A VITÓRIA DO EFEITO SURPRESA E O SAVIOLA DO COSTUME
Quantos esperariam que Jorge Jesus lançasse, num jogo de tamanha importância, um jogador sem um único minuto jogado nas trezes anteriores jornadas do campeonato português? Só quem, de facto, estivesse bem informado das pretensões do treinador encarnado. Sem Di María e Coentrão, não subiu Peixoto, jogou Urretaviscaya, extremo uruguaio, em estreia nesta época. Sem Aimar, a batuta esteve ao comando de Carlos Martins. O Benfica surpreendeu o FC Porto, a vitória encarnada começou aí. Depois, apareceu um cliente habitual, oportunista e decisivo: Javier Saviola. Por alguma razão lhe chamam El Conejo.
O FC Porto, já se sabia, chegou ao clássico na máxima força. Restava, no entanto, tirar a limpo algumas alterações que poderiam surgir: Jesualdo Ferreira trocou Belluschi por Guarín, preferindo o físico do colombiano à magia do argentino, e lançou Rodríguez para o tridente ofensivo, na vez de Varela, ao lado de Falcao e Hulk. O Benfica, para além dos castigados Di María e Fábio Coentrão, apresentou-se desfalcado de Aimar, médio convocado mas com limitações físicas. Ramires, tal como Jesualdo Ferreira havia garantido, foi titular nos encarnados. A surpresa reservada por Jorge Jesus foi a utilização de Urreta, médio em estreia absoluta nesta temporada, sob o lado esquerdo. E o maestro: Carlos Martins.
A frase que serve como título a esta crónica, pretende demonstrar como o FC Porto se sentiu: surpreendido. A percentagem que aguardaria a titularidade de Urreta seria, decerto, quase nula. Foi muito por culpa do extremo uruguaio e também de Carlos Martins, outro jogador raras vezes chamado à equipa inicial, que o Benfica conseguiu superar um melhor início do FC Porto e, assim, assumir o controlo da bola. Estalaram os vinte minutos e foi aí que veio a primeira ocasião de golo. Para o Benfica. Álvaro Pereira, salvador, cortou o remate de Cardozo em cima da linha. A defesa portista conseguiu aliviar o perigo mas não para muito longe. David Luiz insistiu, Saviola acreditou, encarou com Helton e rematou certeiro.
UM GOLO COMO CEREJA NO TOPO DO BOLO
Se o Benfica já estava por cima até então, em vantagem a equipa de Jorge Jesus chegou à tranquilidade. A superioridade nos duelos nas faixas laterais e a conquista do meio-campo, não só permitia aos encarnados criar mais lances de perigo como dominar e aniquilar as tentativas do FC Porto. Tentativas, sim, nunca passou disso. Os portistas sentiam falta de criatividade, imaginação, um rasgo de génio. Ao preferir Guarín a Belluschi, Jesualdo correra esse risco: com o colombiano e com Raul Meireles bem abaixo das últimas prestações, não havia como construir futebol de ataque. Pouco depois da meia-hora, podem queixar-se de um erro: Hulk foi derrubado por Peixoto, dentro da área, Lucílio Baptista mandou jogar.
Apesar desse lance polémico, um erro, o Benfica chegou ao intervalo na frente com toda a justiça. Senhores da bola, das oportunidades e do jogo, onde o tão desejado Ramires teve um papel determinante, os encarnados estavam perto da perfeição. Era, por isso, no lado oposto que teriam de surgir alterações. Obrigatoriamente. Jesualdo Ferreira percebeu que a estratégia inicial não resultara, deixou Guarín de fora e lançou Varela. Os portistas regressaram com outra atitude, com mais bola, conseguindo jogar no meio-campo adversário. O primeiro remate de real perigo surgiu, contudo, apenas aos sessenta e dois minutos: Álvaro Pereira tentou de longe, Quim atirou as pretensões de empatar para canto. Melhoria?
FC PORTO MELHOR, JESUS GUARDA O OURO
Por essa altura, o FC Porto mostrou-se, apertou o Benfica, rondou com perigo a baliza de Quim e procurou o golo do empate. Jorge Jesus, atento, percebeu que o seu meio-campo quebrara, não tinha o mesmo rendimento, dava espaços. Trocou, por isso, Urreta e Carlos Martins por Weldon e Luís Filipe. O jogo estava intenso, lutado, e os dois primeiros, tão importantes que foram na construção da superioridade encarnada, normalmente acusaram a falta de ritmo. Era tempo, então, de o Benfica reequilibrar a balança. O jogo entrou nos vinte minutos finais, os portistas tinham claramente melhorado mas os encarnados mantinham o controlo. De novo por lesão, Ramires deu o lugar a Felipe Menezes.
Lucílio Baptista errara na primeira parte, voltaria a estar mal à entrada dos quinze minutos finais. Christian Rodríguez impediu com o braço que a bola chegasse à cabeça de David Luiz, o árbitro nada assinalou. Jesualdo Ferreira tinha que lançar os trunfos de que ainda dispunha, era agora ou nunca, o FC Porto ambicionava algo mais na Luz. Entraram Farías e Belluschi, saíram Hulk e Raul Meireles. Imperou, porém, a Lei de Murphy: nada saiu bem ao FC Porto. Com as alterações, a equipa portista ficou partida, procurou futebol directo, não resultou. O Benfica sofreu, soube fazê-lo, e garantiu a vitória. Com mérito, o jogo esteve longe de ser bem jogado mas os encarnados foram melhores. O Natal será, agora, mais descansado.
