quarta-feira, 14 de abril de 2010

Liga Sagres: Um título cada vez mais certo

ANÁLISE

Era no derby entre Benfica e Sporting que o Sp.Braga colocava uma enorme dose de esperança num escorregão do líder. Uma derrota dos encarnados diminuiria a vantagem para três pontos. Com quatro jogos pela frente, jogando ainda no Dragão, a luta pelo título voltaria a ter todos os condimentos. Havia, por isso, a necessidade de vitória para o Benfica. Confirmou-se. A equipa benfiquista conseguiu superar as dificuldades que o Sporting lhe colocou, foi abnegada e teve em Aimar o mago que fez toda a diferença. Só um verdadeiro ciclo de pesadelo poderá tirar a conquista do campeonato aos encarnados. No entanto, por ainda ser possível apesar das poucas probabilidades de acontecer, o Sp.Braga mantém-se à espreita. E o FC Porto olha ao segundo lugar.

O Benfica venceu o derby. Venceu bem, acima de tudo. O Sporting começou melhor, preparado para travar a festa antecipada dos encarnados, demonstrando que ainda poderiam ter dissabores na recta final. Os leões conseguiram, pelo menos, levar alguma apreensão à Luz: jogaram com união, montaram uma boa estratégia, impediram os avanços do Benfica. O trabalho táctico foi preparado com exactidão. O intervalo obrigou Jorge Jesus a mudar. Lançou Aimar. Apagado em Liverpool, o argentino foi decisivo. Com ele, o Benfica conseguiu ligar o seu futebol, ganhou terreno, cercou a baliza de Rui Patrício. Ao mesmo tempo, o Sporting quebrou. Deixou de ter Pedro Mendes, nunca dispôs de Yannick ou Liedson. Os golos do Benfica chegaram com naturalidade. E telefonema pode ser feito: "O Benfica quer as faixas, se faz favor!..." - Crónica

O jogo do Sp.Braga, em Leiria, começou mal. Entrar a perder, quando é necessário de ganhar para manter o sonho no título, era o pior que podia acontecer ante um adversário com aspirações acima da média, tal como os minhotos, lutando por um lugar europeu. Cássio foi o desmancha-prazeres. Aos onze minutos, com uma cabeçada fortíssima, o brasileiro deu vantagem aos leirienses. O Sp.Braga tremeu, sentiu o golo e teve dificuldades para se encontrar. Percebeu que um tropeção deixaria, afinal, o Benfica com o título na mão. Contudo, conseguiu dar a volta. Em três minutos, passou para a frente: Meyong e Rentería, oportunos e matreiros, consumaram a viragem no marcador. Não tinham os bracarenses feito muito para tal? É certo que não, mas fê-lo. E houve capacidade para aguentar o triunfo. A ligação da equipa foi, de novo, vital.

O FC Porto passava por imensas dificuldades, em Vila do Conde, ante o Rio Ave. Depois de boas exibições, num sistema que privilegia a superioridade no meio-campo por forma a conseguir união entre os sectores da equipa e confere maior dinâmica colectiva, os portistas haviam regressado a um futebol pouco hábil - Hulk foi quem mais tentou. O Rio Ave, após duas goleadas por cinco golos, decidiu encarar o FC Porto de forma mais realista, procurando brechas, insistindo nas faixas laterais. E criou boas oportunidades, catapultando Helton para primeiro plano. Faltava um clique que abalasse a monotonia em que os dragões estavam mergulhados. Bateu a hora de jogo. Era preciso mudar. Jesualdo Ferreira lançou Ernesto Farías para o lugar de Tomás Costa. Cinco minutos depois, El Tecla marcou o golo da vitória. É um suplente de luxo!

O Leixões ganhou um novo fôlego na luta pela manutenção. A equipa de Fernando Castro Santos venceu, por 2-0, o Paços de Ferreira e beneficiou dos empates do dueto que segue imediatamente acima, Olhanense e Vitória de Setúbal. Ambos estiveram em desvantagem e, já nos últimos minutos, conseguiram conquistar um ponto: os algarvios fizeram-no em Guimarães, os sadinos, em casa, frente à Académica. No último lugar, apesar do empate alcançado na Madeira, ante o Marítimo, a três golos, o Belenenses tem uma tarefa cada vez mais agreste para escapar às posições de descida (mantém os nove pontos de atraso com menos uma jornada pela frente). Na luta europeia, o Nacional empatou, a zero, com a Naval, na Figueira da Foz, e não se conseguiu aproximar do Vitória de Guimarães, última equipa com acesso à Europa.