quarta-feira, 10 de junho de 2009

Manuel Vilarinho

Manuel Vilarinho é uma figura incontornável do Benfica. Entrou para a presidência em Outubro de 2000, derrotando Vale e Azevedo nas eleições mais concorridas de sempre, com Toni e Jardel como trunfos eleitorais. Toni substituiu José Mourinho, Jardel nunca chegou. Após ter cumprido o seu mandato, decidiu não se recandidatar e apoiou Luís Filipe Vieira que viria a tornar-se no novo presidente dos encarnados. Regressou para a assembleia-geral, no segunda eleição de Vieira. Agora, em Junho de 2009, é um dos rostos da demissão em bloco dos órgãos sociais. Ou melhor, desse verdadeiro golpe de estado, como já foi apelidado.

Como presidente da assembleia-geral, é a ele quem cabe a missão de esclarecer os sócios encarnados das decisões tomadas. Por isso, numa conferência de imprensa realizada no Estádio da Luz, Manuel Vilarinho afirmou que a demissão em bloco foi a melhor medida para acabar com a instabilidade que o clube vive. É uma razão, aceita-se. Porém, a queda dos dirigentes do Benfica parece bem mais um acto político com a intenção de retirar espaço de manobra aos adversários na corrida à presidência do clube. Não faz sentido que alguém se demita e volte a candidatar-se.

Vilarinho devia saber que, segundo o estatuto que possui dentro do clube, não pode dizer tudo o que lhe apeteça. No entanto, fê-lo e cometeu gaffes graves. É inaceitável que diga que está farto dos benfiquistas e que verdadeiros benfiquistas apenas ele e mais dez ou vinte. São frases de Manuel Vilarinho, não há aqui qualquer deturpação. Além disso, afirmou que o título conquistado pelo Benfica em basquetebol, catorze anos depois, nada lhe dizia. Convenhamos que é pouco ético dizê-lo, mesmo que assim pense. Um clube não é apenas futebol, tem também as suas modalidades.

Mesmo fazendo parte do projecto que Luís Filipe Vieira pretende manter no clube, Manuel Vilarinho deve, acima de tudo, ser ponderado e imparcial de forma a fazer o melhor para o Benfica. Não pode, nem deve, desprezar a concorrência: dizer que José Veiga perderia por 9-1 ou minimizar a candidatura de Bruno Carvalho são atitudes difícil de aceitar. Os benfiquistas agradecem que Vilarinho faça aquilo que lhe compete e não que tome partido entrando em acusações fúteis. Ou a estabilidade já não interessa para nada?

2 comentários:

afectado disse...

O Vilarinho hipotecou o resto de dignidade que os benfiquistas guardavam de si. Como o outro diz, "ele quer é putas e vinho verde!". Literalmente, segundo alguns.

Ricardo Costa disse...

afectado,

De acordo, totalmente. Com o estatuto que tem não pode ter estas declarações que ponham em causa a tal estabilidade.