Imperou a lei do mais forte, no Dragão, esta noite. O Manchester United eliminou o FC Porto, com um golaço espantoso de Cristiano Ronaldo - melhor do mundo arrisca-se a isto. Ao intervalo da eliminatória, a vantagem era dos portistas após uma exibição soberba em Old Trafford mas contas feitas quem se ri são os ingleses. Contudo, fica um amargo na boca, fica uma sensação de que o FC Porto poderia ter ultrapassado o United, muito devido ao jogo de Manchester. Mas não. Porque eles são mesmo de outro campeonato.
O jogo do Dragão seria, naturalmente, diferente do da primeira mão. Apesar da vantagem dos portistas através do empate conseguido fora, o Manchester continuava como principal candidato a estar nas meias-finais. Porque é um colosso europeu, porque tem um autêntico estrelato na equipa. Assim, Alex Ferguson apresentou uma equipa diferente, bem mais virada para o ataque. Deixou Paul Scholes e Fletcher no banco e apostou em Anderson e Ryan Giggs. Além disso, regressaram Rio Ferdinand e Berbatov, ambos de lesão, para os lugares de Johnny Evans e Ji-Sung Park. Para os portistas, foi em má altura que recuperaram. Principalmente Ferdinand, um senhor defesa central. Do lado do FC Porto, sem Jesualdo Ferreira no banco, jogaram os habituais, empurrados por um ambiente fantástico do Dragão, servindo como palco do sonho.
Porém, o FC Porto não entrou bem no jogo. Não conseguiu fazer aquilo que lhe permitiu manietar o Manchester na primeira mão, ou seja, não dar espaços para os red devils jogarem como gostam. Sabia-se que o United entraria a todo o gás, na procura de marcar um golo para virar a eliminatória. Assim foi. Estavam jogados apenas seis minutos quando Cristiano Ronaldo, com um pontapé de trinta metros, escancarou a porta das meias-finais aos ingleses. Um golo a frio, ainda no início, era o pior que podia acontecer. Um golo sublime que deixou a equipa portuguesa com dificuldades, algo receosa e sem ter bola no pé. No primeiro quarto de hora, os portistas sentiram grandes dificuldades em jogar e em ganhar a luta a meio campo. No entanto, depois desse mau período, o FC Porto conseguiu equilibrar e teve a primeira oportunidade, aos vinte minutos, num livre de Bruno Alves que passou ao lado da baliza de Van der Sar. Pouco depois, Lisandro, com um remate acrobático, criou nos adeptos a ilusão de que era possível seguir em frente e o Dragão voltou a unir-se em torno da equipa.
AZAR DE UNS, CLASSE DE OUTROS
Sorte. Também aqui faltou sorte. Veio a lesão de Lucho, à meia-hora de jogo. Era mais uma enorme adversidade, ainda para mais num período em que o FC Porto estava melhor, tentando reagir ao golo de Ronaldo. Ficou sem o capitão, o comandante e a voz de comando, depois de já ter ficado sem o treinador. Entrou Mariano González para o seu lugar. O ritmo voltou a baixar, o jogo ficou outra vez mais disputado a meio. Surgiu mais uma ameaça para Van der Sar, aos 41 minutos, em novo lance de Bruno Alves, agora num cabeceamento. Respondeu o Manchester United, com uma soberana ocasião de golo, desperdiçada por Vidic, de forma incrível, só com a baliza pela frente. A seguir, chegou o intervalo. O Manchester estava bem melhor do que no outro jogo, estava ao seu melhor nível, muito por culpa de Anderson que jogava e fazia jogar. No FC Porto faltava inspiração aos jogadores das decisões, sobretudo a Hulk, enquanto que Lisandro estava totalmente manietado por Ferdinand e Vidic, sem se conseguir soltar. Cissokho, na esquerda, era ainda assim um perigo à solta mas o United tava todos os espaços existentes. Rooney era o primeiro a defender e, quando a equipa estava sem bola, fechava na esquerda fazendo com que O'Shea flectisse para auxiliar os centrais.
A esperança em ver o FC Porto continuar em prova era cada vez menor. Não que a exibição da equipa fosse má, não é isso. Era antes a classe que o Manchester, imperial, mostrava no Dragão. Este jogo era, definitivamente, diferente do de Old Trafford. Os portistas, sem nunca baixar os braços e demonstrando enorme atitude, procuraram sempre o golo que lhes valesse a qualificação para a fase seguinte. Mas parecia não haver forma de o conseguir, o tempo passava mais rápido do que nunca. Jogou-se mais com o coração do que com a cabeça. José Gomes, o treinador na ausência de Jesualdo, lançou Farías para o lugar de Rodríguez, a fim de ter mais um homem-golo na frente. Sem sucesso, porque foi mais um a cair na teia dos centrais do Manchester, por onde nada parecia capaz de passar. Nos red devils, em jeito de resposta, entraram Nani e Paul Scholes para os lugares de Berbatov e Anderson, para suster o ímpeto da equipa portuguesa.
Os dez minutos finais foram de pressão por parte do FC Porto. A oportunidade mais evidente pertenceu a Rolando que não conseguiu aproveitar uma saída em falso de Van der Sar. Tentou depois Farías, tentou Lisandro. Tentaram todos, é justo dizê-lo. Nada havia a fazer até porque três minutos depois dos 90, Massimo Busacca apitou para o final. Do jogo e da caminhada dos portistas na Europa, esta época. Seguiu-se uma enorme ovação dos adeptos portistas. Mas também para dar a confirmação de que no futebol, só os mais fortes sobrevivem. Como foi o caso deste Manchester de enorme classe.
