ANÁLISE JORNADA 23 - LIGA SAGRES
Há quem se atreva a dizer que ficou tudo igual. Não ficou. Porque apesar das vitórias dos grandes que mantém as diferenças falta menos uma jornada para o final do campeonato. Logo, isso significa uma vantagem para o FC Porto, líder, que parece encaminhado para o título se bem que ainda tenha deslocações complicadas. Porém, os rivais também as terão. Veremos se têm estaleca.
Categórica. É a palavra perfeita para descrever a vitória do FC Porto, em Guimarães, ante o Vitória. Não foi fácil, não é isso que se pretende dizer, mas esta era talvez a jornada em que sportinguistas e benfiquistas depositavam maior confiança numa derrota do líder. Chegaram a tê-la com o golo de Roberto, aos 19 minutos, que colocou a equipa de Manuel Cajuda em vantagem. Um golo que surgiu no primeiro remate perigoso à baliza de Helton, pois até aí o jogo havia sido totalmente dominado por uma entrada a todo o gás do FC Porto tendo como ponto alto um grande remate de Farías a que Nilson respondeu com uma defesa monstruosa. Com os vitorianos em vantagem, o jogo pouco ou nada mudou. Houve oportunidades para o empate - que falhanço de Farías com a baliza à mercê! - mas o intervalo chegou com a vitória da equipa de Cajuda. Para a segunda parte, o FC Porto entrou com tudo. Literalmente. Empatou aos 52 minutos num cabeceamento de Farías (tanto tentou que acertou!) após cruzamento soberbo de Raul Meireles; virou o resultado seis minutos depois num golo feliz de Mariano González. Tinha ido ao fundo a estratégia do Vitória, num ápice. Marcou Rolando, a dois minutos dos 90', o terceiro. Justiça numa exibição categória, à campeão, da equipa de Jesualdo Ferreira impulsionada por Hulk, o incrível. Com Lucho e Rodríguez no banco!
Coerente. É a palavra perfeita para descrever a vitória do Sporting, em Matosinhos, ante o Leixões. Era um jogo que se esperava, à partida, trazer inúmeras dificuldades à equipa de Paulo Bento ainda que este Leixões tenha muito pouco daquele que empolgou tantos na primeira volta da Liga Sagres. Além disso, os sportinguistas não podiam contar nem com Vukcevic (não joga mais esta temporada) nem com Izmailov ou ainda Pedro Silva. Um golo chegou para o Sporting ficar com os três pontos. Surgiu no minuto 13 quando, invertendo os papéis, Liedson descobriu Derlei que perante Beto atirou para o fundo da baliza dos leioxonenses. Em vantagem, cedo, Paulo Bento teve mais duas adversidades: as lesões de Romagnoli e Rochemback que o obrigaram a socorrer-se de Miguel Veloso e Adrien. Do lado do Leixões é justo reconhecer que os jogadores nunca baixaram os braços, não se conformando com a derrota mas esta equipa não mostra os argumentos de outrora. A contestação à arbitragem de Pedro Proença foi grande, sobretudo pelos leixonenses que se queixam de um penalty por mão de Abel mas também o Sporting reclama um empurrão de Elvis a Derlei.
Injusta. É a palavra perfeita para descrever a vitória do Benfica, na Amadora, ante o Estrela. Depois de ter visto FC Porto e Sporting vencerem os seus jogos, a equipa de Quique Flores tinha a obrigação de os imitar e vencer o Estrela da Amadora, equipa sem receber salários há vários meses e sem treinos na semana que antecedeu o encontro com os encarnados. Esperava-se, por isso, alguma falta de ritmo nos estrelistas que seria perfeitamente normal. Puro engano! O Estrela foi superior ao Benfica durante quase todo o encontro, sendo injustamente derrotada. Ora vamos ao jogo que começou com o golo dos encarnados aos 5 minutos, marcado por Cardozo de penalty (mal assinalado!). Perfeito, tudo parecia indicar para uma vitória fácil da equipa de Quique. A tarefa do Estrela complicou-se ainda mais quando, dez minutos depois, Cardozo bisou novamente de penalty. O Benfica controlava o jogo a seu bel-prazer. Até que surgiu mais um penalty, desta vez para o Estrela por falta de Yebda; Varela encarregou-se de marcar e reduziu a desvantagem. Três golos de penalty, portanto - Hugo Miguel ainda deixou passar outro por mão de David Luiz no lance imediatamente anterior ao golo do Estrela. Daí até final, o jogo foi quase só criado pela equipa de Lázaro Oliveira, sempre em busca do empate. O Benfica limitou-se a segurar a vantagem, sem chama, sem personalidade, sem atitude. Valeu Quim, surpreendentemente regressado à baliza, para segurar um precioso resultado. Sim, pois a exibição chegou a ser confrangedora perante uma equipa do Estrela que merece todos os elogios do mundo.
Na luta pela UEFA, Sp.Braga e Nacional assumiram-se como candidatos mais fortes a esses restantes lugares. Ambos venceram por 3-0, fora: os arsenalistas em Setúbal enquanto que a equipa de Manuel Machado goleou o Rio Ave. O Leixões e o Marítimo (empate com o Trofense) atrasaram-se nessa luta. Quanto à permanência, a Académica deu um passo importante ao vencer o Belenenses que se afunda cada vez mais enquanto que Paços de Ferreira e Naval empataram.
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