sábado, 5 de setembro de 2009

Apuramento Mundial: Fica a esperança, somente...

CRÓNICA

Uma constatação, primeiro que tudo: depois do empate em Copenhaga, Portugal está praticamente arredado do Mundial 2010. É duro, sim, mas absolutamente realista devido à conjugação de resultados pois a Suécia venceu na Hungria e apenas depende de si para garantir a qualificação. É algo que, obviamente, custa a digerir até porque, desde o falhanço para o França'98, a equipa portuguesa tem estado em todas as grandes provas de selecções. O adeus definitivo às possibilidades de rumar à África do Sul esteve por um triz. Até Liedson, ele mesmo que tanta polémica motivou, alimentar a esperança dos portugueses. Agora, é preciso um verdadeiro...milagre!


Depois do ensaio no Liechtenstein, Carlos Queiroz colocou em prática o novo esquema táctico da Selecção nacional: 4x4x2 em losango. A verdade é que esta nuance permitiu a Portugal conseguir, desde logo, impor-se junto da área da Dinamarca. Com posse e circulação de bola, jogando pelos flancos com boas subidas de Duda e Bosingwa, os dois laterais, no apoio ao ataque. No terceiro minuto, a primeira de muitas ocasiões para marcar: Simão cruzou da direita para Raul Meireles que não conseguiu, no entanto, emendar da melhor forma para a baliza dinamarquesa. Depois, por duas vezes, apareceu Cristiano Ronaldo em diagonais mas sem nunca colocar o guarda-redes Stephan Andersen em sobressalto. Começou, também, a aparecer Deco talvez com excessiva liberdade. Portugal estava, por esta fase, totalmente por cima do adversário.

A primeira vez que a Dinamarca apareceu na área portuguesa, aconteceu à passagem do primeiro quarto de hora de jogo. Após um ressalto em Bruno Alves, dentro da área, Jorgensen, completamente solto, rematou muito por cima da baliza de Eduardo. Que oportunidade desperdiçada!... Era preciso que Portugal não deixasse aquilo que de bom estava a conseguir até aí e que mantivesse a bola junto à área contrária na tentativa de chegar ao golo. Foi aqui que surgiu o problema de sempre: a finalização. Ou a falta de pontaria que tanto tem atormentado os portugueses. Aliado a esse problema crónico, o guarda-redes Andersen mostrou-se muito seguro e concentrado.

INJUSTIÇA E ESPERANÇA

Ronaldo e Simão, a dupla atacante, estiveram sempre com a mira apontada à baliza dinamarquesa mas, invariavelmente, os remates saíram por cima. Perto, mas por cima. Há, para o futebol, uma frase que continua a ter todo o sentido: quem não marca, sofre. É assim que acontece na maioria das vezes. No Parken Stadium, em Copenhaga, não fugiu à norma. Com a frieza que os caracteriza, os dinamarqueses chegaram, a três minutos do intervalo, ao golo. Nickas Bendtner elevou-se entre Duda - que mal ficou! - e Bruno Alves e rematou fortíssimo para dentro da baliza de Eduardo. O avançado do Arsenal não marcava há quase um ano, desde o jogo de Alvalade. Tão injusto!

Quase sem saber ler nem escrever, com uma eficácia de fazer inveja, a Dinamarca passou para a frente do marcador. Carlos Queiroz, ao intervalo, tinha que mexer nas peças. Não no esquema pois a exibição estava a ser bem conseguida mas colocar mais alguém na frente. No entanto, a equipa ficou com três jogadores no ataque, desfazendo-se do losango: Liedson entrou para o lugar de um apagado Tiago e juntou-se a Simão e Ronaldo. O recomeço foi mais equilibrado, contudo. A Dinamarca apareceu melhor, mais pressionante e com maior domínio. Esteve perto de aumentar o score, há que dizê-lo, através de duas boas ocasiões de Jakob Poulsen e Rommedahl (49' e 57'). Surgiu, então, uma nova chance para Portugal empatar mas, já na pequena área, nem Liedson nem Ronaldo conseguiram desviar para o golo.

O tempo passava vertiginosamente, o adeus dos portugueses era cada vez mais anunciado. Já dentro dos últimos vinte minutos, Carlos Queiroz lançou Nani e retirou Simão. Também aqui o treinador, numa tentativa de risco total, poderia ter tirado um dos homens do meio campo - Meireles ou Pepe. Continuava a haver ocasiões mas nada de golos. Entrou, depois, Nuno Gomes como último trunfo. No entanto, o verdadeiro ás já havia sido lançado: Liedson Muniz, num canto de Nani, cabeceou para o golo do empate de Portugal. Pôde ainda fazer a reviravolta mas Andersen negou-lhe a vontade. À Hitchcock, o jogo terminou empatado. Resta apenas a esperança. Frágil.

2 comentários:

Miguel Nunes disse...

troca de links?

www.lateral-esquerdo.blogspot.com

Ricardo Costa disse...

PB,

Tudo bem. Abraço.