COMENTÁRIO
Sete jogos sem vitórias, um mês negro e sucesso nas provas internas caído por terra não são bons presságios. Antes do jogo com o Everton, era esta a conjuntura interna do Sporting: uma equipa debilitada em termos anímicos, em verdadeira queda livre, perante um adversário num ciclo ascendente, culminando com vitórias sobre Chelsea e Manchester United, os dois primeiros do campeonato britânico. Acresce, ainda, que os toffees traziam vantagem da primeira mão, da vitória por 2-1 em Goodison Park. Com tal cenário, mesmo jogando em Alvalade, dificilmente não se diria que o Everton era favorito à passagem. Seja como for, contra as expectativas, o Sporting superou-se, mostrou um futebol desaparecido nesta temporada, teve audácia e foi feliz. Ganhou por 3-0. E ganhou bem.
Em Liverpool, na primeira mão, depois de uma boa primeira parte, o Sporting baixara muito o seu rendimento e, em sentido contrário, o Everton crescera, conseguindo vantagem e tivera a oportunidade de sentenciar a eliminatória. Deixou-a escapar, foi perdulário. Em cima do final, Miguel Veloso marcou um golo fundamental. Não tirou a vantagem aos ingleses, mas teve o condão de alimentar a réstia de esperança. Deixou tudo em aberto para Alvalade. Apesar de os ingleses chegarem na frente, ficou a certeza de que não seria missão impossível, nada disso, até porque um golo garantiria a passagem. Os toffees, talvez deslumbrados com a partida de Goodison Park, abusaram da altivez com que prepararam este jogo. Estiveram vários níveis abaixo do que têm produzido recentemente.
Não se pretende, porém, retirar qualquer mérito ao Sporting. Pelo contrário. Os leões transformaram as fraquezas em forças, atingiram o pico exibicional desta época, venceram e têm maior motivação para os jogos seguintes. Três-zero a um adversário inglês, incluído no grupo que se segue aos big four no seu campeonato, anima qualquer um. É caso para perguntar: onde estava escondido este leão? A mesma equipa que tão mal tem estado internamente, lutando agora para manter o quarto lugar, objectivo declaradamente prioritário nesta altura da época, foi capaz de um jogo perfeito contra o Everton. Depois dos dias de pesadelo, dos jogos com pouca alegria e organização, ao Sporting tudo correu de feição: aproveitou as oportunidades, soube aguentar o forcing contrário, teve coesão.
Nesta vitória do Sporting é incontornável que não se fale em Carlos Carvalhal. O treinador leonino encarou bem o jogo, apostou num 4x2x3x1, com Pedro Mendes e Veloso como pivôs defensivos e lançou Yannick para o tridente de apoio a Liedson - com Moutinho e Izmailov. A equipa jogou bem, houve ligação, tudo bem planeado. Na primeira parte faltou marcar, contudo. Aqui, mais uma vez, Carvalhal acertou no alvo. Noutros jogos comedido e pragmático, o treinador leonino arriscou, trocou Grimi por Saleiro, aos 62', recuando Miguel Veloso para a lateral esquerda. Dois minutos depois, já com uma ameaça de Pienaar pelo meio, Saleiro combinou com Veloso e o lateral marcou. Tal como fizera em Liverpool, foi por ele que começou a reviravolta leonina. O segundo golo chegaria num remate de Pedro Mendes, a um quarto-de-hora do final. Já Patrício guardara o resultado.
Outro exemplo de como, nesta partida, uma estrelinha acompanhou Carlos Carvalhal? Matías Fernandéz foi lançado aos noventa minutos, mais para tirar tempo de reacção ao Everton na procura de um golo que trouxesse o prolongamento, e teve efeitos práticos. No quarto minuto de compensação, o chileno recebeu um passe de Yannick, um autêntico diabo à solta que correra meio-campo com a bola no pé, e fechou o jogo. Com chave de ouro. Por fim, não há como não referir a alergia do Everton a Lisboa. A equipa de David Moyes, depois de ter sido cilindrada pelo Benfica, em Outubro, num 5-0 concludente, foi eliminado pelo Sporting, também sofrendo um resultado algo pesado. Em Alvalade, o jogo era mesmo dos leões. Diriam os Beatles: A Hard Day's Night.
NOTA: Devido a problemas informáticos, o comentário ao Sporting-Everton só pode ser colocado hoje.
