Quando o assunto é o jornalismo desportivo, particularmente em termos radiofónicos, Pedro Sousa é um dos nomes que mais facilmente associamos: sobretudo pelos seus relatos na Rádio Renascença, onde também edita o programa Bola Branca. Além disso, também pelas narrações de partidas de futebol internacional na Sport TV e ainda por ser a voz dos comentários do novo Pro Evolution Soccer, um dos mais famosos simuladores de futebol. Nove leitores do FUTEBOLÊS aproveitaram a oportunidade para entrevistar um dos mais conceituados jornalistas português.
DUAS DÉCADAS ATRÁS DOS MICROFONES
PATRÍCIA RODRIGUES: Qual foi, ao longo de todos estes anos como jornalista, o momento que mais o marcou?
PEDRO SOUSA: Há vários, mas escolho os jogos Portugal-Inglaterra de 2000, 2004 e 2006. Pela emoção, carga dramática e bom futebol. Foi puro entretenimento e um "gozo" brutal poder relatar esses jogos.
JORGE COSTA: Alguma vez se sentiu desiludido com a sua profissão? Ou, pelo contrário, pensa que fez a escolha certa?
PEDRO SOUSA: Dúvidas todos temos em certos momentos das nossas vidas. Devemos questionar-nos sempre, mas costumo dizer que faço o que gosto e ainda me pagam por cima.
DIOGO SOUSA: Tem a noção de que muito do público que a Rádio Renascença tem neste momento (quer na audiência de Bola Branca, quer nos relatos) se deve a si?
PEDRO SOUSA: A Rádio e particularmente a informação desportiva na Rádio Renascença, na Bola Branca e nos relatos, é o resultado de um trabalho de equipa, porque, tal como numa equipa de futebol, ninguém ganha jogos sozinho e, muitos menos, mal acompanhado.
RICARDO SILVA: Qual foi o jogo "mais triste" que relatou?
PEDRO SOUSA: Consigo abstrair-me com grande facilidade dessa componente, embora reconheça que no final do jogo Portugal-Grécia de 2004, tenha dado comigo a pensar como foi possível ter desperdiçado aquela oportunidade, que, provavelmente, não surgirá tão cedo outra vez.
RICARDO SILVA: Qual a situação mais caricata que viveu no relato de um jogo?
PEDRO SOUSA: Um dos primeiros relatos, ou simulacro de relato, foi um Mirense-Torreense, da Segunda Divisão, disputado em Porto de Mós. Fiz o relato encavalitado numa árvore.
RICARDO DIAS: No relato, o relator não pode correr o risco de ferir susceptibilidades. Alguma vez sentiu dificuldades para encontrar os termos adequados para descrever o que via?
PEDRO SOUSA: Muitas vezes isso acontece. E tão mais difícil ainda, porque muitos ouvintes estão a ver pela televisão e a ouvir pela rádio. E também tenho a noção que algumas vezes passei uma linha que eu próprio defini. Quando assim acontece, se por algum motivo feri susceptibilidades, o único caminho é pedir desculpa.
ANTÓNIO SILVA: Existe actualmente algum relator com quem se identifique ou pretenda seguir?
PEDRO SOUSA: Sem falsa modéstia, os melhores estão na Rádio Renascença, na linha de grandes nomes como Ribeiro Cristóvão e Romeu Correia, entre outros.
PEDRO SOUSA: Há vários, mas escolho os jogos Portugal-Inglaterra de 2000, 2004 e 2006. Pela emoção, carga dramática e bom futebol. Foi puro entretenimento e um "gozo" brutal poder relatar esses jogos.
JORGE COSTA: Alguma vez se sentiu desiludido com a sua profissão? Ou, pelo contrário, pensa que fez a escolha certa?
PEDRO SOUSA: Dúvidas todos temos em certos momentos das nossas vidas. Devemos questionar-nos sempre, mas costumo dizer que faço o que gosto e ainda me pagam por cima.
