Com querer e esforço mas, sobretudo, com raiva. Foi assim que João Cabreira, campeão nacional e ciclista do Centro de Ciclismo Loulé, venceu a quarta etapa que terminou na mítica subida à Senhora da Graça. Foi uma repetição do triunfo conseguido há três anos atrás, na sua Volta de estreia, ao serviço da Maia. A vitória de Cabreira foi como um grito de revolta: o ciclista esteve suspenso por, alegadamente, ter usado doping já que foi desmantelada na sua equipa, LA-MSS Póvoa, uma espécie de Operação Puerto à portuguesa. Sempre clamando inocência, João Cabreira viria a ser absolvido. E voltou em grande plano.
No destaque maior, depois da quarta tirada, juntamente com o vencedor da etapa esteve Nuno Ribeiro. O último português a conseguir vencer a Volta a Portugal mostrou toda a sua classe e conseguiu arrecadar a camisola amarela. Não deixa de ser uma surpresa pois a Liberty Seguros, talvez a formação mais completa do pelotão nacional, tinha Hector Guerra como candidato número um e ainda Ruben Plaza, campeão espanhol, como vice-líder. Nesta fase, mesmo tendo uma vitória no currículo, Nuno Ribeiro era mais um operário do que propriamente candidato. Porém, face à quebra de ambos os líderes, Américo Silva alterou a estratégia: Ribeiro é quem está de amarelo e é essa liderança que deve ser mantida.
Oposto, completamente oposto, foi o dia da Palmeiras Resort-Tavira e, em especial, de Cândido Barbosa. O ciclista português, figura central desde o prólogo de Lisboa, quebrou na subida para o alto da Senhora da Graça e não conseguiu manter a camisola amarela. Aliás, caiu mesmo para a décima quinta posição sofrendo um atraso de 2.18 minutos para Nuno Ribeiro, o novo líder. As hipóteses e esperanças de Cândido em vencer a 71ª Volta a Portugal ficaram hipotecadas. E como um mal nunca vem só, na equipa algarvia, também David Blanco, o candidato principal ao triunfo, não conseguiu mostrar-se no seu melhor e caiu para o décimo lugar da geral - encontra-se a 1.49 minutos da amarela. André Cardoso, em sexto, é o melhor classificado da equipa de Vidal Fitas.
Se em França, no Tour, há os Pirinéus e os Alpes, em Portugal, há a Senhora da Graça e a Torre. São, sem dúvida, etapas muitíssimo desgastantes e que, à semelhança do contra-relógio do último dia, decidirão as contas da geral. Logo após a quarta etapa, Cândido Barbosa e Hector Guerra, sobretudo, mas também Ruben Plaza, viram as suas ambições de sair de Viseu com a camisola amarela vestida reduzidas a quase nada. É certo que ainda falta uma semana de prova - hoje, segunda-feira, cumpre-se o dia de descanso - mas têm diferenças relativamente grandes. Tiago Machado, da Madeinox-Boavista, também se atrasou nessas contas.
Em retrospectiva, um olhar ao pódio: Nuno Ribeiro está de amarelo, tem João Cabreira a apenas seis segundos, e David Bernabéu, antigo vencedor pela Milaneza-Maia em 2004, a quarenta e seis. Todavia, o Loulé-Louletano não parece possuidor de uma equipa forte que consiga levar Cabreira à vitória, situação partilhada pela LA-Rota dos Móveis que tem Hugo Sabido no quinto lugar (a pouco mais de um minuto). Uma nota ainda para Damiano Cunego, vencedor do Giro de Itália em 2005, que mesmo estando em preparação para a próxima Vuelta se encontra na nona posição, um segundo à frente de David Blanco.
