terça-feira, 1 de setembro de 2009

Liga Sagres: Tirar a barriga de misérias!

ANÁLISE

Até ao início do jogo Benfica-Vitória de Setúbal, hoje, tinham havido sete empates a zero. Em vinte e três jogos, sem dúvida que é um número exagerado. Tanta falta de golos. Afinal, qualquer jogador dá tudo para os marcar e é por isso que o futebol existe. No entanto, não há fome que não dê em fartura. Normalmente, é assim. Foi o que aconteceu no encerramento da terceira jornada: 8-1 (oito-a-um, à antiga!) aplicado pelo Benfica aos sadinos serviu para os adeptos de futebol tirarem a barriga de misérias. Portanto, foi a ronda com mais golos - mesmo tendo havido três nulos - onde os três grandes saíram vencedores. Na frente, continua o Sp.Braga. Mais uma vez.


Diabólica. Foi precisamente assim que Jorge Jesus definiu a exibição do Benfica ante o Vitória de Setúbal. Marcar cinco golos em pouco mais de meia-hora é, de facto, impressionante e mostra bem o caudal ofensivo de que os encarnados dispuseram. Chegou aos oito e, acima de tudo, poderiam ter sido mais. No entanto, é também exemplificativo de como os sadinos são frágeis. E sentem-se frágeis, sobretudo, o que poderá ser um reflexo dos atrasos que sofreram na pré-época e que impediram uma maior engrenagem. Em resumo: o Benfica mostrou-se fortíssimo, o Vitória não foi capaz de contrariar sequer essa tendência. Destaque para o hat-trick de Cardozo. E finalmente um de penalty, Óscar!

Confortável, sem brilhantismo, foi a vitória do FC Porto. Na Figueira da Foz, o local onde havia, já lá vão mais de trezentos dias!, sofrido a última derrota para o campeonato nacional. Desta vez, foi bem diferente e a equipa de Jesualdo Ferreira ganhou bem. O excelente princípio, com o golo de Falcao (o terceiro noutros tantos jogos) ao oitavo minuto, não deu tempo para que os fantasmas da última época entrassem em cena. No entanto, à passagem dos primeiros vinte minutos, o dragão adormeceu: acomodou-se sobre o resultado, deu a iniciativa à Naval, ficou expectante. Os figueirenses perderam os receios e procuraram o golo da igualdade. Estiveram, até ao intervalo, mais perto da área de Helton do que o FC Porto da de Peiser. Outro bom início, novo golo. De Varela. A menos de vinte minutos do final, Rolando, num auto-golo, devolveu alguma emoção ao jogo. Por pouco. Na jogada seguinte, Farías fechou uma vitória justa para o FC Porto.

Crucial. Era assim o jogo do Sporting frente à Académica, em Coimbra. Ainda à procura da primeira vitória nos sete jogos oficiais realizados, Paulo Bento sabia bem da importância que esta partida tinha para a sua equipa. Não que a partir daí ficasse tudo bem, óbvio, mas uma derrota seria igual a um péssimo arranque na luta pelo título. O jogo não foi bom: muitos passes errados, poucas ocasiões e jogo muito centrado sem que fosse possível haver rasgos nas defesas contrárias. O Sporting, porém, foi sempre mais incisivo junto da baliza de Ricardo. Apenas Yannick Djaló conseguiu algumas jogadas de bom nível. Já na segunda parte, apareceu o primeiro golo. Liedson, agora já português e também ainda à espera de marcar nesta época, desviou, com classe, um excelente cruzamento de Vukcevic. Yannick, coroando uma boa exibição, fez o segundo golo da vitória. Justa e importante.

O Sp.Braga começou a época a meio-gás e sendo afastada da Liga Europa mas continua totalmente vitoriosa neste arranque da Liga Sagres. Depois de vencer a Académica e o Sporting, os bracarenses bateram o Belenenses num jogo em que Hugo Viana (autor de dois golos) esteve em destaque. Marítimo e Rio Ave, apesar de empatarem com União de Leiria e Leixões, respectivamente, somam cinco pontos e têm começado bem. A equipa de José Mota, sensação da época anterior, e o Nacional (empate com o Olhanense) ainda não conseguiram vencer e contam com dois empates, algo partilhado pelo Vitória de Guimarães que terminou com um nulo o seu jogo em Paços de Ferreira. Olhanense, Paços e Leiria contam com três empates. Na cauda, com apenas um ponto, Naval, Académica e Vitória de Setúbal.

3 comentários:

afectado disse...

Nem acho que o Benfica tenha demonstrado muito. O Setúbal é que foi fraco demais. E claro, o Benfica, bem, aproveitou!

Fiquei mais feliz pelo hattrick do Cardozo do que pelo resultado. Ele estava a precisar de um incremento de confiança...

Anónimo disse...

Andávamos todos nós a lamentar os empates e a falta de golos.

Eis que surge uma goleada daquelas antigas, que acontecem muito raramente nos dias que correm.

Tivemos uma mão cheia de golos, para dar e vender.

É bom que o Carlos Azenha, agora perceba que falar é bem mais fácil do que fazer. Nos programas desportivos as coisas parecem fáceis. Ele que o diga. Ainda uma palavra sobre o Aimar, que ele (Azenha) dizia estar acabado.

Também gostava de ver o Luís Freitas Lobo treinar uma equipa. Como disse e bem o Jorge Jesus, num programa desportivo : Jogo falado é uma coisa ; jogo jogado é outra.

A derrota do Setúbal resulta num conjunto de vários factores :

Inexperiênçia do treinador e de alguns jogadores ;

Uma grande exibição do Benfica ;

Defender á zona não é para qualquer equipa, o Setúbal ai falhou claramente ;

As coisas correram quase sempre bem ao Benfica e quase sempre mal ao Vitória.

O Porto continua sem fazer grandes jogos, mas joga o suficiente para arrecadar os três pontos. Continua forte defensivamente. Aos pucos o Bellushi vai encaixando no 4x3x3. No Ataque esta época, Jesualdo continua a disôr de várias e boas soluções. Até já se dá ao luxo de jogar sem o Hulk.

O Sporting venceu, mas aquela exibição não convenceu ninguém. Na minha opinião a equipa pode render muito mais com Pereirinha no lugar de Pedro Silva e com Caneira no lado esquerdo. E, claro o Vukcevic como titular. Não me parece que o Angulo venha resolver os problemas da equipa.

Abraço.

André

Ricardo Costa disse...

afectado,

Diria o outro que se juntou a fome à vontade de comer...

André,

Concordo com a tua (boa) análise. Abraço.