DIOGO SOUSA: Tem a noção de que muito do público que a Rádio Renascença tem neste momento (quer na audiência de Bola Branca, quer nos relatos) se deve a si?
PEDRO SOUSA: A Rádio e particularmente a informação desportiva na Rádio Renascença, na Bola Branca e nos relatos, é o resultado de um trabalho de equipa, porque, tal como numa equipa de futebol, ninguém ganha jogos sozinho e, muitos menos, mal acompanhado.
RICARDO SILVA: Qual foi o jogo "mais triste" que relatou?
PEDRO SOUSA: Consigo abstrair-me com grande facilidade dessa componente, embora reconheça que no final do jogo Portugal-Grécia de 2004, tenha dado comigo a pensar como foi possível ter desperdiçado aquela oportunidade, que, provavelmente, não surgirá tão cedo outra vez.
RICARDO SILVA: Qual a situação mais caricata que viveu no relato de um jogo?
PEDRO SOUSA: Um dos primeiros relatos, ou simulacro de relato, foi um Mirense-Torreense, da Segunda Divisão, disputado em Porto de Mós. Fiz o relato encavalitado numa árvore.
RICARDO DIAS: No relato, o relator não pode correr o risco de ferir susceptibilidades. Alguma vez sentiu dificuldades para encontrar os termos adequados para descrever o que via?
PEDRO SOUSA: Muitas vezes isso acontece. E tão mais difícil ainda, porque muitos ouvintes estão a ver pela televisão e a ouvir pela rádio. E também tenho a noção que algumas vezes passei uma linha que eu próprio defini. Quando assim acontece, se por algum motivo feri susceptibilidades, o único caminho é pedir desculpa.
ANTÓNIO SILVA: Existe actualmente algum relator com quem se identifique ou pretenda seguir?
PEDRO SOUSA: Sem falsa modéstia, os melhores estão na Rádio Renascença, na linha de grandes nomes como Ribeiro Cristóvão e Romeu Correia, entre outros.
MUNDOS DIFERENTES: RÁDIO E TELEVISÃO, ONTEM E HOJE
DIOGO SOUSA: Sabendo que a rádio nao tem o destaque que tinha, por exemplo, nas décadas de 60 e 70 (por culpa da "chegada" da televisão) como vê a nova forma de fazer relatos desde aí? Sente que tiveram de adquirir novos "tiques" para captar a atenção do público?
PEDRO SOUSA: Saber viver com a concorrência, seja ela directa ou televisiva, é um dos grandes desafios da rádio. Não sinto que tenhamos adquirido "tiques" ou truques. Na rádio somos os olhos dos ouvintes, pelo que, saber contar e descrever o que estamos a assistir, é uma das grandes diferenças deste meio mágico.
ANTÓNIO SILVA: Quais as principais diferenças que encontra entre o relato radiofónico e a narração televisiva?
PEDRO SOUSA: A principal diferença, não sendo a única, é que na rádio somos os olhos das pessoas, enquanto na televisão o telespectador tem acesso ao mesmo conteúdo. Quero com isto dizer que na televisão devemos ser menos palavrosos e afastar evidências no nosso vocabulário.
PATRÍCIA RODRIGUES: Tem uma forma aberta de relatar, as expressões que habitualmente são instintivas ou é algo trabalhado?
PEDRO SOUSA: Por vezes são instintivas, mas, como é bom de perceber, os melhores improvisos são os que preparamos. Para quem está a começar sugiro que não abuse do instinto, porque pode correr mal.
DIOGO SOUSA: Sente que os relatos futebolísticos estão apenas restritos a homens? Se uma mulher aparecesse neste momento a fazer um relato, como pensa que seria aceite?
PEDRO SOUSA: Não consigo ver as coisas dessa forma. A diferença, para melhor, homem ou mulher, deve estar na competência, independentemente do sexo. Agora, reconheço que até este momento tem sido um meio difícil para as mulheres, mas não tenho dúvidas, que a surgir, seria bem aceite.
(CONTINUA)
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