terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Taça da Liga: Sporting-Benfica, 1-4 (crónica)

CINCO - O NÚMERO TRANSFORMADOR

Uma equipa que ainda espera qualquer coisa desta temporada num jogo que lhe acalenta a esperança de ficar com algo palpável, excluídos que estão os principais objectivos internos. Para quem já está fragilizado, pressionado com a necessidade de vencer, qualquer passo em falso sai caro. E se for uma expulsão ingénua no quinto minuto? É um hara-kiri. Seguido de um golo, no livre. Dois duros golpes, de uma vez só, nas aspirações do Sporting. O Benfica dominou, não sendo avassalador, chegou ao segundo golo. Desligou, depois, com meio serviço cumprido. Liedson acreditou sempre, foi capaz de dar alguma esperança. Mas nada mais do que isso.


Um derby, a reedição da final do ano passado, Sporting e Benfica com contas para acertar na Taça da Liga. Ou toda a época em jogo para os leões, uma verdadeira roleta. Três derrotas consecutivas, adeus definitivo ao campeonato, queda estrondosa na Taça de Portugal: o que resta ao Sporting? Ganhar, apenas, para manter o brio e a honra da equipa. Como se fosse uma necessidade vital. Ao Benfica, a defesa de um título que soube a pouco no passado, a possibilidade de poder renová-lo, uma conquista interna após a eliminação da Taça de Portugal. Antagónicos no campeonato, contrários ao que têm feito no passado recente, uma época de ambição e outra de pesadelo. Uma rivalidade antiga, arrufos para resolver. E uma taça que ainda os separa desde Março.

Quando alguma coisa corre mal, tudo de mau vem por acréscimo. Não há volta a dar, é sempre assim. O Sporting bem se queixa disso. A equipa pode ter atitude, querer, procurar fazer de tudo para mudar o rumo dos acontecimentos. Não dá, simplesmente, o destino não se altera. Para alguém que precisa rapidamente de se encontrar a si próprio, jogando sob brasas, como se não houvesse amanhã, é preciso algum tempo de jogo para estabilizar e partir para uma exibição confiante que lhe sirva os interesses. Antes que seja possível, vem o maldito destino. Ao Sporting chegou cedo: quinto minuto, João Pereira atira-se às pernas de Ramires, sem nexo, Olegário Benquerença mostra-lhe o vermelho. Um contra-tempo. Estava o segundo à porta. Golo do Benfica. Ou a Lei de Murphy no seu esplendor.

A LÓGICA DOS ACONTECIMENTOS: ESTAVA ESCRITO!

Haverá quem resista a tamanha má sorte? Serão raros os casos em que, vivendo tal instabilidade e falta de bons resultados, alguém seja capaz de reagir a estas adversidades. Em vantagem, no marcador e numérica, o Benfica tomou conta do jogo. Jorge Jesus leu o jogo na perfeição. No início, colocara Di María no caminho de Grimi, explorando as conhecidas deficiências do lateral leonino, com Ramires no apoio a César Peixoto do lado contrário. Após o golo, com uma cratera na direita da defesa do Sporting, sem João Pereira e com Adrien Silva como solução provisória até à entrada de Pedro Silva, passou Di María para a sua posição natural. Domínio absoluto do Benfica, jogo num só sentido. Chegou o segundo golo. De forma natural, à meia-hora, num desvio de Ramires. Tudo tão, tão fácil.

O jogo de Alvalade começava, então, a ter demasiadas semelhanças com o que acontecera no Dragão. Pior: dois golos de desvantagem, menos um jogador, olés nas bancadas. O segundo golo do Benfica poderia ter sido, precocemente, o fim do jogo. Teve, contudo, um sentido contrário: os encarnados baixaram o ritmo, abusaram da altivez, o Sporting procurou fazer algo para desanuviar o resultado e ainda ter chances de conseguir algo mais. Liedson, sozinho na frente, sozinho contra tudo, teve a primeira oportunidade de golo para os leões: rematou de longe, Júlio César negou-lhe o golo. Não o faria da segunda vez. Novo remate de longa distância, agora para dentro da baliza. Do nada, o Sporting renasceu. E o Benfica, onde andava? Apareceu com Alan Kardec - rematou perto do poste.

Os jogadores do Sporting estavam apostados em não repetir a história da Taça de Portugal. Desta feita, mostraram grande garra e coração. Conseguiu equilibrar o jogo, regressou melhor do intervalo, o Benfica ainda não tinha regressado a si após ter marcado o segundo golo. O tempo, porém, era cada vez menos. Carlos Carvalhal lançou Yannick para o lugar de Pongolle, procurando desiquilíbrios. Jorge Jesus preparou a dupla dos golos, Cardozo e Saviola. Uma ideia bem clara: terminar com o jogo. Conseguiu-o antes disso. Como David Luiz fizera no primeiro golo, Luisão elevou-se sozinho e cabeceou para o fundo da baliza. Fim? No Sporting, sim, mas faltava o melhor: aos noventa e quatro minutos, Cardozo fez um golo de se lhe tirar o chapéu. Ponto final, parágrafo.

4 comentários:

ZD disse...

Este Sporting precisa urgentemente de férias...

Anónimo disse...

Não vi o jogo, mas lembreime de que ias publicar o resumo e vim ca ver .... e viva o Benfica :) ...Um abraço do teu amigo tomane

PS : este fim de semana vou pra cima

Jornal Só Desporto disse...

Bom Artigo.

Anónimo disse...

http://www.peticao.com.pt/sporting-basta-de-vergonha

Assinem e divulguem!!!

Vamos tentar mudar alguma coisa no Sporting! Pelo menos mostrarmos a nossa insatisfação!
BASTA SPORTINGUISTAS!