segunda-feira, 26 de abril de 2010

Os inatacáveis méritos do Sp.Braga

As guerras são para se levar até ao fim sem tréguas. Nunca se pode esperar uma fácil entrega. O Sp.Braga, caso tivesse cedido na Figueira da Foz perante uma Naval que mantém o estatuto de ter sido a única equipa a sair com pontos de Braga, assinaria a sua rendição. Terminaria a luta pelo primeiro lugar, definitivamente nas mãos do Benfica, passaria a ter de se preocupar em consolidar a vice-liderança, uma consolação pela época soberba, sentindo o aproximar do FC Porto. Verdadeiros guerreiros não se vergam assim facilmente. Seria, aliás, paradoxal que uma equipa que nunca esteve em situação tão, tão privilegiada de se intrometer e superar aos grandes desistisse da luta. É a História que está em jogo. Não há como baixar os braços, assumir a derrota e felicitar os vencedores. Até porque este Sp.Braga nunca sairá a perder.

A vitória do Sp.Braga frente à Naval, clara e justa, adiou os festejos benfiquistas. Na próxima jornada, no Dragão, o Benfica pode confirmar a conquista do seu trigésimo segundo campeonato nacional. Os encarnados só dependem de si próprios para o fazer. Esse adiamento é outra boa vitória do Sp.Braga: deixar as decisões para o final, impedir ao máximo a coroação dos adversários, manter-se bem firme. Os bracarenses cumpriram a sua parte de dificultar a vida ao Benfica, portanto. Para além disso, o jogo na Figueira da Foz, cimentou o segundo lugar do Sp.Braga. Cinco pontos de vantagem com dois jogos para disputar é uma margem que muito, muito dificilmente os minhotos perderão. Ficar em segundo, às portas da fase de grupos da Liga dos Campeões, será o momento mais alto do seu historial. É uma grandíssima vitória.

Luis Bernardo Aguiar Burgos é um jogador de enorme potencial. Começou por ser actor secundário nesta campanha do Sp.Braga, a lesão de Márcio Mossoró, impedido após o duelo com o Benfica de jogar até final do campeonato, fê-lo saltar novamente para a ribalta. Nos últimos jogos tem mostrado os seus atributos, o melhor do seu futebol, a qualidade que demonstrou na Amadora e em Coimbra e não foi aproveitada pelo FC Porto. Ante a Naval, extremamente fechada e contida no seu meio-campo, também pouco ágil nas incursões ofensivas, o médio uruguaio foi decisivo, brilhou intensamente, levou a equipa consigo para o vigésimo primeiro triunfo no campeonato. Abriu com um golo sensacional de livre directo, pelo meio fez duas assistências para Matheus e Paulão, até fechar com chave de ouro num chapéu espectacular.

O Benfica ganhara e ficara às portas do título; o FC Porto ganhara e fixara a distância para o segundo lugar em dois pontos. A pressão estava, agora, do lado do Sp.Braga, habituado a jogar primeiro do que os rivais, beneficiando desse factor psicológico. A equipa arsenalista não abalou. Entrou na Figueira confiante, procurando vencer para manter o sonho, cumprindo mais um capítulo da belíssima história que está a escrever nesta temporada, verdadeiramente empurrado por uma multidão bracarense que bateu o record de assistências no José Bento Pessoa. Há uma ligação forte da cidade Braga ao clube Sp.Braga. Percebe-se perfeitamente e é da mais elementar justiça e naturalidade que assim seja. A vitória da equipa de Domingos Paciência foi fácil. Ou pareceu. Jogando à grande, equipa crescida, motivada, empenhada e dominadora.

2 comentários:

Mattos..paixaodabola.blogspot.com disse...

Este Braga merece todo o nosso respeito e digo mais, nunca uma classificação da principal Liga Portuguesa refletiu tão bem o que se passou ao longo da época desportiva....e pois está claro, os 28 pontos de diferença do SCP para o SLB dizem bem da classe e do estatuto dos dois clubes da segunda circular actualmente...um mergulhado numa depressão constante..outro numa euforia diária...

Jornal Só Desporto disse...

Grande Vitória do Braga.