As meias-finais da Taça de Portugal, trouxeram uma confirmação e uma surpresa. Vamos por partes: vai haver uma final inédita, entre FC Porto e Paços de Ferreira. Não é, por isso, difícil de comprovar qual é a surpresa e qual a confirmação. A passagem dos portistas não espanta ninguém, apesar da derrota na Reboleira mas servindo-se do resultado da primeira mão. Quanto ao outro jogo, entre Nacional e Paços de Ferreira, atribuia-se maior favoritismo à equipa de Manuel Machado, acrescido pelo empate a dois que lhe dava vantagem. Porém, os castores foram mais fortes. E estão na final. Uma Pedrinha atravessada no caminho dos madeirenses. Na final nortenha, o Paços acredita. Mas o FC Porto é favorito. Naturalmente.
Qualquer das equipas que vencesse faria história pois estaria pela primeira vez na final da Taça de Portugal. Na primeira mão, o Nacional conseguiu um empate a dois golos em Paços de Ferreira, tendo por isso vantagem na eliminatória. Não era uma vantagem significativa, porém dava favoritimo aos madeirenses porque possuem mais argumentos e jogavam em casa. Contudo, o início do jogo fez questão de o desmentir. O Nacional entrou muito nervoso, talvez acusando em demasia a pressão de chegar ao Jamor. Aos 20 minutos, já os pacenses venciam por 2-0. Era necessário reagir. Os jogadores de Manuel Machado fizeram-no, conseguindo empatar. Estava tudo igual entre as equipas e chegou a existir a sensação de que o Nacional poderia mesmo dar a reviravolta. Não aconteceu. Já em descontos, Cristiano teve uma jogada genial e foi derrubado por Filipe Lopes, dentro da área. Penalty assinalado por Olegário Benquerença e golo! Já não havia volta a dar, o Paços estava na final. Com justiça. E um contributo enorme de Pedrinha, entrado aos seis minutos, autor do primeiro e terceiros golos. O herói pacence.
Na outra meia-final, o FC Porto trazia uma vantagem de dois golos do jogo do Dragão. Deu, por isso, para Jesualdo Ferreira poupar alguns jogadores importantes para a recta final do campeonato, o grande objectivo dos portistas: Helton, Bruno Alves, Raul Meireles e Rodríguez nem sequer foram convocados, enquanto que Cissokho e Fernando ficaram no banco; Fucile regressou, jogando na esquerda. Pela frente, um Estrela da Amadora, carregado de dificuldades bem conhecidas. A partida começou da melhor maneira para os dragões: quatro minutos, golo de Farías, o goleador da Taça de Portugal. Agora sim, a eliminatória parecia arrumada. Ora, parecer é bem diferente de ser. Surgiu, aos doze minutos, o pior momento deste jogo com a lesão (grave!) de Hulk, que o deixará de fora dos últimos jogos bem como Lucho González. Porém, o FC Porto continuou a dominar a seu bel-prazer. Até ao minuto 28, aquando da substituição de Vítor Vinha por Rui Varela, que alargou a frente de ataque do Estrela. Foi a pedra de toque para mudar a toda do encontro. Os tricolores cresceram, agigantaram-se e deram a volta: primeiro numa jogada dos Varelas, criada pelo Silvestre e concluída pelo Rui; mais tarde num cabeceamento de Anselmo. O FC Porto pouco fez para contrariar essa tendência porque apesar da derrota tinha a final da Taça bem garantida. Jogou mal, a segunda linha provou que não tem a qualidade suficiente para actuar com regularidade. E não será certamente essa equipa que estará, dia 31 de Maio, no Jamor.
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