sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tour de France: O espectáculo segue dentro de momentos

Completam-se amanhã duas semanas desde que o 96º Tour de France arrancou no Mónaco. No entanto, bem ao contrário do que era expectável, pouco há para contar. As grandes emoções, os verdadeiros espectáculos dos candidatos à vitória final, estão reservados para a terceira semana: para os Alpes, precisamente. Apesar de não ser bom para os adeptos de ciclismo, compreende-se que esta corrida esteja tão calculista e defensiva porque a etapa rainha, a subida ao Mont Ventoux, apenas acontece no penúltimo dia. Mas, afinal, este não é um Tour normal. Até já houve tempo uma espécie de cicloturismo, em protesto devido à proibição da utilização dos rádios.

A décima terceira etapa, a última até este momento, toda ela cumprida debaixo de chuva, foi atípica. Mais uma vez. Uma tirada bem dura, com contagens de montanha de segunda e primeira categoria, ganha pelo alemão Heinrich Haussler (Cervélo), um sprinter. Está tudo explicado quando assim é. Rinaldo Nocentini continua como camisola amarela. E, verdade seja dita, sem que tenha sido obrigado a grandes esforços para que isso aconteça. Ninguém colocou a sua liderança em sério perigo. Ninguém ousou fazê-lo, sequer. Os ataques estão todos prometidos para o final: Cadel Evans e os irmãos Schleck já o assumiram. Alberto Contador também.

Nos sprints, Mark Cavendish parece imbatível. Em cinco chegadas com pelotão compacto, o britânico apenas perdeu numa delas: em Barcelona, para Thor Hushovd, seu grande rival na luta pela camisola dos pontos. A Columbia, equipa de Cavendish, tem mostrado uma força incrível quando se trata de fazer a recolagem aos corredores que estão na frente. Vamos a mais um exemplo da estranheza deste Tour de France: na décima segunda etapa, a Columbia não perseguiu e mais nenhuma equipa de sprinters o fez. Deixaram que a fuga vingasse, sem acelerar o ritmo, perdendo assim uma excelente oportunidade de vencer uma etapa. Aproveitou Nicki Sorensen, da Saxo Bank, para conseguir uma vitória espectacular.

A Astana perdeu Levi Leipheimer. É uma baixa importante. O norte-americano é um ciclista de topo, era quarto da geral e um lógico candidato aos primeiros lugares em Paris. No entanto, à semelhança de Andreas Klöden, era mais um líder do que propriamente um ciclista para trabalhar em prol da equipa tal como tem acontecido com o português Sérgio Paulinho. Já que se fala em portugueses: Rui Costa, jovem da Caisse d'Epargne, foi vítima de uma queda colectiva - envolveu três colegas seus - e foi obrigado a abandonar. A segunda baixa da equipa espanhola depois de ter visto o seu líder, Oscar Pereiro, sair devido a problemas físicos.

Acompanhamento dos melhores momentos do Tour'09

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