Sete jogos sem vitórias, um mês negro e sucesso nas provas internas caído por terra não são bons presságios. Antes do jogo com o Everton, era esta a conjuntura interna do Sporting: uma equipa debilitada em termos anímicos, em verdadeira queda livre, perante um adversário num ciclo ascendente, culminando com vitórias sobre Chelsea e Manchester United, os dois primeiros do campeonato britânico. Acresce, ainda, que os toffees traziam vantagem da primeira mão, da vitória por 2-1 em Goodison Park. Com tal cenário, mesmo jogando em Alvalade, dificilmente não se diria que o Everton era favorito à passagem. Seja como for, contra as expectativas, o Sporting superou-se, mostrou um futebol desaparecido nesta temporada, teve audácia e foi feliz. Ganhou por 3-0. E ganhou bem.
Em Liverpool, na primeira mão, depois de uma boa primeira parte, o Sporting baixara muito o seu rendimento e, em sentido contrário, o Everton crescera, conseguindo vantagem e tivera a oportunidade de sentenciar a eliminatória. Deixou-a escapar, foi perdulário. Em cima do final, Miguel Veloso marcou um golo fundamental. Não tirou a vantagem aos ingleses, mas teve o condão de alimentar a réstia de esperança. Deixou tudo em aberto para Alvalade. Apesar de os ingleses chegarem na frente, ficou a certeza de que não seria missão impossível, nada disso, até porque um golo garantiria a passagem. Os toffees, talvez deslumbrados com a partida de Goodison Park, abusaram da altivez com que prepararam este jogo. Estiveram vários níveis abaixo do que têm produzido recentemente.
Não se pretende, porém, retirar qualquer mérito ao Sporting. Pelo contrário. Os leões transformaram as fraquezas em forças, atingiram o pico exibicional desta época, venceram e têm maior motivação para os jogos seguintes. Três-zero a um adversário inglês, incluído no grupo que se segue aos big four no seu campeonato, anima qualquer um. É caso para perguntar: onde estava escondido este leão? A mesma equipa que tão mal tem estado internamente, lutando agora para manter o quarto lugar, objectivo declaradamente prioritário nesta altura da época, foi capaz de um jogo perfeito contra o Everton. Depois dos dias de pesadelo, dos jogos com pouca alegria e organização, ao Sporting tudo correu de feição: aproveitou as oportunidades, soube aguentar o forcing contrário, teve coesão.
Nesta vitória do Sporting é incontornável que não se fale em Carlos Carvalhal. O treinador leonino encarou bem o jogo, apostou num 4x2x3x1, com Pedro Mendes e Veloso como pivôs defensivos e lançou Yannick para o tridente de apoio a Liedson - com Moutinho e Izmailov. A equipa jogou bem, houve ligação, tudo bem planeado. Na primeira parte faltou marcar, contudo. Aqui, mais uma vez, Carvalhal acertou no alvo. Noutros jogos comedido e pragmático, o treinador leonino arriscou, trocou Grimi por Saleiro, aos 62', recuando Miguel Veloso para a lateral esquerda. Dois minutos depois, já com uma ameaça de Pienaar pelo meio, Saleiro combinou com Veloso e o lateral marcou. Tal como fizera em Liverpool, foi por ele que começou a reviravolta leonina. O segundo golo chegaria num remate de Pedro Mendes, a um quarto-de-hora do final. Já Patrício guardara o resultado.
Outro exemplo de como, nesta partida, uma estrelinha acompanhou Carlos Carvalhal? Matías Fernandéz foi lançado aos noventa minutos, mais para tirar tempo de reacção ao Everton na procura de um golo que trouxesse o prolongamento, e teve efeitos práticos. No quarto minuto de compensação, o chileno recebeu um passe de Yannick, um autêntico diabo à solta que correra meio-campo com a bola no pé, e fechou o jogo. Com chave de ouro. Por fim, não há como não referir a alergia do Everton a Lisboa. A equipa de David Moyes, depois de ter sido cilindrada pelo Benfica, em Outubro, num 5-0 concludente, foi eliminado pelo Sporting, também sofrendo um resultado algo pesado. Em Alvalade, o jogo era mesmo dos leões. Diriam os Beatles: A Hard Day's Night.
NOTA: Devido a problemas informáticos, o comentário ao Sporting-Everton só pode ser colocado hoje.
1 comentário:
Boa análise.
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