O futebol é um jogo vingativo. Leva os vencedores ao céu, coloca-os num pedestal, dá imenso prestígio. No momento seguinte, contudo, pode destruir tudo isso. É cruel. Há sempre alguém que fica mal, o sucesso de uns é a frustração de outros. Faz parte do jogo. Custa a aceitar, ainda assim. Perder um jogo no final é brutal. Perder uma final de Liga dos Campeões, o cume da glória dos clubes europeus, custa ainda mais. A dor pela derrota ganha proporções gigantescas, marca, deixa resquícios inapagáveis. Em 1999, o Bayern de Munique experimentou a sensação. Em Camp Nou, cheio como um ovo, jogou contra o Manchester United. Mas foi mais do que um jogo de futebol. Tornou-se uma lenda. Todas as regras foram quebradas. Ficará para sempre a imagem de uma recuperação épica. E de que no futebol só os golos contam.
O Bayern marcou cedo. Fê-lo aos seis minutos. Poderia ter sido um passo fundamental para vencer. Ou, pelo menos, para partir para uma exibição confiante, superior, subjugando o adversário. Os alemães conseguiram-no em parte. Jogaram melhor, criaram oportunidades, mas falharam mais golos. Peter Schmeichel, devidamente ajudado pelos ferros da sua baliza, impediam que o Bayern de Munique conseguisse acomodar-se no resultado. Contudo, o tempo era cada vez mais escasso para o Manchester ambicionar dar a volta. Ottmar Hitzfield, no banco germânico, pensava que nada lhe tiraria a vitória. Era legítimo. Todos os adeptos bávaros assim entendiam. A fé inglesa mantinha-se. Enquanto há jogo, há vida. É um lema dos ingleses: nunca desistir até ao apito final do árbitro. Tempo de compensação dado por Pierluigi Collina.
Os festejos dos adeptos do Bayern de Munique já tinham começado, a loucura já começara a ganhar corpo, preparavam as gargantas para gritarem que eles eram os senhores da Europa. Mas ainda havia jogo. Tudo poderia acontecer. Um golpe de sorte, qualquer coisa assim, algo que atirasse a bola para o fundo da baliza de Oliver Khan. Era isso que esperavam os ingleses. Até o outro guarda-redes, Peter Schmeichel, subira à área alemã. Era agora ou nunca. Matar ou continuar a viver. Beckham cobrou o canto, desvio aqui e ali, remate de Teddy Sheringham. Para o golo. Um minuto depois dos noventa, dava para continuar a acreditar. Viria um prolongamento. Não! O estado de graça esticaria até ao limite, a reviravolta estava ao virar da esquina. Marcou Solskjaer. Alex Ferguson rejubilou. Os homens que lançara deram-lhe o triunfo.
Passaram onze anos. Manchester United e Bayern de Munique já se defrontaram depois dessa final. A Liga dos Campeões desta época, 2009-10, voltou-os a colocar frente-a-frente nos oitavos-de-final. Começou a ganhar o Manchester United, golo de Rooney, o cliente habitual, falharam-se oportunidades para aumentar a vantagem. O segundo golo inglês esteve mais próximo do que o empate alemão até ao intervalo. Os red devils não chegaram à tranquilidade mas interiorizaram-na. Baixaram a guarda. O Bayern cresceu. Aos setenta e sete minutos dispôs de um livre. Eficácia fenomenal, golo de Ribéry com um desvio em Rooney. Vidic acertaria, depois, na trave. Tal como Nani na primeira parte. E tal como os alemães em 1999. Já depois dos noventa, Olic fez o golo da vitória do Bayern. Uma pequena vingança. Serve para o ego, se não servir para a passagem...
O Bayern marcou cedo. Fê-lo aos seis minutos. Poderia ter sido um passo fundamental para vencer. Ou, pelo menos, para partir para uma exibição confiante, superior, subjugando o adversário. Os alemães conseguiram-no em parte. Jogaram melhor, criaram oportunidades, mas falharam mais golos. Peter Schmeichel, devidamente ajudado pelos ferros da sua baliza, impediam que o Bayern de Munique conseguisse acomodar-se no resultado. Contudo, o tempo era cada vez mais escasso para o Manchester ambicionar dar a volta. Ottmar Hitzfield, no banco germânico, pensava que nada lhe tiraria a vitória. Era legítimo. Todos os adeptos bávaros assim entendiam. A fé inglesa mantinha-se. Enquanto há jogo, há vida. É um lema dos ingleses: nunca desistir até ao apito final do árbitro. Tempo de compensação dado por Pierluigi Collina.
Os festejos dos adeptos do Bayern de Munique já tinham começado, a loucura já começara a ganhar corpo, preparavam as gargantas para gritarem que eles eram os senhores da Europa. Mas ainda havia jogo. Tudo poderia acontecer. Um golpe de sorte, qualquer coisa assim, algo que atirasse a bola para o fundo da baliza de Oliver Khan. Era isso que esperavam os ingleses. Até o outro guarda-redes, Peter Schmeichel, subira à área alemã. Era agora ou nunca. Matar ou continuar a viver. Beckham cobrou o canto, desvio aqui e ali, remate de Teddy Sheringham. Para o golo. Um minuto depois dos noventa, dava para continuar a acreditar. Viria um prolongamento. Não! O estado de graça esticaria até ao limite, a reviravolta estava ao virar da esquina. Marcou Solskjaer. Alex Ferguson rejubilou. Os homens que lançara deram-lhe o triunfo.
Passaram onze anos. Manchester United e Bayern de Munique já se defrontaram depois dessa final. A Liga dos Campeões desta época, 2009-10, voltou-os a colocar frente-a-frente nos oitavos-de-final. Começou a ganhar o Manchester United, golo de Rooney, o cliente habitual, falharam-se oportunidades para aumentar a vantagem. O segundo golo inglês esteve mais próximo do que o empate alemão até ao intervalo. Os red devils não chegaram à tranquilidade mas interiorizaram-na. Baixaram a guarda. O Bayern cresceu. Aos setenta e sete minutos dispôs de um livre. Eficácia fenomenal, golo de Ribéry com um desvio em Rooney. Vidic acertaria, depois, na trave. Tal como Nani na primeira parte. E tal como os alemães em 1999. Já depois dos noventa, Olic fez o golo da vitória do Bayern. Uma pequena vingança. Serve para o ego, se não servir para a passagem...
1 comentário:
Boa crónica.
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