Crónica do jogo de Old Trafford
O jogo do Dragão seria, naturalmente, diferente do da primeira mão. Apesar da vantagem dos portistas através do empate conseguido fora, o Manchester continuava como principal candidato a estar nas meias-finais. Porque é um colosso europeu, porque tem um autêntico estrelato na equipa. Assim, Alex Ferguson apresentou uma equipa diferente, bem mais virada para o ataque. Deixou Paul Scholes e Fletcher no banco e apostou em Anderson e Ryan Giggs. Além disso, regressaram Rio Ferdinand e Berbatov, ambos de lesão, para os lugares de Johnny Evans e Ji-Sung Park. Para os portistas, foi em má altura que recuperaram. Principalmente Ferdinand, um senhor defesa central. Do lado do FC Porto, sem Jesualdo Ferreira no banco, jogaram os habituais, empurrados por um ambiente fantástico do Dragão, servindo como palco do sonho.
Porém, o FC Porto não entrou bem no jogo. Não conseguiu fazer aquilo que lhe permitiu manietar o Manchester na primeira mão, ou seja, não dar espaços para os red devils jogarem como gostam. Sabia-se que o United entraria a todo o gás, na procura de marcar um golo para virar a eliminatória. Assim foi. Estavam jogados apenas seis minutos quando Cristiano Ronaldo, com um pontapé de trinta metros, escancarou a porta das meias-finais aos ingleses. Um golo a frio, ainda no início, era o pior que podia acontecer. Um golo sublime que deixou a equipa portuguesa com dificuldades, algo receosa e sem ter bola no pé. No primeiro quarto de hora, os portistas sentiram grandes dificuldades em jogar e em ganhar a luta a meio campo. No entanto, depois desse mau período, o FC Porto conseguiu equilibrar e teve a primeira oportunidade, aos vinte minutos, num livre de Bruno Alves que passou ao lado da baliza de Van der Sar. Pouco depois, Lisandro, com um remate acrobático, criou nos adeptos a ilusão de que era possível seguir em frente e o Dragão voltou a unir-se em torno da equipa.
AZAR DE UNS, CLASSE DE OUTROS
Sorte. Também aqui faltou sorte. Veio a lesão de Lucho, à meia-hora de jogo. Era mais uma enorme adversidade, ainda para mais num período em que o FC Porto estava melhor, tentando reagir ao golo de Ronaldo. Ficou sem o capitão, o comandante e a voz de comando, depois de já ter ficado sem o treinador. Entrou Mariano González para o seu lugar. O ritmo voltou a baixar, o jogo ficou outra vez mais disputado a meio. Surgiu mais uma ameaça para Van der Sar, aos 41 minutos, em novo lance de Bruno Alves, agora num cabeceamento. Respondeu o Manchester United, com uma soberana ocasião de golo, desperdiçada por Vidic, de forma incrível, só com a baliza pela frente. A seguir, chegou o intervalo. O Manchester estava bem melhor do que no outro jogo, estava ao seu melhor nível, muito por culpa de Anderson que jogava e fazia jogar. No FC Porto faltava inspiração aos jogadores das decisões, sobretudo a Hulk, enquanto que Lisandro estava totalmente manietado por Ferdinand e Vidic, sem se conseguir soltar. Cissokho, na esquerda, era ainda assim um perigo à solta mas o United tava todos os espaços existentes. Rooney era o primeiro a defender e, quando a equipa estava sem bola, fechava na esquerda fazendo com que O'Shea flectisse para auxiliar os centrais.
A esperança em ver o FC Porto continuar em prova era cada vez menor. Não que a exibição da equipa fosse má, não é isso. Era antes a classe que o Manchester, imperial, mostrava no Dragão. Este jogo era, definitivamente, diferente do de Old Trafford. Os portistas, sem nunca baixar os braços e demonstrando enorme atitude, procuraram sempre o golo que lhes valesse a qualificação para a fase seguinte. Mas parecia não haver forma de o conseguir, o tempo passava mais rápido do que nunca. Jogou-se mais com o coração do que com a cabeça. José Gomes, o treinador na ausência de Jesualdo, lançou Farías para o lugar de Rodríguez, a fim de ter mais um homem-golo na frente. Sem sucesso, porque foi mais um a cair na teia dos centrais do Manchester, por onde nada parecia capaz de passar. Nos red devils, em jeito de resposta, entraram Nani e Paul Scholes para os lugares de Berbatov e Anderson, para suster o ímpeto da equipa portuguesa.
Os dez minutos finais foram de pressão por parte do FC Porto. A oportunidade mais evidente pertenceu a Rolando que não conseguiu aproveitar uma saída em falso de Van der Sar. Tentou depois Farías, tentou Lisandro. Tentaram todos, é justo dizê-lo. Nada havia a fazer até porque três minutos depois dos 90, Massimo Busacca apitou para o final. Do jogo e da caminhada dos portistas na Europa, esta época. Seguiu-se uma enorme ovação dos adeptos portistas. Mas também para dar a confirmação de que no futebol, só os mais fortes sobrevivem. Como foi o caso deste Manchester de enorme classe.
Crónica do jogo de Old Trafford
2 comentários:
Pois é, Ricardo, disseste bem, classe. O Manchester teve melhores jogadores, mais escola táctica, mais tempo de descanso que em relação ao 1ª mão e melhor timoneiro. O José Gomes fez mal as substituições. Se queria pelo menos empatar o jogo, ao tirar o Rodriguez, deveria ter entrado em seu lugar o Pedro Proença.
Mr. Reys,
Sempre esse refinado sentido de humor com ironia e sarcasmo. Concordo que o Hulk não merecia ter estado o jogo todo em campo. Além disso, e já se sabia, este jogo foi completamente diferente do de Old Trafford.
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