de um ciclo absolutamente nefasto, foi abalada. A tremenda melhoria no futebol apresentado, agora com consistência, agressividade e lucidez, fora insuficiente para um brilharete internacional. Ontem, jogando para o campeonato, os leões tiveram um retrocesso. Perderam na Madeira, ante o Marítimo, por 3-2. O resultado é, contudo, algo lisonjeiro perante a superioridade manifestada. O Sporting voltou a ser a equipa do passado. Só ontem ou para o futuro?
A questão fica, para já, sem resposta. A derrota e má exibição ante os maritimistas poderá ter sido somente um reflexo da falta de soluções que o plantel tem. Carlos Carvalhal foi obrigado a improvisar, por não contar com jogadores fundamentais como João Moutinho, Miguel Veloso e... Izmailov e isso, obviamente, foi decisivo. Uma das explicações poderá residir aí. Ou, por outro lado, poderá ser um segmento da época de metamorfoses: os leões alternam o bom com o mau num curto espaço de tempo, são intermitentes e não existem projecções que resultem a longo prazo. O tempo encarregar-se-á de confirmar se foi uma excepção ou a imposição de uma nova regra. Para além do défice qualitativo existente, sendo que Pedro Mendes, sobretudo, e João Pereira conseguiram dar maior dinâmica ao plantel, existem problemas internos que abalam o grupo de trabalho.
O caso Sá Pinto/Liedson antecedeu a série de sete jogos sem vencer. A entrada de Costinha coincidiu com o melhor momento do Sporting nesta temporada. O conflito entre Izmailov e o Sporting, resultando na exclusão de um jogador com importância elevada na retoma da equipa e consolidação da filosofia de Carlos Carvalhal, embora o russo tenha sido convocado para o jogo com o Marítimo (viu o jogo da bancada), poderá ter sido mais um golpe numa estrutura que pretendia deixar de vez os fantasmas do passado. Coincidência ou não, o Sporting perdeu. Acresce ainda que, à medida que a época se aproxima do final, ganham maior relevo os rumores sobre a próxima temporada. Essencialmente sobre o treinador: Carvalhal não deverá continuar, muito dificilmente lhe será proposta a renovação, confirma-se que tem um prazo. Tudo isso se reflecte no relvado.
O Sporting começou a temporada envolto num pesadelo. A chegada de Carlos Carvalhal teve efeitos motivacionais, fez com que os jogadores reagissem, deixassem a passividade que os havia invadido. Por essa altura, porém, já os leões estavam longe do título. Esperava-se, acima de tudo, uma melhoria no futebol apresentado, um requisito indispensável para atacar as provas que ainda poderiam ser conquistadas. Sete jogos sem perder foram um bálsamo para os sportinguistas. A equipa estava claramente numa fase ascendente. Viviam o melhor período. Em Braga, todavia, perderam definitivamente a esperança de sonhar com o campeonato. Entraram, de novo, numa depressão: seguiram-se sete jogos sem vencer, crença de vencer alguma coisa internamente caídas como um baralho de cartas. Nesse período negro, ainda mais do que no início, o futuro parecia não trazer nada de bom.
Foi no pior período da temporada leonina que o Sporting reagiu verdadeiramente. Venceu o Everton, seguindo em frente na Liga Europa, tirou ao FC Porto a esperança de sonhar com o pentacampeonato. Duas vitórias por três-zero, inteiramente justas. É irónico, é paradoxal, é estranhíssimo. É futebol, acima de tudo. Onde andava aquela equipa? A pergunta foi repetida vezes sem conta. Era a emancipação sportinguista, o momento encontrado para dizer basta. Seguiu-se ainda mais uma vitória frente ao Belenenses, um empate ante o Atlético, jogando uma hora em Madrid com dez jogadores, e um regresso aos triunfos com o Vitória de Guimarães, suportada em vinte minutos infernais, com uma força atacante capaz de impressionar, uma raiva contida que se transformara numa enorme alegria em jogar e mostrar algo positivo. O regresso à dura realidade foi trazida pelo Atlético de Madrid.
Embora não tenha perdido nenhum dos jogos com os colchoneros, o Sporting, pelo facto de ter sofrido dois golos em casa que constrastam com o nulo da primeira mão, foi eliminado da Liga Europa. Terminou a época, ficou sem mais o que disputar, mesmo com a sensação de que poderia ter ido mais além na segunda competição internacional e entregou-se a um campeonato há muito perdido. A melhor fase da época, no seguimento de um ciclo absolutamente nefasto, foi abalada. A tremenda melhoria no futebol apresentado, agora com consistência, agressividade e lucidez, fora insuficiente para um brilharete internacional. Ontem, jogando para o campeonato, os leões tiveram um retrocesso. Perderam na Madeira, ante o Marítimo, por 3-2. O resultado é, contudo, algo lisonjeiro perante a superioridade manifestada. O Sporting voltou a ser a equipa do passado. Só ontem ou para o futuro?
A questão fica, para já, sem resposta. A derrota e má exibição ante os maritimistas poderá ter sido somente um reflexo da falta de soluções que o plantel tem. Carlos Carvalhal foi obrigado a improvisar, por não contar com jogadores fundamentais como João Moutinho, Miguel Veloso e... Izmailov e isso, obviamente, foi decisivo. Uma das explicações poderá residir aí. Ou, por outro lado, poderá ser um segmento da época de metamorfoses: os leões alternam o bom com o mau num curto espaço de tempo, são intermitentes e não existem projecções que resultem a longo prazo. O tempo encarregar-se-á de confirmar se foi uma excepção ou a imposição de uma nova regra. Para além do défice qualitativo existente, sendo que Pedro Mendes, sobretudo, e João Pereira conseguiram dar maior dinâmica ao plantel, existem problemas internos que abalam o grupo de trabalho.
O caso Sá Pinto/Liedson antecedeu a série de sete jogos sem vencer. A entrada de Costinha coincidiu com o melhor momento do Sporting nesta temporada. O conflito entre Izmailov e o Sporting, resultando na exclusão de um jogador com importância elevada na retoma da equipa e consolidação da filosofia de Carlos Carvalhal, embora o russo tenha sido convocado para o jogo com o Marítimo (viu o jogo da bancada), poderá ter sido mais um golpe numa estrutura que pretendia deixar de vez os fantasmas do passado. Coincidência ou não, o Sporting perdeu. Acresce ainda que, à medida que a época se aproxima do final, ganham maior relevo os rumores sobre a próxima temporada. Essencialmente sobre o treinador: Carvalhal não deverá continuar, muito dificilmente lhe será proposta a renovação, confirma-se que tem um prazo. Tudo isso se reflecte no relvado.
1 comentário:
Boa crónica.
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