PS: Contrariamente àquilo que vem sendo hábito num passado mais recente, a Volta tem sido dominada por ciclistas portugueses. Apenas na terceira etapa, Fundão-Gouveia, o alemão Patrick Sinkewitz (PSK) se conseguiu impor. Além disso, todas as classificações são dominadas por corredores nacionais: Nuno Ribeiro (geral), Sérgio Sousa (montanha), Cândido Barbosa (pontos), Tiago Machado (juventude) e Palmeiras Resort-Tavira (equipas). Bom sinal.
No destaque maior, depois da quarta tirada, juntamente com o vencedor da etapa esteve Nuno Ribeiro. O último português a conseguir vencer a Volta a Portugal mostrou toda a sua classe e conseguiu arrecadar a camisola amarela. Não deixa de ser uma surpresa pois a Liberty Seguros, talvez a formação mais completa do pelotão nacional, tinha Hector Guerra como candidato número um e ainda Ruben Plaza, campeão espanhol, como vice-líder. Nesta fase, mesmo tendo uma vitória no currículo, Nuno Ribeiro era mais um operário do que propriamente candidato. Porém, face à quebra de ambos os líderes, Américo Silva alterou a estratégia: Ribeiro é quem está de amarelo e é essa liderança que deve ser mantida.
Oposto, completamente oposto, foi o dia da Palmeiras Resort-Tavira e, em especial, de Cândido Barbosa. O ciclista português, figura central desde o prólogo de Lisboa, quebrou na subida para o alto da Senhora da Graça e não conseguiu manter a camisola amarela. Aliás, caiu mesmo para a décima quinta posição sofrendo um atraso de 2.18 minutos para Nuno Ribeiro, o novo líder. As hipóteses e esperanças de Cândido em vencer a 71ª Volta a Portugal ficaram hipotecadas. E como um mal nunca vem só, na equipa algarvia, também David Blanco, o candidato principal ao triunfo, não conseguiu mostrar-se no seu melhor e caiu para o décimo lugar da geral - encontra-se a 1.49 minutos da amarela. André Cardoso, em sexto, é o melhor classificado da equipa de Vidal Fitas.
Se em França, no Tour, há os Pirinéus e os Alpes, em Portugal, há a Senhora da Graça e a Torre. São, sem dúvida, etapas muitíssimo desgastantes e que, à semelhança do contra-relógio do último dia, decidirão as contas da geral. Logo após a quarta etapa, Cândido Barbosa e Hector Guerra, sobretudo, mas também Ruben Plaza, viram as suas ambições de sair de Viseu com a camisola amarela vestida reduzidas a quase nada. É certo que ainda falta uma semana de prova - hoje, segunda-feira, cumpre-se o dia de descanso - mas têm diferenças relativamente grandes. Tiago Machado, da Madeinox-Boavista, também se atrasou nessas contas.
Em retrospectiva, um olhar ao pódio: Nuno Ribeiro está de amarelo, tem João Cabreira a apenas seis segundos, e David Bernabéu, antigo vencedor pela Milaneza-Maia em 2004, a quarenta e seis. Todavia, o Loulé-Louletano não parece possuidor de uma equipa forte que consiga levar Cabreira à vitória, situação partilhada pela LA-Rota dos Móveis que tem Hugo Sabido no quinto lugar (a pouco mais de um minuto). Uma nota ainda para Damiano Cunego, vencedor do Giro de Itália em 2005, que mesmo estando em preparação para a próxima Vuelta se encontra na nona posição, um segundo à frente de David Blanco.
PS: Contrariamente àquilo que vem sendo hábito num passado mais recente, a Volta tem sido dominada por ciclistas portugueses. Apenas na terceira etapa, Fundão-Gouveia, o alemão Patrick Sinkewitz (PSK) se conseguiu impor. Além disso, todas as classificações são dominadas por corredores nacionais: Nuno Ribeiro (geral), Sérgio Sousa (montanha), Cândido Barbosa (pontos), Tiago Machado (juventude) e Palmeiras Resort-Tavira (equipas). Bom sinal.
Acompanhamento dos melhores momentos da 71ª Volta a Portugal
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