Pedro Azevedo nasceu, na Póvoa de Varzim, a 29 de Novembro de 1967. Fez o primeiro relato de futebol em 1985, numa rádio local, um jogo entre o Varzim e o Gil Vicente. Esteve, depois, um curto tempo na TSF mas não recusou o convite de Ribeiro Cristóvão para entrar para o Departamento de Desporto da Rádio Renascença. Já lá vão 20 anos. Esteve nos grandes momentos internacionais do FC Porto, em Sevilha e na Alemanha. Diz que para alguém ter sucesso numa profissão precisa de ter gosto nela e não se sente um bom relator. Uma entrevista do blogue FUTEBOLÊS.
“NÃO ME CONSIDERO UM BOM RELATOR”
FUTEBOLÊS: A partir de que momento sentiu que daria um bom relator?
PEDRO AZEVEDO: Sem falsas modéstias, nunca me senti um bom relator. Assino as transmissões desportivas com muita paixão e dádiva total. Dou um cunho pessoal aos meus trabalhos. O resto fica para os ouvintes, os únicos que me poderão julgar. Se gostam, agradeço. É um estímulo. E é aos ouvintes que dedico o meu esforço diário, na profissão que abracei.
F: Como chegou à Rádio Renascença?
PA: A convite de Ribeiro Cristóvão, director do Departamento de Desporto da RR. Fiz o último terço da época de 87/88 para a TSF, uma rádio que estava a nascer e que só emitia para a Grande Lisboa. O Ribeiro Cristóvão ouviu e convidou-me. Não hesitei. Foi em Maio de 1988.
F: Quais as referências no jornalismo desportivo?
PA: Ribeiro Cristóvão e Alves dos Santos. Os melhores de sempre, na minha opinião.
F: Qual o segredo para termos um bom relator?
PA: Para se ter sucesso numa profissão, é preciso ter interesse nela. Depois, é necessário juntar dinamismo, sentido crítico, linguagem simples, clara e concreta e usar a imaginação. A experiência acumulada faz o resto. No momento em que escrevo esta resposta (3 Setembro 2008), tenho 1404 relatos de futebol narrados na RR.
F: Momento mais alto da carreira? Aposto na final da Champions em 2004.
PA: Boa aposta. Foi um dos momentos altos, a par da final da Taça UEFA de 2003, as fases finais dos Mundiais de 2002 e 2006 e dos Europeus de 2004 e 2008. Também foi marcante para mim, com pouco tempo de casa, ter sido o escolhido para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 92.
F: Vamos agora para um momento triste: a morte de Féher. O que sentiu na altura?
PA: Chorei em directo ao microfone e tive durante vários minutos a voz embargada pela emoção. Foi à minha frente. Senti na forma como Féher caiu no relvado que o jogador tinha falecido naquele instante. Incrível...Chocante! Um momento de grande tristeza.
F: Imagino que sim. O seu colega Pedro Sousa disse-me que faz o que gosta e ainda lhe pagam por isso. Concorda?
PA: Concordo. É um prazer relatar um jogo de futebol. E eu também sou dos que faço o que gosto e gosto do que faço...
F: Incentivava, por isso, alguém que quisesse ser jornalista desportivo?
PA: Sim, desde que esse alguém sentisse vocação.
(CONTINUA)
1 comentário:
Disse que cabe aos ouvintes julgar se é ou não um bom relatador... Pois bem, para mim é o melhor de Portugal.
Sou adepto do FC Porto e oiço todos os jogos pela Rádio Renascença, um bem haja para o excelente trabalho que desempenham. E o Pedro Azevedo é que me leva todas as emoções aos ouvidos e isso basta para dizer que é o melhor.
Estou no Estádio do Dragão com frequência e vejo-o lá em cima de microfone. E nos jogos fora, vejo pela televisão, mas na rádio dá sempre primeiro, então é uma alegria quando o Pedro Azevedo relata o golo, claro do meu clube. E aquela emoção que pode ser golo.
Bem, e depois não há nenhum jornalista desportivo como você. Sei que edita a Bola Branca e ninguém a apresenta como você faz. Sem dúvida, que vai ficar na história.
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