sábado, 30 de agosto de 2008

Benfica-FC Porto: Não deu para mais...


Katsouranis. Vamos começar por aqui. O defesa grego do Benfica esteve nos dois momentos cruciais do jogo. Primeiro agarrou, sem bola, Lucho dentro da àrea. Penalty que El Comandante não desperdiçou e colocou o FC Porto em vantagem pouco depois dos dez minutos de jogo. Um erro enorme de Katso. Depois, já na segunda parte, teve uma entrada a varrer sobre Rodríguez, quando já tinha amarelo. Viu o segundo e deixou a equipa com menos um. Quando o golo do empate tinha surgido a apenas dois minutos.

Jesualdo Ferreira inovou. Ao contrário do que era esperado, não colocou Hulk de início e modificou a táctica para um 4x4x2, em losango, que por vezes se desdobrava num 4x1x4x1. Fernando jogou como médio-defensivo, libertando Raul Meireles para o lado de Lucho González e Tomás Costa foi o elemento mais adiantado deste novo meio-campo. Quique Flores apostou em Reyes e Di María e enviou Urreta para a bancada - alguém percebeu esta? - fazendo com que Aimar continuasse no apoio a Cardozo. Com estas alterações, o FC Porto teve mais elementos no meio e conseguiu neutralizar Carlos Martins, uma das peças-chave deste Benfica.

Aos 11 minutos surgiu o golo do FC Porto. Primeiro tiro, primeiro melro. Lucho sofreu um penalty e encarregou-se de o converter. O jogo alterou-se, principalmente para o Benfica, que a partir deste momento teve que correr atrás do prejuízo. Seis minutos depois esteve mesmo perto de empatar, não fosse Lisandro cortar a bola mesmo em cima da linha. Um daqueles cortes que valem pontos. A resposta não se fez esperar. Rodríguez, imune aos assobios, arrancou pela esquerda, entrou na área e obrigou Quim a duas grandes defesas. O jogo estava bom, com ritmo. Muito discutido de parte a parte, bem disputado, mas muito quezilento. Perto do intervalo, o FC Porto voltou à carga. Lucho fez um passe soberbo para Lisandro, que rematou ao ferro da baliza de Quim. Podia ter sido o xeque-mate. Não foi e na jogada seguinte, Cardozo antecipando-se aos centrais portistas cabeceou por cima da baliza de Helton.

LISANDRO FALHA, CARDOZO NÃO

A segunda parte abriu com uma oportunidade flagrante para o FC Porto acabar com o jogo. Guarín, que entrou ao intervalo para o lugar de Tomás Costa, arrancou em direcção à baliza de Quim e ofereceu o golo a Lisandro, que rematou para a bancada. O argentino não costuma falhar assim, só com o guarda-redes à frente. Lisandro desperdiçou e foi a vez de Cardozo aparecer. Após um canto de Carlos Martins, Helton deu uma casa e o Tacuara empatou o clássico. Este golo poderia ser o alarme para o Benfica ir para cima do FC Porto. Foi então que Katsouranis foi novamente protagonista, quando se esqueceu da bola e foi direitinho às pernas de Rodríguez. Cartão vermelho na mão de Jorge Sousa e os encarnados reduzidos a dez. O jogo praticamente acabou aqui. Quique Flores tirou Cardozo e colocou Ruben Amorim para equilibrar a balança e o Benfica fechou-se no seu meio-campo, tentando apostar no contra-ataque, mas já faltavam pernas. Jesualdo fez o que lhe competia, arriscou. Colocou Hulk em troca com Fernando e mais tarde lançou Candeias em substituição de Raul Meireles. Os encarnados entregaram o jogo, mas o FC Porto não soube aproveitar a superioridade numérica, tentando muitas vezes resolvê-lo através de jogadas individuais. Ao Benfica valeu Quim nos últimos vinte minutos. Aos portistas, este empate soube a pouco.

DESTAQUES:

JORGE SOUSA: Impecável. Um erro aqui ou ali, mas que não mancham a exibição. O jogo não foi fácil, é verdade, mas Jorge Sousa esteve em grande. Ah, e foi muito bem auxiliado.

QUIQUE FLORES: Qual é a explicação para tantos problemas físicos? Aimar e Léo saíram por lesão. Reyes, Carlos Martins e Yebda chegaram ao fim em enormes dificuldades. Não se compreende. Até porque esta é só a segunda jornada.

JESUALDO FERREIRA: Gosta de inovar neste tipo de jogos. E a verdade é que, na Luz, a equipa esteve bem, não deixando o Benfica sair a jogar e criando várias oportunidades para ganhar. E desta vez arriscou e nunca se conformou com o empate.

MELHOR EM CAMPO: Quim. Foi enorme. Exibição perfeita.

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