domingo, 5 de outubro de 2008

Sporting - FC Porto: ter ou não o tal estofo


O FC Porto ganhou em Alvalade. A vitória da melhor equipa. Da equipa mais coesa, mais unida, mais solidária. Num jogo nem sempre bem jogado, é certo, mas com uma intensidade enorme, houve de tudo:
golos, falhanços e erros de arbitragem. Um verdadeiro clássico.

O jogo começou bem. Intenso, disputado, dividido, mas muito a meio-campo. O ritmo, esse, é que não era muito elevado. Andava tudo a pisar ovos até que Tomás Costa, primeiro, para o FC Porto e Postiga, do lado do Sporting, deram um safanão na partida. As equipas acordaram e veio o primeiro golo à passagem dos vinte minutos. Tomás Costa ganhou na insistência a bola a Grimi - andou a ver navios - e cruzou para a área, onde Lisandro colocou o FC Porto em vantagem no clássico. Com o golo, os portistas assumiram o comando e controlavam o jogo como bem entendiam. Até que, nove minutos depois do golo de Lisandro, Lucílio Baptista marcou penalty para o Sporting, num encosto de braço de Tomás Costa sobre Moutinho. Um penalty simpático. Na marcação, o mesmo João Moutinho enfrentou Nuno e voltou a empatar a partida. Empate que não durou mais do que dois minutos, porque aos 30', o FC Porto voltou a marcar. Um golaço de Bruno Alves de livre directo! Os portistas voltaram a assumir o comando da partida, superiorizando-se a um Sporting muito intermitente. Mesmo assim, em cima do fim da primeira parte, Derlei com um bom cabeceamento quase marcava, obrigando Nuno a uma grande defesa.

SABER GERIR

Ao intervalo, Paulo Bento alterou a equipa. Tirou Grimi que esteve desastrado e colocou Pereirinha no meio-campo, recuando Miguel Veloso para a lateral esquerda e Rochemback na posição de médio defensivo (onde esteve melhor). A equipa melhorou um pouco de produção, mas foi o FC Porto quem voltou a estar muito perto do golo. Nova bomba de Bruno Alves, que desta vez acertou em cheio na barra. Três minutos volvidos, aos 55', Jesualdo Ferreira retirou Tomás Costa, a quem o árbitro já tinha perdoado a expulsão, e colocou Mariano González para explorar o contra-ataque. E foi mesmo num contra-ataque que os portistas podiam ter dado o KO, num grande remate de Rodríguez que passou a centímetros do poste da baliza de Rui Patrício.

Faltavam 25 minutos para o final, quando Paulo Bento esgotou as substituições. Trocou Abel por Romagnoli (trouxe mais dinâmica ao jogo) passando Pereirinha para o lado direito da defesa e entrou Liedson para o lugar de Postiga. E foi dos pés de Romagnoli que quase surgiu o empate, aos 71 minutos, numa perdida incrível de Derlei com a baliza aberta. Até final, o Sporting tentou de todas as formas possíveis chegar ao empate mas esbarrou sempre num gigante chamado Bruno Alves ou então em Nuno, que esteve muito seguro e concentrado. O apito final confirmou aquilo que há muito estava escrito: a vitória do FC Porto.

DESTAQUES

LUCÍLIO BAPTISTA: O penalty para o Sporting marcou a exibição. É um daqueles lances em que há contacto mas fica a dúvida se era ou não motivo para assinalar falta - a tal questão da intensidade. Depois disso, Lucílio desnorteou-se por completo. E ainda poupou as expulsões de Tomás Costa e Derlei.

PAULO BENTO: Surpreendeu ao colocar Yannick no lugar de Romagnoli e o Sporting começou mal logo desde aí. Tentou alterar as peças, talvez até em demasia, mas nunca obteve resultados práticos. Á semelhança do derby, voltou a não acertar na táctica.

JESUALDO FERREIRA: O FC Porto, sem fazer um jogo do outro mundo, ganhou com toda a justiça. E os festejos de Jesualdo no fim do jogo demonstram bem a importância deste resultado.

MELHOR EM CAMPO: Bruno Alves. Foi imperial na defesa e ainda marcou um grande golo que deu a vitória ao FC Porto. Mas Nuno e Fernando também estiveram em grande.

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