Quantos esperariam que Jorge Jesus lançasse, num jogo de tamanha importância, um jogador sem um único minuto jogado nas trezes anteriores jornadas do campeonato português? Só quem, de facto, estivesse bem informado das pretensões do treinador encarnado. Sem Di María e Coentrão, não subiu Peixoto, jogou Urretaviscaya, extremo uruguaio, em estreia nesta época. Sem Aimar, a batuta esteve ao comando de Carlos Martins. O Benfica surpreendeu o FC Porto, a vitória encarnada começou aí. Depois, apareceu um cliente habitual, oportunista e decisivo: Javier Saviola. Por alguma razão lhe chamam El Conejo.
O FC Porto, já se sabia, chegou ao clássico na máxima força. Restava, no entanto, tirar a limpo algumas alterações que poderiam surgir: Jesualdo Ferreira trocou Belluschi por Guarín, preferindo o físico do colombiano à magia do argentino, e lançou Rodríguez para o tridente ofensivo, na vez de Varela, ao lado de Falcao e Hulk. O Benfica, para além dos castigados Di María e Fábio Coentrão, apresentou-se desfalcado de Aimar, médio convocado mas com limitações físicas. Ramires, tal como Jesualdo Ferreira havia garantido, foi titular nos encarnados. A surpresa reservada por Jorge Jesus foi a utilização de Urreta, médio em estreia absoluta nesta temporada, sob o lado esquerdo. E o maestro: Carlos Martins.
A frase que serve como título a esta crónica, pretende demonstrar como o FC Porto se sentiu: surpreendido. A percentagem que aguardaria a titularidade de Urreta seria, decerto, quase nula. Foi muito por culpa do extremo uruguaio e também de Carlos Martins, outro jogador raras vezes chamado à equipa inicial, que o Benfica conseguiu superar um melhor início do FC Porto e, assim, assumir o controlo da bola. Estalaram os vinte minutos e foi aí que veio a primeira ocasião de golo. Para o Benfica. Álvaro Pereira, salvador, cortou o remate de Cardozo em cima da linha. A defesa portista conseguiu aliviar o perigo mas não para muito longe. David Luiz insistiu, Saviola acreditou, encarou com Helton e rematou certeiro.
UM GOLO COMO CEREJA NO TOPO DO BOLO
Se o Benfica já estava por cima até então, em vantagem a equipa de Jorge Jesus chegou à tranquilidade. A superioridade nos duelos nas faixas laterais e a conquista do meio-campo, não só permitia aos encarnados criar mais lances de perigo como dominar e aniquilar as tentativas do FC Porto. Tentativas, sim, nunca passou disso. Os portistas sentiam falta de criatividade, imaginação, um rasgo de génio. Ao preferir Guarín a Belluschi, Jesualdo correra esse risco: com o colombiano e com Raul Meireles bem abaixo das últimas prestações, não havia como construir futebol de ataque. Pouco depois da meia-hora, podem queixar-se de um erro: Hulk foi derrubado por Peixoto, dentro da área, Lucílio Baptista mandou jogar.
Apesar desse lance polémico, um erro, o Benfica chegou ao intervalo na frente com toda a justiça. Senhores da bola, das oportunidades e do jogo, onde o tão desejado Ramires teve um papel determinante, os encarnados estavam perto da perfeição. Era, por isso, no lado oposto que teriam de surgir alterações. Obrigatoriamente. Jesualdo Ferreira percebeu que a estratégia inicial não resultara, deixou Guarín de fora e lançou Varela. Os portistas regressaram com outra atitude, com mais bola, conseguindo jogar no meio-campo adversário. O primeiro remate de real perigo surgiu, contudo, apenas aos sessenta e dois minutos: Álvaro Pereira tentou de longe, Quim atirou as pretensões de empatar para canto. Melhoria?
FC PORTO MELHOR, JESUS GUARDA O OURO
Por essa altura, o FC Porto mostrou-se, apertou o Benfica, rondou com perigo a baliza de Quim e procurou o golo do empate. Jorge Jesus, atento, percebeu que o seu meio-campo quebrara, não tinha o mesmo rendimento, dava espaços. Trocou, por isso, Urreta e Carlos Martins por Weldon e Luís Filipe. O jogo estava intenso, lutado, e os dois primeiros, tão importantes que foram na construção da superioridade encarnada, normalmente acusaram a falta de ritmo. Era tempo, então, de o Benfica reequilibrar a balança. O jogo entrou nos vinte minutos finais, os portistas tinham claramente melhorado mas os encarnados mantinham o controlo. De novo por lesão, Ramires deu o lugar a Felipe Menezes.
Lucílio Baptista errara na primeira parte, voltaria a estar mal à entrada dos quinze minutos finais. Christian Rodríguez impediu com o braço que a bola chegasse à cabeça de David Luiz, o árbitro nada assinalou. Jesualdo Ferreira tinha que lançar os trunfos de que ainda dispunha, era agora ou nunca, o FC Porto ambicionava algo mais na Luz. Entraram Farías e Belluschi, saíram Hulk e Raul Meireles. Imperou, porém, a Lei de Murphy: nada saiu bem ao FC Porto. Com as alterações, a equipa portista ficou partida, procurou futebol directo, não resultou. O Benfica sofreu, soube fazê-lo, e garantiu a vitória. Com mérito, o jogo esteve longe de ser bem jogado mas os encarnados foram melhores. O Natal será, agora, mais descansado.
1 comentário:
Boa análise.
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