segunda-feira, 28 de julho de 2008

Tour: o rescaldo


"Agora sim, o sonho de uma vida torna-se real." Foi esta a frase de Carlos Sastre após ter vencido o Tour de France 2008. Com 33 anos, o ciclista espanhol conseguiu finalmente vencer uma grande competição.
O sucesso de Carlos Sastre deve-se em muito à fantástica subida para o Alpe d'Huez, mas também ao apoio da sua equipa, a CSC. Uma equipa foi aquilo que faltou a Cadel Evans. O australiano da Silence-Lotto repetiu o segundo lugar de 2007. Foram, para mim, os melhores ciclistas em prova. A vitória ficava bem a qualquer um deles. Esteve melhor o espanhol.

KOHL, FREIRE, SCHLECK E CSC EM GRANDE

Mas o Tour não foi só Carlos Sastre e Cadel Evans. Houve mais destaques, muitos mais. Um desses destaques - pela positiva, claro - foi Bernhard Kohl. O ciclista da Gerolsteiner fez um Tour fantástico, conseguindo ser o 3º na classificação geral, tornado-se ainda no primeiro austríaco a ser o melhor trepador.
Depois Oscar Freire. O sprinter espanhol da Rabobank nunca tinha terminado o Tour. Mas este ano terminou. E conseguiu também arrecadar a camisola verde, dos pontos. O que nunca nenhum espanhol tinha conseguido. Ah, é bom lembrar que Freire tem uma lesão crónica na zona lombar.
Schleck. Não é Frank, mas Andy Schleck, o mais novo. Foi o grande protector de Carlos Sastre. Conseguiu a camisola da juventude. E ou muito me engano ou ainda vamos ouvir falar muito nele. Também Frank esteve em grande, tanto nos Pirinéus como nos Alpes e chegou a andar de amarelo.
Ainda Jens Voight. Com 38 anos, o ciclista alemão carregou a CSC e o pelotão na montanha. Foi graças a si e a Cancellara que Valverde ficou logo arrumado nos Pirinéus.

VALVERDE E MENCHOV: DÈJA VÙ!

Alejandro Valverde. Vou começar por aqui. O campeão espanhol foi, mais uma vez, uma desilusão. Apontado como super-favorito voltou a estar mal. Depois de ter prometido muito, ganhando logo a primeira etapa, Valverde perdeu cerca de 5 minutos nos Pirinéus o que o deixou desde logo arrumado. Dèja vù.
Outra desilusão foi Denis Menchov, também apontado como grande candidato à vitória final. Tentou atacar nos Alpes, mas caiu pouco tempo depois de sair do grupo. Mesmo assim não mostrou grandes argumentos para vencer. Nem o "crono" o safou.
Damiano Cunego foi outro que tal. Quebrou nos Pirinéus, quebrou nos Alpes. Acabou por desistir devido a uma queda. Embora fosse mais um outsider, foi outro dos derrotados.


DOPING DE RICCÒ; QUEDA DE PEREIRO

Tenho que destacar ainda Riccardo Riccò. Depois de uma subida sensacional e de duas vitórias nos Pirinéus, acusou doping. Sempre o doping a estragar tudo. Apontado como novo Pantani acabou despedido pela Saunier Duval, sem honra nem glória.
Oscar Pereiro, para terminar. O ciclista espanhol da Caisse d'Epargne sofreu uma queda brutal. Felizmente só fracturou o úmero do braço esquerdo. Perante a gravidade da queda, o vencedor do Tour de 2006 teve "mucha suerte".

Está feito o rescaldo do 95º Tour de France. Para o ano há mais!

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